Refém

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Pov Daryl

Cada mínimo pedaço de mim reclama de dor. Minha cara está toda inchada e tenho plena noção de muitos outros machucados espalhados pelo corpo. Me sinto cansado, mas mais que qualquer coisa me sinto cheio de odio e culpa.

Dwight aparece novamente  e me puxa pela roupa. Não ofereço resistência.  Nos movemos pelos corredores infinitos desse inferno, até que estamos uma espécie de quarto. É arejado, arrumado, com uma cama, armários e sei lá mais o que. Nenhuma arma que eu possa usar ou roubar.

Negan está aqui, com aquele maldito sorriso no rosto.

—Gosta do que vê?- pergunta em tom sarcástico e tenho vontade de quebrar os dentes do maldito.- Sabe que pode ser tudo seu, que é só responder certo.

Ele me entrega um copo de água, que pego mas não coloco na boca.

—O que, não está com sede? Ah, claro, está com a boca mais inchada que bunda de babuíno- zoa rindo, e então se vira pro capacho-  Pegue um canudinho para ele D.

Menos de um minuto depois um canudo está no meu copo. Cachorro adestrada, é isso que esse filho da puta é. Deveria ter deixado morrer naquela porra de floresta.

—Sabe, eu não sou um cara tão ruim assim- diz Negan e o olho sem expressão- Não, não, eu sou um cara bom com os meus. Olhe para o D., que me roubou e fugiu levando a mulher e a cunhada. A cunhada, uma gostosinha de primeira, era cara de manter, com remédios e tudo mais, e por isso tinham que trabalhar para pagar o esforço, mas ainda assim tiveram a cara de pau de fugir.  Perderam a cunhada gostosa.

Ele balança a cabeça negativamente.

—Ele voltou implorando para que eu não matasse a esposa dele. Bem, sendo sincero, eu não ia matar. Mas foi divertido ouvir as apelações. Sherry me implorou pela vida dele,  dizendo que faria o que eu quisesse, até se casar comigo, o que seria um bom negocio se eu já não estivesse casado com a porra da mulher mais gostosa dessa desgraça. Eu pensei, pensei, e então me dei conta de que ela poderia se casar com o Simon, que estava querendo ela a um tempo. Por que não? Ela aceitou, mas isso ainda era pouco, então o Dwigth ali teve que enfrentar o ferro. Agora está ai, no bem bom. Sem esposa, mas no bem bom.

Ele para, aperta os olhos me encarando. Continuo em silencio. O cara é o diabo, o demônio, tudo isso misturado. Filho da puta, desgraçado.

—Eu só tenho uma pergunta para você- diz me olhando fixamente- Quem é você?

Ele quer que eu diga Negan, como todos os outros cachorros treinados dele, mas não importa o quanto me torturem eu não vou quebrar, não vou me curvar a esse homem. Não importa se o que como é comida de cachorro, não vou me tornar um.  Levanto a cabeça em desafio, olho-o de igual para igual.

—Daryl.

Assisto com satisfação o sorriso sacana dele sumir por um momento, para voltar logo em seguida.

—Esse é o único jeito...- começa a argumentar o desgraçado do lado, mas o chefe levanta a mao calando-o na hora. Nem me dou ao trabalho de olhar pra ele, mantendo meu desafio vivo ao não desviar o olhar.

Negan abre a boca pra falar, mas é interrompido por uma voz feminina.

—Então, quem é você?- pergunta com uma voz melodiosa, alguém ao meu lado.

—Daryl –respondo novamente, se eles acham que vou mudar a resposta só por causa de uma mulher ter perguntado estão completamente errados. Tiro os olhos de Negan lentamente, para seguir seu olhar.

Paro por um segundo, totalmente abobado quando meus olhos encontram uma mulher loira, pouco menor que eu, com curvas absurdas, rosto de anjo e olhos de um castanho escuro profundo. Pelo inferno mais profundo e sangrento, que diabos? É a maldita mulher mais bonita e gostosa que já vi na vida.

The devil's wife Onde histórias criam vida. Descubra agora