20 - Sozinhos, de novo.

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     Rafael


     Eu não aguento mais! Cada dia mais que eu passo junto com a Flávia é uma parte de mim que morre. Eu não posso mais fingir que amo ela, eu amo a Vih! A mãe da Sasa que me perdoe, mas não posso mais ficar assim.

     Chat:

     Rafael: Me desculpa...

     Mãe Sasa: ???

     Largo meu celular na cama e vou até a sala encontrando a Sasa sentada no sofá. É a minha chance... E dessa vez não vou desperdiçar.

     - Precisamos conversar.

     - Não precisamos.

     - Infelizmente, precisamos sim.

     - Não, não precisamos. Não precisamos conversar porque eu sei o que tu veio me falar. Eu não sei o que aconteceu comigo, mas ultimamente tenho tido algumas visões passando pela minha cabeça, momentos que pensava não ter vivido. Mas hoje eu percebi, eu vivi esses momentos, mas não me lembro. Ontem eu me lembrei de nosso termino, foi como viver aquilo de novo, e não foi nem um pouco legal. Eu ainda não tinha certeza, mas estava duvidando. E como não duvidar? Tem agido estranho e obviamente tem um motivo. Tu não me ama mais, esse é o motivo. Agora tenho certeza.

     - Eu... – Ela me interrompe.

     - Como puderam fazer isso comigo? Me esconderam a verdade, mentiram pra mim. Me fizeram de idiota! Teria sido menos doloroso se tivesse me contado isso no dia em que perdi minhas memórias, o dia em que sai do hospital pensando ter desmaiado no banho. O que aconteceu comigo de verdade? O que me fez perder a memória?

     - Eu sinto muito, eu queria contar a verdade. Mas tua mãe pensou que seria melhor pra ti se lembrasse sozinha. Acho que não sou a pessoa certa pra te contar.

     - Ótimo. Se não vai me contar, então eu vou embora. Passei muito mais tempo aqui do que gostaria. Toma – Ela me entrega a aliança. -, isso não me serve mais. – Ela pega as poucas coisas que trouxe pro meu apartamento. – Tchau Rafael.

     - Tchau. – Ela vai embora.

     Foi mais fácil do que eu pensei. Até porque não tive que falar nada. Espero que a Vih consiga me perdoar.


     Vihtória


     Acordo e vejo que o Alan já levantou. Me sento e pego meu celular, entro no Instagram. Pouco tempo depois, o Alan entra no quarto com duas xícaras de café.

     - Bom dia. – Ele fala e me entrega uma das xícaras.

     - Bom dia. – Falo depois de tomar um gole do café.

     - Sábado finalmente.

     - Como assim finalmente? Os últimos dias tem sido como o fim de semana.

     - Sei lá.

     - Como assim? – Falo rindo e ele me acompanha.

     - Vamos fazer o que hoje?

     - Não sei. Vamos na praça?

     - Fazer o que?

     - Não sei.

     Alguém bate na porta.

     - Pode deixar que eu atendo.

     - Ta, vou trocar de roupa.

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