Instintos

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POV Daryl.

Eventualmente acabei descobrindo que desejar Brooke não é uma coisa opcional para mim. Gosto de pensar que é porque é a única mulher bonita que aparece por aqui, além do fato de que é uma das únicas que me trata como uma pessoa.

Ultimamente ela vem se mostrando a porcaria de uma Rainha do gelo com muito mais frequência, o que me faz pensar que está tendo algum problema no paraíso com seu noivo maldito, o que me faz sentir melhor.

Estou tentando tira-la de minha cabeça quando ela entra no cômodo em que estou trabalhando com Lars ( um dos caras com quem ela anda, um dos amigos dela ou sei lá o que) e Kieran

A reação do irmão dela é instantânea, soltando a ferramenta e se virando para ela,  perguntando o que há de errado. Eles cochicham entre si, e logo Lars também está no assunto, e o que me resta é assistir de longe.

Os rádios deles começam a zunir, e ouço vagamente alguma coisa sobre uma busca. Ela grunhe irritada e anda de um lado para outro inquieta. Acho divertido, porque esse descontrole desmancha toda sua pose de Rainha do gelo e companhia.

-Você não está me dizendo que vai sair em uma busca sem mim, quando estou a ponto de estourar e preciso treinar ou algo assim- rosna parando em frente ao irmão e jogando o cabelo para trás com um movimento impaciente.

-Você sempre pode achar alguém para treinar com você, Brooke- responde ele pegando as ferramentas e guardando em uma maleta- Você tem um exercito de caras prontos para fazerem a porcaria que você quiser.

-Annie está fora com Meg, e agora você e Lars vão sair. O resto é capacho que não tem peito suficiente para isso.

-Melhor que nada, irmãzinha- diz já se virando para a saída.

Ela continua encarando a porta aberta, mesmo depois que os dois já saíram, e para mim parece uma criança mimada. Xinga baixinho e mexe as mãos em movimentos de abrir e fechar, mas então move a cabeça e fixa os olhos castanhos em mim.

-Vai ter que servir- diz  mais para si mesma do que para mim, e eu quase, quase mesmo, me ofendo como fato de que sou uma ultima opção. –Oi Dixon.

-O que você quer, Brooklyn?

-Quero pancadaria, e acho que você pode me dar isso- responde caminhando a passos rápidos em minha direção.

Ela enlaça minha mão, e então me puxa porta afora

(...)

Olho ao redor surpreso. A sala para onde a maluca me arrastou e nada mais nada menos que uma imitação de academia, sala de treino alguma merda assim. Tem chão com aquelas coberturas típicas e é para onde ela se dirige logo após trancar a porta.

-Deixa eu ver se entendi, você quer que eu te bata?- pergunto franzindo a testa, realmente indignado.

-O que?- pergunta atordoada, se virando para mim em seguida- Não, claro que não.

-O que você quer então?

-Quero que venha até o centro, e me ajuda a treinar porque preciso desesperadamente aplacar essa raiva que estou sentindo- diz dando de ombros.- Já praticou lutas alguma vez?

Nego com a cabeça e me encaminho em sua direção, mais curioso que qualquer outra coisa.

-Quero que pare meus golpes, segure as almofadas, essas coisas- explica e para pra pensar por um momento- Ah, acho que pode ser legal você imaginar o que aconteceu na floresta, mas desconsiderando a parte de que era pra valer.

Dou de ombros e resolvo tentar. Algo que me diz que ela realmente está chateada com alguma coisa, e isso me preocupa. Xingo a mim mesmo por isso.

-Sou seu prisioneiro, não seu bonequinho de pancadas.

The devil's wife Onde histórias criam vida. Descubra agora