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Ele voltou. O tempo trouxe o coração
dele de volta. Ele me pede perdão
por ter me largado. Perdão por ter me arruinado.
Perdão por ter f*dido com o meu psicológico.
Que nunca tinha sido a intenção dele
partir — fugir, né? —, que ele se arrependeu
no minuto em que me virou às costas.

Eu o amei durante mil longos anos.
Eu ainda o amo, na verdade,
e poderia amar por mais mil décadas.
Mas por Deus, eu não posso mais
me prestar a esse papel tolo de ser
sua garota novamente. Não depois de tudo.

Eu preciso ser mais forte que os
meus hormônios. É necessário,
por mais irresistível que seja.
Não posso passar por outro sofrimento
como o do qual ainda estou me curando.
As feridas ainda são muito recentes,
é como se ele as estivesse abrindo
com as suas próprias mãos.

O que ele acha que está fazendo?

Eu tive que passar por tanta
coisa para aprender a viver sem ele.
Ele não pode está achando
que é fácil pra mim fingir que nada
aconteceu. Que os meses
em que passei, toda dolorida e com crises
de ansiedade, achando que
ele apareceria a qualquer momento
na janela do meu quarto,
não foram nada. Que não doeram.

Que esperar por ele, em vão, não sangrou.
Que não me trouxe pânico e horror.
Que não magoou minha alma.
Que não deixou uma saudade louca
e insaciável, que nunca pôde ser preenchida.

Querer voltar, mesmo tendo consciência
dos danos que ele me causou, só me prova
mais ainda de que ele nunca
passou de um c*nalha egoísta.

Eu preciso aceitar esse fim,
caso contrário eu não terei recomeço.
Sei que é difícil se esquecer de algo que
te atravessa todos os dias, mas
do que vale a dor de sofrer por
alguém que está feliz sem você?

Escrito por Emanuel Hallef

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