Capítulo 31: Um passo mais perto de você

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Capítulo 31...Um passo mais perto de você

P.O.V. - Lia

-No que está pensando? - perguntou Hannah, chutando a terra com as botas como se a tivesse ofendido.

-Em nada - Estava sim, mas não poderia simplesmente ir perguntando de pessoa em pessoa "Ah, você gostou da performance? Acha que eu mereço estar aqui?", e os resultados só sairão daqui a dois dias. Não haveriam folgas mais, certeza, quatro almas tinham conhecimento sobre o terceiro andar e qualquer um poderia descobrir se tivesse curiosidade. Não me sentia mais confortável ali.

-Não parece.

-Você já gostou de alguém antes? - esperava que fosse rir da pergunta, fazer uma careta como aquelas crianças que falam "Ugh, que nooojo!", mas ela só virou a cara e parou de chutar a inocente terra.

-Já. - palmas pra você, humana - Lia?

-Uhm? - imaginava quem seria a criatura que movera aquele coração, mais para órgão bombeador de sangue do que outra qualquer coisa.

-Gosta mesmo de Bruno a ponto de querer se revelar?

-Gosto - ain, que coisa fofa - Sabia que nos conhecemos desde os seis anos?

-Já fiquei informada. - ah, sim, gritei com ela, em prantos, tentando me defender com vários argumentos, inclusive esse.

-Viveria sem ele?

-Credo, por que está falando disso assim, do nada...

-Quero dizer... Se achasse que não pudesse.... Conseguisse ficar com ele por motivos pessoais, tentaria ficar, sabendo que pode se machucar?

Ao olhar aquela expressão, tão conhecida por mim, soube que ela estava apaixonada naquele momento. Não tínhamos intimidade para perguntar, infelizmente.

-Bom... Eu sofri muito por ele. Passei por muitas barras na vida, também, não fazia sentido deixar de gostar dele só por causa disso, mas teve uma época sim, bem ruim, que o tratava mal por eu estar mal. - como poderia dizer a ela, de maneira bem resumida, que não seria bom impedir-se de namorar por privações dadas a você mesma antes de sequer tentar? Se é que fosse seu caso, aí que confuso, não sirvo para ser psicologa! - O tempo passou, ficamos muitos anos sem nos ver, mas ainda o amava. Então, acho que se fosse para perguntar se conseguiria viver sem ele, a reposta seria sim, mas com certeza não viveria bem, e pelas próprias experiências, aprendi que não se pode evitar o amor quando está na cara e é recíproco. Claro, tem tretas pesadas demais,mas...

-Eu entendi o que quis dizer. - sorriu. A primeiríssima vez. Uma foto daquele instante valia mais do que as dos filhos novos da Angelina Jolie.

Suspiramos, pensando filosoficamente nos nossos amores... Eu, pelo menos, estava.

-Como sabe que eu quero? - toquei-me de que não tinha perguntado-me isso pois, desde ontem, tudo que falávamos era sobre a apresentação.

-O quê?

-Como sabe que eu quero me tornar pública?

P.O.V. - Bruno

Havia uma longa lista de apresentações no segundo dia no teatro. Apesar de, em comparação ao começo, existir bem menos, por alguma razão, queria sair o mais rápido dali para encontrar Lia. Estava com um mau pressentimento, e aprendi com a última vez que essas coisas podem mesmo funcionar.

-Está cansado, Bruno? - perguntou Ryan, provocando-me. Estava na cara que sim - Não se preocupe, faltam apenas... - olhou no seu luxuoso relógio - seis horas e cinquenta e três minutos para ver sua namorada.

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