Amando o Diabo

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POV Daryl

Aquela musica infernal ecoa em minha cabeça de modo torturante. Estou caído no chão, tentando bloquear o som, sem sucesso. Meu corpo reclama por causa dos machucados e pela falta de tempo dormido. Sinto-me enlouquecer aos poucos.

A porta é aberta bruscamente, a luz me cegando por um momento, e então Dwight entra todo superior, apesar de ter uma expressão de desgosto no rosto.  Demoro alguns segundos para notar que a mulher de Negan está encostada no batente da porta. Um pecado ser gostosa daquele jeito.

Brigo comigo mesmo mentalmente pelo pensamente pervertido. Estou acabado e ainda consigo achar a desgraçada atraente.

-Vamos começar com o básico- ela diz se desencostando e entrando na cela suja. De um modo estranho eu quase sinto vergonha ao me dar conta de que estou todo vomitada- E desligar essa porra de música.

Como o esperado suas ordens são atendidas instantaneamente. Ela anda pelo pequeno cômodo, tomando cuidado para evitar as nojeiras do chão. Chega perto de mim, se abaixando sobre os pés até os olhos castanhos estarem na mesma altura dos meus. Se inclina em minha direção e meu primeiro impulso é chegar para trás, mas paro o movimento antes mesmo de começar.

Ela estende o braço e pega a foto no chão. Desvio o olhar, aquela foto acabando comigo um pouco mais. O olhar dela perante a imagem é interessado e frio. Ela se levanta, troca algumas ordens com Dwight e sai.

O desgraçado chega na porta, troca algumas palavras com alguns outros capachos e volta até onde estou. Me puxa pela roupa como sempre faz, e me deixo guiar, sabendo que resistir agora não iria dar em nada.

Depois de algumas voltas, ele para em frente a uma porta, e bate. A voz melodiosa dela responde do lado de dentro, e entramos.

Ela está sentada comendo alguma coisa. Meu estômago traidor reclama, e imagino que essa seja a tortura dela: Me fazer assisti-la comer do bom e do melhor, enquanto passo fome.

-Já pode ir agora, Dwight – diz depois de engolir mais uma garfada.

-Não sei, pode ser perigoso te deixar assim com um prisioneiro, Brooke. Negan não vai gostar disso.

-A porra do prisioneiro é meu, então eu lido como eu quiser e não quero você perto. Além disso, se ele tentar algo estupido você bem sabe o quão eficiente eu sou. Fora.

Sem escolha ele se retira do recinto, fechando a porta atrás de si. Noto que ela é confiante o suficiente para ficar sozinha comigo no cômodo, e não consigo distinguir se é burra ou se é muito boa mesmo.

Ficamos nos encarando, um medindo a força do outro. Está tão bonita quanto no dia anterior, mas hoje os cabelos estão presos no alto da cabeça, o que deixa seu pescoço e rosto a mostra. Está sexy pra caralho, e eu quase, quase mesmo, sinto meu corpo reagir a ela.

-Sente-se- ordena sem tiras os olhos de mim. Meu primeiro instinto e cruzar os braços e me recusar, testar até onde ela vai, mas acabo guardando essa briga para outro momento.

Assim que me sento, um prato é empurrado em minha direção. Está montado, cheio de comida e com uma colher dentro. Ergo uma sobrancelha, suspeitando.

-Não tem veneno- ela diz parecendo se divertir com minha expressão- O sentido de ter um refém é exatamente mante-lo vivo.

Continuo parado e ela rola os olhos, se inclina sobre a pesa e pega uma colherada de comida colocando na boca.

-Satisfeito?-pergunta depois que engoliu.

Dou de ombros e ela balança a cabeça negativamente.

The devil's wife Onde histórias criam vida. Descubra agora