Um anjo em minha vida

O Encontro

O dia seguinte correu rápido e muito bem. Dean não descobrira nada, nem sobre meu eu demônia, nem sobre a noite com Cas. Não era dia de aulas, então fiquei na cama até mais tarde, relembrando meus olhos negros no espelho, relembrando o jeito que me vi. Lembrei que precisava da lâmina do arcanjo de Gabriel. Será que ele me daria?

Dean aparecera em minha casa, falando que Morte havia simplesmente aparecido no campo e pedido uma pizza. Perguntei a ele se poderia falar pra Morte que eu gostaria de falar com ele. Dean não se importou e saiu de meu quarto. Fiquei impressionada com o fato de que ele nem desconfiasse que 'sua menininha' fosse uma das coisas que ele caçava e mais odiava. Além disso, também fiquei surpresa que ele não soubesse de NADA da noite alucinante que tive com Castiel. Relembrei cada momento como se fosse na hora. Mordi os lábios e me lembrei de seu sorriso malicioso e o brilho em seu olhar. Era engraçado, ele era meu melhor amigo e um anjo. Muito engraçado um anjo se envolver com uma demônia. Eu me surpreendi que ele não tivesse me repugnado.Acho que, como perdera sua graça, não podia ver minha verdadeira forma, que na verdade, eu não achei tão feia assim. Será que ser demônia fazia com que nem nos importassemos? Eu poderia sair de meu corpo e possuir outro? Fiquei chocada que sim. Deixei meu corpo estirado na cama umas dez vezes enquanto me divertia, saindo e entrando em mim novamente, como fumaça.

Minutos depois, Dean apareceu na porta com um senhor respeitável, de cabelos negros e um anel. Era Morte, ele havia vindo.

- Dean, pode sair por favor?

- Por que?

- Dean...

- Ok...

Meu pai se retirou contrariado do quarto. Morte me encarou, me avaliando.

- Eu posso ver.

- Eu sei que pode.

- Talvez seja por isso que não quer que Dean ouça esta conversa.

Ele apontou a mão para a porta e eu senti que ninguém poderia nos ouvir.

- Fale, Meg.

- Você sabia?

- Mas é claro que sabia!

- Por que não me disse?

- Você não perguntou,  perguntou?

- Não...

- Pois bem, está aí o motivo. Mais algo?

- Suponho que também saiba que Gabriel vem me visitar hoje.

- Sei...

- Ele tem a lâmina?

- Com toda a certeza.

- E ele me dará?

- Suponho que você descobrirá sozinha.

- Droga! Bem, eu morri?

- Tecnicamente não. Sua alma nunca fou ceifada, há algo nela bem mais poderoso que eu, provavelmente obra de Deus.

- Mas por que ele iria querer salvar uma futura demônia?

- Deus tem os motivos dele, e eu não os questionarei.

- Certo. Eu tenho chances?

- Mais do que qualquer um.

- É, acho que acabamos... O que acha de descansar?

- Foi para isso que vim aqui.

Ele se levantou da ponta da cama e caminhou até a porta. Quando girou a maçaneta, Dean esperava impaciente.