Anahí chegou em casa, deixou a bolsa no chão e jogou-se no sofá. Sua vida tinha dado uma volta completa em menos de meio dia, só queria enrolar-se com um edredom e chorar.
Estava quase sem trabalho, grávida e sozinha.
Porque, apesar de Rita ter lhe dado uma chance, ficar não era opção. O que faria quando a barriga começasse a crescer? E com as náuseas e o vômitos, no momento, não podia dançar.
Lembrou das vitaminas prescritas pelo médico e foi à cozinha pegar água. Ele havia dito que as náuseas sempre variam entre cada mulher grávida e, infelizmente, quase qualquer coisa a fazia sentir-se mal.
Inconscientemente colocou a mão na barriga. Sobre o seu bebê. Uma vida estava crescendo em seu ventre, sentia essa conexão, nessa altura já soluçava. Era o seu bebê... E de Alfonso.
Certamente tinha que dizer a ele.
Mas não agora.
Várias semanas depois conseguiu combater as horríveis náuseas e ficou satisfeita com isso.
Decidiu permanecer na academia até não dá mais, e com dor, deixou seu currículo em várias academias da cidade, mas é difícil em seu estado atual. Talvez seja melhor tirar uns meses de férias e usar suas economias enquanto isso.
Na academia, no entanto, tudo era estranhamente normal, exceto pelos olhares furiosos e os comentários de duplo sentido de Fabíola, que sempre se esquivava.
Falou com Ana Paula, Anahí contou tudo o que aconteceu, exceto a gravidez. Disse a ela mais ou menos como as coisas tinham acontecido com seu pai, e embora Ana tivesse ficado cabisbaixa, tinha que aceitar. A menina não ficou mais triste do que a própria Anahí por esse fato, teve que segurar várias lágrimas. Ainda não havia dito a Ana que iria se afastar da academia, não sabia como dizer, mas precisava.
Alfonso... Essa era outra história... Não o viu desde o dia em que ele saiu de seu apartamento. Ele não deixava mais Ana Paula na porta da sala de aula, nem saía do carro quando a buscava. Nem a ligou! Maldição! Sentia tanto sua falta que chegava a sentir dor no corpo. Lembrava de seus beijos, suas carícias, sua voz, cada palavra que pronunciou.
Você é muito linda!
Você está perfeita hoje.
Não consigo parar de pensar em você.
Minha cama sente sua falta, mas não mais do que eu...
Será que ele ainda senti sua falta? Não sabia, mas estava claro que ela sentia.
Talvez fosse o produto da gravidez, se convenceu, mas não conseguia tirar ele de sua cabeça. Abraça seu travesseiro todas as noites ansiando que fosse ele, afastando-se do seu celular muitas vezes para evitar ligar para ele. Dormia todas as noites com sua camisa que ele tinha deixado em seu apartamento um dia, e isso causou suas lágrimas. Maite disse que era normal ser sensível durante a gravidez, mas suspeitava que estava indo além do que era possível...
Sim, talvez ele tivesse preenchido um vazio na sua vida sem perceber. Encheu o espaço esquerdo da sua cama, a mesa no café da manhã e às vezes nos jantares, seu corpo ocupava sua pequena cozinha.
Até a barriga dela a tinha enchido com um bebê! O que, depois de assimila-lo, manteve-a feliz. Mas e o seu coração? A julgar pelo vazio que sentiu, provavelmente teria preenchido isso sem que ela percebesse.
Agora tudo, exceto por sua barriga, estava vazio. Novamente...
Também perdeu seu emprego. Embora, se fosse honesta consigo mesma, tinha que admitir que não foi tão ruim. Talvez porque odiava ter que se esgueirar no meio da aula quando estava tonta ou talvez porque não se sentia bem em um lugar onde não poderia ter a vida privada que queria sem afetar sua vida profissional. Ela até admitiu que estava aliviada de sair. Talvez fosse culpa da revolta das emoções em sua cabeça. Não sabia ao certo.
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A Professora De Dança - AyA
Romance"Proibido manter relações com os pais dos alunos" Uma regra era muito clara e muito fácil de ser acatada. Pelo menos até o momento em que Alfonso Herrera vai buscar a filha na academia de dança. A conexão e a atração entre eles é evidente e imediata...