Bem feito!

541 47 106
                                    

Que tal... Que tal que a Jennifer não fez nada. A loira só me deu um beijo na bochecha e disse que deveríamos ir jantar logo.

(...)

O pai de Jennifer nunca havia vindo a visitar antes, mas o filho da mãe fez questão quando soube que haveria uma confraternização dentro do quarto dos próprios filhos e depois uma grande festa na piscina. Eu sei que não trabalho no colégio, mas com muita insistência Lana me deixou participar. Estou sentado na frente do desgraçado e ao lado da minha namorada que não para de apertar minha mão.

— Então, o que devemos fazer? – pergunto.

— Eles só disseram para ficarmos com os pais no quarto e conversar. Matar a saudade. – Jenny diz olhando para o chão.

— No caso, eu estava morrendo de saudades da minha filhinha – David sorri. – vem dar um abraço no pai.

Jennifer olha para mim pedindo ajuda, mas eu não faço ideia da desculpa que daria.

Ela se levantou e o abraçou rapidamente. Ele a colocou com força sentado no próprio colo.

— Lembra-se de quando era pequena e sentava no colo do papai? – ele sorri e a mão que estava na cintura da loira desce para bunda acariciando ali.

Respiro fundo e sinto algo despertar dentro de mim. Me levanto e o ergo pelo colarinho fazendo Jennifer se levantar rapidamente. O empurro até seu corpo se chocar contra a parede. Meu punho acerta o meio do seu rosto com força e quando me dou conta estou no décimo soco. É como se meu cérebro tivesse entrado em transe, eu não consigo ouvir nada e muito menos sentir meu punho se chocando naquele rosto nojento. Eu só vejo o sangue que se espalha pelo seu rosto.

Jennifer tenta me puxar, mas claro que não consegue.

Vejo quando alguém abre a porta. Sean me tira de cima do velho e me joga em direção a cama. Sei que voltei ao normal quando escuto o choro de Jennifer. Ela está desesperada.

— Por que você fez isso professor? Que merda! – Sean cutuca o velho – acho que ele morreu.

Jennifer se aproxima do pai e se abaixa pegando sua mão. David abre os olhos e tenta pedir por ajuda, pois estava com dificuldade em respirar. Ela abre um sorriso e direciona as mãos em sua garganta. A loira começa a apertar com força enquanto chora.

Me levanto e a tiro de lá. Eu sei que é o que ele merece, mas ela não merece viver com um homicídio na cabeça pelo resto da vida.

— ME DEIXA CONTINUAR, ELE MERECE. ME SOLTA COLIN, ME SOLTA! – ela se debate contra meu corpo.

Calma, calma – sussurro em seu ouvido e a aperto mais. – Sean chame a ambulância e a polícia, por favor. Estaremos lá fora para explicar isso.

Os corredores estavam vazios. Quando chegamos lá fora a coloco sentada em meu colo e não a solto de maneira alguma.

— Colin, eu não quero contar. Por favor.

— Você precisa ok? Já passou muito tempo.

— Eu não quero. – seu rosto repousa no meu ombro.

— Eu te ajudo. – acaricio seu cabelo. – tudo bem?

Ela confirma.

— Eles estão vindo...

Vejo o carro da polícia e a ambulância se aproximar. Enquanto eles entram, um policial se aproxima de Jennifer e eu. Ela respira fundo e começa a contar a própria história sem nem ao menos me deixar falar. O policial diz para irmos a delegacia dar depoimento e assim fazemos. Não vi quando David saiu do colégio, não faço a mínima ideia de como ele está, e nem quero.

Professor mandão (Colifer)Onde histórias criam vida. Descubra agora