A Informação de Anna

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Suponho que não tenha dormido nem ao menos três horas, já que Dean irrompeu por meu quarto me acordando, e ainda nem era meio dia. Ele entrou estressado, e eu lembrei da espada prateada que eu estava guardando abaixo da cama. Ele me olhou, ofegante, e se sentou em minha cama.

- Megan?

Megan? Não. Eu não era mais Megan. Megan havia ficado em um passado distante de dois dias. Eu não queria ser conhecida como Megan, nunca mais. Eu era Meg, e sempre fui. Megan nunca existiu, eu sempre fora Meg, e queria ser chamada por meu nome correto.

- Me chame de Meg, papai.

- Meg... Castiel... ele...

- O que houve com Cas? - Falei com desespero na voz.

- Ele estava morrendo! Eu não sei o que aconteceu, mas eu cheguei na cabana dele agora há pouco e o vi, com a garganta cortada.  Estava lutando para respirar!

- Meu Deus! Como ele está?

- Está bem.

Meu coração diminuiu o ritmo acelerado que o possuia. Cas fora atacado? Por quem? O que acontecera?

- Como ajudaram-no?

- Eu estava correndo e... Morte me ajudou. Ele mandou-me calar a boca e curou Castiel. Eu não sei porque, mas deve ser algo com Deus. Ele estava conversando com Chuck enquanto comia uma pizza e andava. Ele e Chuck foram ajudar Cas e eu vim chamar você! Vamos!

Ele saiu correndo pela porta e eu me levantei de um salto. Cas fora atacado. Teria sido culpa minha? Mesmo de camisola, saí correndo pela porta atrás de Dean.

Quando chegamos à cabana de Cas, ele estava curado. Conversava com Chuck enquanto o olhar pesado de Morte pairava sobre eles. Ele tinha uma xícara enorme e branca de chá de camomila nas mãos, que tremiam como nunca. Ele estivera perto da morte. O que eles conversavam eu pensei que nunca chegaria a saber, pois na mesma hora em que entrei pela porta de madeira do quarto, os dois se calaram, deixando um silêncio mortífero dominar o ar, e a presença de Morte no campo me deu arrepios pela primeira vez.

Olhei a cama, normalmente arrumada, branca e impecável de Castiel, e ela estava banhada com sangue, provavelmente ainda quente e úmido. Senti náuseas só de olhar, e quando senti o cheiro de sangue fresco invadir minhas narinas juro que quase vomitei no tapete. Respirei fundo, fechando os olhos, e depois piscando freneticamente. Olhei para a garganta de Cas, sem nenhum arranhão no momento. Olhei para Chuck, que parecia abalado. Olhei para Morte, como sempre calmo, sereno e vestido com cores negras. Ele me olhou de volta, me avaliando. Senti que estava lendo minha alma como uma pessoa comum lê um livro. Ele abaixou a cabeça e ficou em silêncio.

- Você está bem?

Ele apenas mexeu a cabeça para cima e para baixo, sinalizando um "sim".

- Posso falar com você? A sós?

Ele parecia em choque, e suas mãos começaram a tremer ainda mais. Vi o chá da caneca se mexer, ameaçando cair a qualquer momento. Cas fez o mesmo movimento de cabeça, e se levantou. Ele me seguiu até o corredor, e eu vi o quase imperceptível gesto de Morte, fazendo com que ninguém pudesse nos ouvir, quando fechei a porta.

Castiel tinha os olhos arregalados de medo, talvez algo que ele nunca havia sentido tão fortemente em toda a sua existência.

O medo é psicológico, mas é forte. Ele pode te dominar de uma vez, ou ir te abocanhando aos poucos, se alimentando de você lentamente.

- O que aconteceu?

- F-fui atacado.

- Você sabe por quem foi atacado?

Um anjo em minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora