Fria noite de inverno

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Remendos de roupa
Espalhados pela minha cama
No chão o pó espera ser limpo
Retiro uma carta antiga
No meu bolso
Amassada, quase rasgada
As palavras meio apagadas
Refletem a realidade
"COVARDE!"
Penso eu de mim

Acordo
Como se estivesse morrido
Sinto minha cabeça doer
A cafeína com seu efeito contrário
Me fascina mais
Do que o escuro céu
Já encho o terceiro copo
E ainda me encontro
No primeiro capítulo
Dessa fantasia mal maquiada

Tento compensar
A minha desatenção
Com um pouco de besteira
Lembro-me da carta
Volto a pegá-la
O lixo não é digno dela
Sublimando o fogo dentro de mim
Que arde muito visivelmente
A oitava aberração do mundo
O amor

Novamente
Perco meu sono
Era pra ser mais uma
Fria noite de inverno
Apenas mais uma
Mas já chegou a madrugada
E eu ainda não derramei
Aquela pesada lágrima
Na velha forma de poesia
Que embeleza minhas covardias

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