Um anjo em minha vida

Brigadeiro

  - Acordem.

  Abri os olhos e vi Dean olhando para mim e Cass na cama. Meu Deus, que horas eram? O relógio na parede marcava dez horas da manhã.

  - Posso saber o que vocês estão aprontando? 

  - O que?

  - Megan, o que você está fazendo na cama junto com Castiel? Posso saber ou é algo que eu repugnaria?

   - Dean, por favor, Cass é meu amigo.

  - Pelo que eu estou vendo não parece, Megan.

  - Olha, ontem eu e Cass jantamos juntos... Então ele estava bravo com a Su e começamos a cantar juntos e dançar. Bebemos um pouco e você sabe que eu não tenho muita tolerância ao álcool, então acho que desmaiei. Acordei de madrugada com o Castiel deitado no sofá e senti uma ânsia de vômito, Cass me ajudou quando eu estava vomitando e lavou meus cabelos. Logo depois, ele disse que voltaria para o sofá da sala. Eu estava de ressaca porque tinha bebido e , como já disse, minha tolerância alcoólica não é lá das melhores. Fui atingida por uma carência doentia e pedi lara que ele dormisse aqui comigo, mas calma, Dean. Não aconteceu nada de mais.

  Olhei para Cass, deitado de lado, de costas para mim e ainda dormindo.

   - Megan, não minta pra mim.

  - Olha, pai...

  - Pai?

  - É... Você é um pai pra mim, Dean. Posso te chamar assim ou...

  Os olhos de Dean se encheram de lágrimas e ele me abraçou.

  - Sim, querida, pode. - Ele sorriu. - Mas nunca se esqueça do grande homem que foi o Jack, está bem?

  - Claro. Você está bravo?

  - Olha, não durma mais com o Castiel. Não quero que nada te aconteça antes da hora... prometi isso ao seu falecido.

   - Como? Ele morreu...

   - Sabe o dia no qual você o matou? Ele me ligou de manhã, perdendo a cabeça e sabia que eu te acharia ou você me acharia. Ele me fez jurar que eu cuidaria de você... Acho que ele deixou o telefone ligado em cima da mesa e então eu ouvi gritos de um outro homem e depois ouvi seu pai, enlouquecido. Ele recuperou a humanidade por minutos para me pedir para falar com você. Então, ouvi um tiro pelo celular e depois uma motocicleta sendo ligada...

   - O que?

   - Então, eu já estava pronto para te buscar quando você chegou aqui. As câmeras me alertaram... Sabe quando eu disse que não sabia nada sobre seu pai? Eu estava mentindo... me sentia culpado. E menti por mais de dois anos. Era para lhe contar no seu aniversário de dezesseis, quando já estivesse madura. Te contaria do último desejo de seu pai e falaria com orgulho que você o fez recuperar a humanidade, ele quis protegê-la... Sabe quais foram as últimas palavras dele?

   Meus olhos transbordavam lágrimas. Castiel ainda dormia feito uma pedra a meu lado e certamente não ouviu uma sequer palavra de Dean.

   - Não, não sei.

   - Ele me mandou te contar. As últimas palavras dele foram: "Diga a ela que eu a amo."

   Desabei. Me encostei em Dean e comecei a chorar como uma criança.

   - Megan, você amadureceu rápido. Eu acho que já estava na hora de te contar. Me desculpe por não tê-lo ajudado.

   - Eu te desculpo, pai..  eu te desculpo.