Capítulo 23: Preciso de uma pausa

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Capítulo 23... Preciso de uma pausa

P.O.V. - Lia

Sonhei com ele, não que fosse surpresa. Não me lembro o que foi, mas me fez acordar feliz e calma, desculpando completamente as saliências que tinha feito pra mim. Segundo Fernando ninguém desconfiou de nada, isso porque "todo mundo tava dormindo e cuidando de suas vidas".

O vi no salão naquele dia, ele não poderia estar mais feliz, tudo estava muito bem... Até ela entrar. A mulher que o pai dele queria como sua noiva. Porém, amém Senhor, ele foi bem rápido: levantou, praticamente serelepe, segurou me sua costa e fez o caminho todo da volta.

Não sei o que aconteceu mas foi coisa boa, ele voltou e deu uma piscada pra mim que só os analisadores de vídeos de OVINIs teriam chance de conseguir captar. Mas, infelizmente, espíritos do mal estavam muito inspirados naquele dia, acarretando na volta da desgraçada. Isso dá até pro título de uma lenda urbana, só pra vocês verem o quão ruim é.

P

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P.O.V. - Bruno

Acreditem quando digo que tive dificuldades para dormir ontem, pensando na expressão envergonhada que ela fez quando "acidentalmente" beijei seu pescoço. Ah, se eu pudesse olhar para uma coisa por toda a vida, seria isso. Porém, contudo, entretanto, embora tenha tido menos de 6 horas de sono, estava super bem humorado.

A avistei com tanta facilidade que chegou a causar-me dúvida de o quanto estava acostumado a procurá-la, e ela olhou igualmente para mim, sorrindo.

Como se fosse uma distante nuvem negra em um belo dia ensolarado na praia, minha indesejada não-pré-noiva apareceu ali. Claro que eu levantei e a levei para fora, de que adianta ser educado quando o embuste (não só ela, meu pai também) não entendia a mensagem.

-Por favor, vai embora. Eu seriamente não quero nada com você, então... Só vai. - fiz um gesto com a mão. Seu rosto não poderia parecer mais surpreso mas, apesar disso, lentamente se virou e começou a andar para fora do jardim.

Estava prestes a sentar para tomar um delicioso café da manhã olhando diretamente para minha Lili ( quem não gosta de melosidade, meus mais sinceros "ata") quando ela entrou novamente.

-Desculpe, mas estou sendo paga para isso. - sorriu.

Olhei discretamente para direção da mesa de Lia, esperando uma reação exagerada e sentimental, mas sua face estava serena. Ainda fez o surpreendente gesto e sorrir antes de engolir pacificamente um pedaço de pão.

-Por que eu deveria..?

-Dá pra ser menos hostil, por favor? Nunca o tratei desse jeito, vamos ter uma relação pelo menos respeitável - seu sorriso morreu.

Sem ter uma resposta, afastei-me do salão. Se ela fosse conversar comigo, nem a pau que seria em um lugar tão público.

-Então... Não seria melhor nos conhecermos, mesmo que não esteja interessado.

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