Verdades doem

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Erik

Tive vontade de sair correndo atrás de Andrea, porém Thompson apareceu ao meu lado me impedindo de me mexer, dizendo para eu esfriar a cabeça e talvez, quem sabe, amanhã ir falar com ela. Mas eu não queria esperar o amanhã, eu queria tirar satisfação naquele momento. Como ela pode fazer isso? Ela me usou, sim eu sei que eu fiz coisas erradas, mas porra, é meu filho. Aquela criança vai ter Harry como pai e não eu, como posso ficar calmo com isso?

Olho ao meu redor, vendo todas aquelas pessoas cochichando entre si, e só consegui ver de fato pessoas sem vida e guiadas pelo dinheiro. O pai de Andrea era um daqueles. Ele estava em um outro canto me olhando de um jeito que em outro momento teria feito meu sangue gelar, contudo, despois de ter levado a verdade como um tapa na cara e nem ter a chance de poder apresentar meu lado de toda a história, o meu sangue estava mais quente que o próprio fogo do inferno.

Sem que eu me desse conta, Sr. Thompson me pegou pelo braço e foi me levando para fora, até seu carro e entrei em modo automático. Sabia que ele estava me levando para casa, mas não quis contrariar, estava em puro choque para dizer qualquer coisa.

Caralho, eu ia ser pai.


Andrea

Sim, pode me xingar, pode fazer o que quiser, mas eu tinha que fazer aquilo. Na verdade, eu só descobri que estava grávida de Erik, quando fui fazer a inseminação artificial e a doutora disse que não era possível, pois já tinha um bebe ali dentro. Aquilo foi um baque para mim de uma forma que não soube o que fazer. Contei para Harry e o mesmo ameaçou terminar toda aquela farsa por estar grávida de outro cara. Lógico que dei um tapa forte em seu rosto, mandei o calar a boca e o mesmo ficou com o rabinho entre as pernas.

Só que hoje, ao ver Erik todo firme, subindo na vida, um aperto nunca antes sentido por mim se espalhou pelo meu peito. Eu queria ser a pessoa que o tivesse levado lá em cima e não Thompson. Isso pode parecer piada, só que sempre soube que Erik teria um bom futuro, mesmo tempo um carrasco como chefe (eu no caso), ele nunca arregoou em nada. Eu podia acabar com ele, ele ouvia e fazia ainda melhor. Então sim, eu queria ter tido a honra de estar ali em baixo vendo receber aquele premio e depois quem sabe comemorar em meu apartamento aquela conquista. Infelizmente aquilo nunca iria acontecer.

Eu fiz minha escolha e tenho que arcar com as consequências. E mesmo que Harry me tire dos nervos a cada vez que abre a boca para dar a opinião em algo, ele não fica no meu pé o tempo inteiro. Na maior parte do tempo, está saindo e só chegando tarde em casa. Não que eu me importe (dou graças a Deus quando ele sai), meu único medo é ficar falada como corna por ai e se isso acontecer, eu arranco a pele de Harry com as próprias unhas.

Meu outro medo é de acontecer alguma coisa na gravidez. Não que eu ache que não sei cuidar de mim, mas se acontecer alguma coisa comigo e eu ficar inconsciente, espero que minha empregada me encontre antes que seja tarde demais. São nesses momentos que fico imaginando como seria se fosse Erik aqui do meu lado. Se duvidar, do jeito que é estupido, teria largado o emprego apenas para cuidar de mim. Suspiro e tento afastar esses tipos de pensamentos. Não pense nisso Andrea.

Assim que chegamos em casa, Harry já tinha começado a soltar os cachorros sobre Erik, dizendo como ele não tinha modos nenhum na frente da alta sociedade e blá blá blá, quando uma onda de tontura me atingiu. Até ai normal, sempre tenho nessas tonturas. Me sentei no sofá com as mãos na cabeça tentando manter o foco e quando menos eu esperava, tudo foi ficando distante, se apagando ao meu redor, a voz de Harry já não dava mais para se escutar. Tudo virou escuridão. 


**
A pessoas ao meu redor, posso sentir isso. Escuto apenas alguns sussurros abafados e não consigo destingir quem está falando e o que. Ainda estou com sono, acho que vou voltar a cochilar.

**

Abro lentamente meus olhos e os fechos ainda mais rápidos por conta de uma luz muito forte bem em meu rosto. Tomando folego, volto a abrir, dessa vez mais lentamente e olho ao meu redor. Não estou em minha casa. Tudo ao meu redor é branco, azul claro fosco e cinza claro. Um som irritante faz minha cabeça latejar. Mas o que porra aconteceu? Eu preciso ir trabalhar.

Olho para meu corpo sentindo minha ficha cair. Eu estou num hospital. Mas porque? Eu só tive uma tontura. Olho para o lado onde sempre á uma cadeira do acompanhante e para minha surpresa (ou nem tanto) é Erik que estava sentado ou deitado nela dormindo. Dou um sorriso fraco, é claro que ele estaria aqui. Mexo meus dedos tanto da mão quanto do pé e estão normal. Não sinto dor nenhuma, então não cai. Então qual o motivo de eu estar aqui? E quanto tempo? Tento me sentas e acabou soltando um gemido de dor, acordando Erik.

-Você acordou – ele se levanta vindo mais perto da minha cama e segura minha mão – Aposto que quer me xingar até por estar aqui não é?

-Na verdade se você me dizer porque eu estou aqui eu poderia esquecer essa parte. – reviro os olhos.

-Bom – seu tom de voz muda de terno para tenso – Quando você desmaiou, Harry achou que você tinha dormido e meio que deixou você deitada no sofá. Quando sua empregada te encontrou meia hora depois, e notou que você não se mexia, correu ligar para a emergência.

-Ta mais, eu apenas desmaiei. Minha pressão deve ter caído por conta de todo o stress da noite passada. E pode deixar que Harry vai se ver comigo. Como pode um....-paro de falar notando a tristeza no olhar de Erik. – Olha eu sei que você deve estar querendo me matar pelo que eu fiz você passar, só que meu pai ele...

-Não, não vamos pensar nisso. Nesse momento a única coisa que importa é cuidar de você – dizendo de um modo de pura ternura e carinho, segurando minha mão e dando um beijo nela – Eu prometo que sempre estarei do seu lado, para o que der e vier.

-Erik, você está me assustando. Foi um desmaio bobo, já disse. – reviro os olhos mas não me atrevo a soltar sua mão. O calor de sua mão, consegui me aquecer por dentro de um jeito que a muito tempo não sentia. Pelo menos, desde a última vez que fizemos amor. Que saudade daquele toque quente.

-A querida, como queria fosse apenas algo bobo – seus olhos enchem de lágrimas e começo a entrar em desespero. Será que alguma coisa aconteceu com nosso bebê? – Eu irei chamar o médio e ele poderá te explicar tudo.

Apertando um botão ao lado da minha cama uma enfermeira apareceu e disse que o doutor logo estaria ali. Nesse tempo minha cabeça parecia um tornado. Meu bebê. O que foi que eu fiz com ele? O médico era o homem que deveria ter seus 50 anos, cabelo e barba escuros com várias mechas de branco.

-Que bom que já acordou. É normal que os pacientes nesses casos durmam por mais de 48 horas. – O que? Eu dormi por 2 dias? Mas então hoje é meu casamento e estou deitada em uma cama de hospital – Como se sente? Sente dor em alguma parte do corpo?

-Não, parece estar tudo normal. Doutor, por favor não enrole e me diga o que é que eu tenho? Se o Senhor não sabe nesse momento eu deveria estar me preparando para o meu casamento e não posso ficar aqui...- sou interrompida por um pigarro de Erik.

-Não vai haver mais casamento.

-Como assim não vai? – dou um berro e tento me levantar, porém Erik me impede e me força a sentar na cama – Sai da frente Erik, eu tenho que acabar com a raça de Harry.

-Ele disse que não teria condições de se casar com você por conta do seu...hum...estado. – olho horrorizada.

-Senhorita Harris, por favor, fique calma. Eu irei explicar tudo o que está acontecendo – por que eu tenho uma sensação de que vai vir algo muito pior do que estava esperando? – Quando chegou aqui, fizemos uma bateria de exames e um deles deu positivo.

-Sim, eu sei que estou gravida.

-Não é sobre a gravidez senhorita Harris. Foi outro positivo – franzo o cenho e olho para Erik que abaixa a cabeça e suspira.

-Ta então o que é que eu tenho?

-A senhorita tem câncer.


Continua...

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Finalmenteeeeeeeee eu voltei e já joguei a bomba que eu sempre quis jogar. Espero que gostem (não da bomba em si) e continuem lendo A minha chefe, mesmo que eu suma por tanto tempo. 

Me desculpem por isso rsrsrs. 

Beijooos anjos. Até. 

A Minha ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora