Talvez ela tenha razão

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Erik

A claridade atingiu meus olhos no momento em que eu os abri. Piscando várias vezes para adaptar minha visão, olhei ao redor e por alguns instantes, eu não sabia onde estava. Andrea. Eu dormi na cama da Andrea. Caiu de costas na cama macia e olho o teto rindo. Nem em 1 milhão de anos eu achei que isso fosse acontecer, mas aconteceu. Dou risada sozinho, e me sento na cama. Infelizmente ela não está ao meu lado. Respiro fundo, e um cheiro gostoso invade todo o quarto. Ela está na cozinha.

Me levanto da cama e noto minhas roupas no chão, e vejo que só estou de box. Acho que foi a melhor noite que eu tive. Cogito ir só de cueca até a cozinha, mas fico receoso com o fato dela me xingar até, coloco só minha calça e saiu do quarto.

Ando pelo corredor, até chegar na sala, e de lá já consigo ter um vislumbre de seu corpo se mexendo, uma pena que ela não está com minha camisa. Andrea usa um short e blusa de pano cinza curtos e grudados, de frente para pia. Porra. Ela está quente. Tento ir o mais silenciosamente possível, porém quando estou chegando ela diz ainda de costa para mim.

-Eu sei que é você Erik – um sorrisinho se abre em meu rosto – Como fomos parar na minha cama?

-Bom dia para você também Andrea, eu dormi bem sim, e você? E você bebeu muito vinho ontem e acabou dormindo no meu colo, e achei melhor te levar para cama.

-Nada aconteceu então? – ela se vira para mim, encostando na pia. Que vontade de coloca-la sentada ali e...Merda Erik, pare.

-Nops. Nadinha de nada. – para minha tristeza, mas achei melhor deixar esse pensamento para mim.

-Senta, tem café e algumas frutas na mesa. Não vou fazer nada para você comer.

-Então você tem mal humor desde que acordar – seu olhar mortal para mim foi assustador – Calma, só brincando. Relaxa.

-Com essa dor de cabeça dos infernos, difícil.

-Ora, ora...nossa Andrea de ressaca – uma maça é arremessada e foi bem na mira da minha testa. – Ai, vamos com calma mulher. Não deveria ter bebido tanto.

-Fazia muito tempo que eu não bebia. E...- ela faz uma pausa encarando sua xícara – Eu disse alguma coisa?

-Você me contou do seu ex. Juro que não te obriguei a nada, você disse por livre e espontânea vontade, com uma certa ajudinha do álcool. Mas sabe. Ficou...feliz por ter me contado.

Ela abre um sorrisinho de lado. Como pode ser tão bonita? O esperma do pai dela deve ser de uma qualidade incrível.

-E então? O que vamos fazer hoje? – pergunto mordendo a maça arremessada.

-O que? Você quer sair? Comigo? De novo? Não acha que foram muitas vezes?

-Querida, eu nunca vou cansar de sair com você – outra fruta vem em minha direção, acho que era uma pera.

-Não me chame de querida – raiva brilha em seus lindos olhos.

-Desculpe, foi um abito.

-Como você pode ter senso de humor assim que acorda? – ela revira os olhos.

-Porque eu bebo vinho demais e depois tenho ressaca. E antes que você me taque essa xícara em sua mão, lembre-se que em meu contrato tem plano de saúde, ou seja, se eu me machucar, quem vai pagar vai ser você, então continue tacando frutas.

E então...Andrea riu. Meu queixo foi ao chão. Andrea ria, de um jeito que nunca tinha visto, e o som...aaah o som. Era incrível, como de uma menina pequena. Fiquei admirando seu rosto, a até ela balançar a cabeça e se virar para a pia.

-Acho que mereço um prêmio. Talvez até um óscar.

-Por ser o maior idiota?

-Ra ra ra...não. Por ter feito você rir. Eu nunca a vejo rir, e uma coisa tão bela...Oooooh...lembre-se do plano de saúde – me encolho quando Andrea se vira para mim.

-É, quem sabe você ganhe um prêmio – ela piscou e foi indo em direção do quarto. Pera...isso quer dizer?

Levanto correndo, indo para se quarto, e antes que Andrea chegasse na cama, á viro e dou lhe um beijo. Que saudades desses lábios doces, macios e viciantes. Andrea tem alguma coisa em sua boca, que a cada beijo, para nunca ser o suficiente, como se nunca fosse me saciar de verdade, sempre precisando de mais, mais e mais. Seus braços circulam meu pescoço, e os meus, sua cintura fina. Outra coisa que estava com saudades, seu corpo delicado. Andrea pode ser durona e ranzinza, mas seu corpo é delicado e suave.

Para minha desgraça, minha bexiga grita por libertação. Também, depois de tanto vinho, e uma noite inteira, ela está cheia. Afasto suavemente seu corpo do meu.

-Por mais que eu odeie interromper, minha bexiga está me xingando aqui, e não sei se consigo mais segurar. Então para não passar vergonha, fique pronta que eu já volto – sua risada baixa me aqueceu.

-Vai rápido então.

Vou rápido para seu banheiro, e fecho a porta. O que? É constrangedor uma mulher te ver urinando, principalmente quando se está duro. Escuto meu celular tocando no quarto e dou um grito.

-Ignore o telefone. Ou melhor, o desligue – um silencio se propagou do quarto. Ótimo.

Termino, e lavo minhas mãos. Contudo, assim que abro a porta do banheiro, Andrea está na minha frente, com o telefone no ouvido e um olhar de ódio, mágoa direcionado para mim. Mas o que?

-Toma...é o amor da sua vida falando. Aproveita e pega suas coisas. Eu quero que você saia daqui – ela joga o celular na minha direção, junto com minha blusa e sapato e sai do quarto.

O amor da minha vida? Mas o amor da minha vida é ela?

-Alô? – atendo franzino o cenho e a reposta que eu ganho faz meu corpo inteiro gelar.

-Erik? Amor? Finalmente eu consegui falar com você, quem foi que atendeu?

Engulo em seco, ainda estático com a voz. Não pode ser, não é possível.

-Jennifer?

-Oi meu amor. Estou com tantas saudades de você, eu sei que fui uma idiota em ter deixado, mas meu pai me convenceu a fazer isso, não foi porque eu quis. Eu quero te encontrar, explicar tudo o que aconteceu. Eu te amo, sempre te amei.

-Me ama? Você me abandonou. Eu não tenho nada para conversar com você. – desligo.

Desajeitado, tendo equilibrar todas as coisas em minha mão. Na sala, Andrea estão com a garrafa de vinho na mão, encarando o anda. Que merda aconteceu? Quando finalmente, as coisas pareciam que iam se acertar, Jennifer volta e estraga tudo. O Deus, porque?

-Andrea, deixa eu te explicar...

-Some. Eu não quero ouvir mais nem uma palavra de você. Eu acreditei em você, contei coisas da minha vida que NUNCA contei para ninguém, e você esconde que tem uma namorada. Ainda pior, a tal "ex" que te deixou. – suas palavras saem com nojo, e meu peito se apertar.

-Não é nada disso, olha....

-CALA A BOCA – seu grito foi tão desesperador, que minha alma saiu do corpo -SAIA DAQUI, AGORA. OU EU CHAMO A POLÍCIA. – quando eu tendo abrir a boca de novo, outro grito – SAIA.

Não adianta falar, ela nunca vai acreditar em mim, nem mesmo escutar. Vou em direção da porta, abrindo a porta.

-Eu sempre amei você Andrea. – digo sem olha-la.

-Eu odeio você – e com essas palavras, eu saio da casa.

Cambaleando, ligo para um taxi vir me buscar. Assim que chego em casa, largo minhas coisas no chão, caindo junto ajoelhado, e depois de muito tempo sem fazer isso por ninguém, eu choro. Choro não por ser um fraco, ou uma bichinha. Não. Eu choro, porque a única mulher que eu realmente amei, me odeia, tem nojo de mim. E sabe qual é o pior de tudo. Que talvez ela esteja certa de uma coisa que depois do nosso primeiro encontro: Talvez isso mostre que não combinamos, que não devemos ficar juntos. Acho que ela está certa, e isso dói. 




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Oiiii anjoooooos. Eu sei que demorei muitooooo, mas eu estava viajando e não deu tempo de escrever. Aqui estão, mais um capítulo. Espero que tenham gostado,  e tem muitaaa coisa ainda para acontecer. Beijooos e até o próximo. 

A Minha ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora