Capítulo 18 - Nunca acorde Dinah

2.8K 320 80
                                    

Se eu ia postar hoje? Não, não mesmo, mas prometi que postaria, então bora.

****

POV CAMILA

Lauren me levou ate o quarto, ela estava fazendo tudo no automático e eu percebi isso. Ela tentou continuar com o programa no automático mas eu nunca faria isso, tava na cara que ela não estava bem e eu seria bem filha da puta de fazer isso. Quando eu a abracei senti uma necessidade tão grande de protegê-la, ela estava tão vulnerável senti ódio por quem quer que seja a pessoa que a fez chorar.

A medida que Lauren se acalmava eu a liberava pouco a pouco de meus braços, quando me afastei senti falta de seu corpo junto ao meu mas ignorei essa sensação.

Ela me contou que estava assim por coisas que sua mãe havia lhe contado e eu senti raiva, raiva por alguém que eu nem sequer conhecia. Nós conversamos por muito tempo, eu paguei pela noite toda pois eu nunca deixaria Lauren voltar para lá nesse estado. Ela era uma garota legal e inteligente quando estava sóbria, mas também era cheia das patadas.

Quando sai do quarto eram três e meia da madrugada ou seja, bem tarde. Me despedi de Lauren com um beijo no rosto e um abraço apertado porque eu sabia que ela estava precisando. Desci para a boate e lá encontrei uma Dinah dormindo em cima da mesa ao lado de Vero, fiz careta ao ver as garrafas de bebidas ao lado delas. Revirei os olhos e peguei uma vassoura para cutuca-las, eu que não colocaria minhas lindas mãos nessas imundas.

Cutuquei Vero que deu um pulo se assustando e me assustando ao mesmo tempo.

- Sua filha da puta quer me matar? - Vero diz e olho para os lados para ver se minha mãe não brotava de algum lugar. Felizmente ela não brotou.

- Não, você que tava parecendo morta, eu so quis verificar - dou de ombros - se tivesse morta eu que não iria querer que minhas digitais ficassem no seu corpo e provavelmente ser condenada por te matar e pegar prisão perpétua.

- Que viajem - Ri - Ta vendo filmes de mais.

- A Dinah não ta morta ne? - pergunto e ela da de ombros, pego a vassoura e quando vou cutuca-la paro e penso "tomara que ela esteja morta ou eu estarei morta" Vero se irrita com a minha demora e toma a vassoura de minha mão ela cutuca Dinah sem a menor delicadeza. Descanse em paz. Dinah acorda bruscamente virada no capeta. Olho para uma Vero totalmente palida, ela me olha com um olhar desesperado.

- CORRE - grito e começamos a correr sendo perseguidas por uma Dinah virada no cão e com uma vassoura na mão. Se ela nos pegar temos as seguintes opções:

1) morrer com a vassoura enfiada na guela.

2) morrer com a vassoura enfiada no cu.

3) morrer com a vassoura atravessada do cu à guela.

De qualquer maneira eu sou uma mulher morta.

- VOLTA AQUI DESGRAÇA - Dinah grita, varias putas nos olhavam com um ponto de interrogação na cara.

- DESCULPA EU NÃO QUIS TE MACHUCAR - Vero gritava desesperada.

-VOCÊ NÃO QUIS, MAS EU QUERO.

- Vero sua puta do caralho, por que foi cutucar ela? - eu estava ofegante e cansada de correr, Dinah estava em toda sua glória das pernas grandes, cada passo dela é três dos meus então ela não vai cansar nunca.

- Eu fiz o que você não teve coragem de fazer - ela dizia também ofegante. Continuamos a correr até que... até que eu tropecei e caí levando Vero ao chão junto comigo - Sua desgraçada, agora vou morrer por sua culpa - Ela gritava desesperada. Dinah chegou tão rápido que deixaria até minha mãe no chinelo, nem vi o que me atingiu so senti que era gelado e molhado. A desgraçada nos molhou com bebida que pelo cheiro senti que ela vodka e das baratas. Meu rosto se contorceu em uma careta, Vero não estava atrás, estava molhada da cabeça aos pés.

- Sua vadi... - Perdi a fala quando vi Dinah com uma caixa de fósforos na mão - Dinah não faz isso com sua vida, eu sou sua amiga, nós somos amigas desde criança e eu te amo muito. Dinah isso foi so uma brincadeira, ninguém queria realmente te machucar, não faz isso eu sei que seu sonho é ser famosa mas não precisa ficar famosa por matar a melhor amiga queimada porque ela só quis te acordar pra te levar pra casa - Eu estava divagando e pela cara de Dinah ela não estava gostando, então me calei.

- E-eu só tava brincando, D-dinah eu prometo nunca mais te acordar. E-eu não posso morrer solteira, quem vai chorar e fazer escandalo no meu caixão? E e-eu não posso morrer queimada, eu sei que sou gostosa mas não preciso ser assada, sou um sushi e tem que se comer cru e não assado - Vero chorava desesperada, se a situação fosse outra eu estaria rindo agora, mas não era hora. Dinah nos olhou seriamente, riscou o fósforo e eu ja chorava abraçada a Vero totalmente desesperada até ouvir a risada de Dinah.

- Me diz que alguém gravou isso - ela ria escandalosamente - Isso foi demais - Ela limpou uma lágrima imaginária. Eu ainda chorava juntamente com Vero - Tá, tá parem de chorar eu não vou matar vocês... Hoje - Começamos a chorar mais alto - Tá eu não vou matar vocês agora para o berreiro - engoli o choro mas ainda fungava.

Levantei e marchei rumo à saida. Dinah e Vero me seguiam mas ignorei a presença delas.

- Chancho vem aqui - Chama mas ignoro - Eu só tava brincando.

- Brincar de cozinhar a amiga, que brincadeira legal.

- Olha você pegou pesado, não é porque sou piranha que vou querer ser frita - Vero disse e Dinah ri mais alto, isso me deixou mais irritada.

- Eu só tava brincando...

- Então brinca de chamar um taxi porque no meu carro você não entra! - digo realmente puta.

- Você não pode fazer isso comigo.

- Posso e vou, se vira procurando um taxi - sai sem me despedir e peguei as chaves do carro, vi Dinah correndo atrás e acelerei meus passos. Entei no carro e tranquei as portas, Dinah batia no vidro e gritava todos os palavrões do seu vocabulário e outros que acabou de inventar. Liguei o carro e sai deixando Dinah correndo atrás.

Não me julgue, ela me irritou. Cansei dela fazer o que quiser e sair impune.

Se eu vou morrer? Vou, mas pelo menos me vinguei.

Durante a trajetória até meu prédio eu pensei, pensei que talvez eu tenha pegado pesado de mais. Me livrei desses pensamentos assim que cheguei ao prédio. Entrei no elevador com uma estranha sensação de perigo. A cada andar que passava eu sentia um calafrio, andei pelo corredor vazio tremendo de medo, enfio a chave na fechadura e penso duas vezes antes de entrar. Tudo escuro, silêncioso demais. Jogo a bolsa no sofa e acendo a luz e quase infarto, na sala estava Dinah e Sinu me encarando com caras assassinas. Engoli em seco e me preparei pro impacto que aconteceu em fração de segundos.

Dinah atirou seu tênis e Sinu sua rasteirinha e minha tamanca. O tênis pegou em minhas costas, a rasteirinha em meu braço e a tamanca em minha cara. Nem preciso dizer que cai desmaiada no chão.

...

Laurena Boceta de Ouro Onde histórias criam vida. Descubra agora