Vozes

19 7 0
                                    

"Há alguns dias a pacata Greengarden e a Pequena-Grande Whitesnake enfrentavam uma grande dificuldade. Um assassino que até então era desconhecido pela população. Sua caça foi difícil, pois não haviam pistas que levavam ao autor. Apenas círculos desenhados em sangue, gravados em paredes ou em árvores, que estavam presentes nos locais onde as vítimas foram encontradas. Nada além de círculos. Mas por uma obra do acaso e de um ato de heroísmo sem querer, o assassino foi parar nas portas da Delegacia de Polícia Alfred Montgomery, em Greengarden. O homem conhecido como Derek Overwise não tem sequer uma passagem pela polícia, mas os amigos afirmam que ele sempre fora 'esquentadinho' quando era menor. Ele será transferido para o Presídio Estadual de Saint Andrion para então cumprir sua pena que, de acordo com o Governador do Estado de Alboro Martin Powell e o Capitão da Polícia Steven Gheyl, será pen de morte.

Aqui é Elizabeth Benkins, para o Alboro News."

CELA PROVISÓRIA DA DELEGACIA

O homem e sua cela. Nada faz o homem pensar em seu caminho trilhado e as consequências de suas escolhas do que uma cela cinza e sombria. Geralmente trás arrependimento, às vezes fé, ódio, desespero, vingança ou até mesmo a morte.
Para quem vive em uma cela o resto de sua vida, mais um dia não é nada. Derek viveu numa cela sua vida inteira, mais um dia não é nada. Agora ele vive em uma cela dentro de outra cela. "Mas que merda de cela é essa ?" Ah meus amigos, a primeira cela que me referi foi a da prisão da delegacia, a segunda é nada mais nada menos que o seu passado, seus momentos de amor, de tristeza, de luto, de ódio, loucura e vingança.

Ele observou o rosto daquela mulher que falava na TV. Ele se lembra. Elizabeth Benkins, a mulher que o levou até Whitesnake para encontrar Adam, que o levou até o bar onde matou aquele homem, foi abatido e levado a Delegacia de Greengarden. E que agora apareceu de volta para ele na TV. E anteriormente, no dia que Anthony Rich o agrediu.

- Anthony, droga. Saia. - Disse Hoffman. Derek acompanha o homem saindo pela porta e passando pela vidraça da frente. Ainda resistindo contra o sedativo, ele, após Anthony sumir dali, enxerga Elizabeth na porta da Delegacia conversando com Dave Douglas. Ela o olha e depois sinaliza com a cabeça ao policial da PESA que sim. Após isto, ele enfim, apaga.

Dois dias se passaram desde então.

- Acorde, Derek. Acorde do sonho e torne-o realidade. - Uma voz familiar soa em seus ouvidos. Não nos seus pensamentos, não. Em seus ouvidos. Ele está deitado na cama em sua cela. - Você sabe que pode. Você só está aqui por um acaso. Um maldito acaso.
- Me deixe em paz. - Disse Derek, virando para o lado da parede.
- Não posso deixar você em um estado que nunca foi presente em sua vida. Sua vida nunca teve paz. Você não lembra ? Eu nunca te dei atenção, sempre te desprezei - a voz mudou e se igualou a de Darly Overwise, sua mãe - eu quase te matei, desgraçado. Você, sua mãe, seu irmão. Todos vocês - a voz mudou novamente, desta vez para a de Daryl Overwise, seu pai - Eu sempre te odiei, garoto. Agora ela descansa em paz, algo que ela não teria se continuasse viva ao seu lado. - A voz soava como a de Ellyna McCain - Você é uma má influência. - A voz mudou para a de Elias Saegard, o professor da época da escola - Você não lembra dessas coisas ? Elas te atormentaram por toda a sua vida. Como pode se esquecer ? Ninguém esqueceu. - A voz então voltou a ser familiar, porém estranhamente bizarra.
- Me deixa em paz, droga! - Ele pula da cama com uma ferocidade e os punhos cerrados, mas não há nada ali além de barras de ferro e concreto. Não há ninguém ali além dele. E não havia ninguém.
- Ei, pilantra. Quer que eu entre aí e te dê uma surra como o antigo xerife fez ? Você está do lado de dentro das grades, você não é nada aí. Você está preso. - Disse o agente carcerário da delegacia. Derek o olhou no peito e viu apenas o nome Rokcery. Não que fosse muito relevante, mas ele olhou mesmo assim. - Ou você não lembra ? - E Derek o olhou de volta nos olhos e avançou nas grades estendendo a mão na direção da arma. - Oh, oh. Você quer ? Pega. - Ele levanta o coldre e aproxima da mão de Derek, indo para frente e voltando, como se estivesse brincando. - Pegue, Derek. Pega. - Derek então o segura pelo pescoço com a mão direita e o puxa para perto, com a mão esquerda ele retira a arma do coldre. Ele empurra o agente na parede e, antes de ele cair no chão, Derek dispara atingindo a boca do sujeito. Ele tenta disparar mais vezes mas a arma trava. Sente-se a inutilidade da arma que então é atirada contra o corpo do sujeito. Derek apenas vira de costas e anda em direção a cama, mas um grunhido o chama atenção, uma respiração pesada atrás dele e então uma mão fria pousa sobre o seu ombro, virando-o para trás revelando um sujeito com os lábios estourados e pendurados com um uniforme azul, onde em seu peito está gravado Overwise no lugar de Rockery. Derek o encara e ora via o rosto de seu pai, ora o de seu amigo Adam e então o seu próprio rosto que o encarava com olhos vermelhos de sangue, quase pulando das órbitas.

O Assassino: Derek Overwise Onde histórias criam vida. Descubra agora