Preocupação, carinho e laços de sangue

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Hey pessoal, como vcs estão? O que estão  achando da historia? Nesse cap temos um novo ponto de vista, achei que seria  interessante mostrar  um pouco desse  lado. Espero que gostem.
Bjsss

POV Kieran

Algumas pessoas fazem parte de nossas vidas de uma maneira tão completa e intensa que você simplesmente não consegue imaginar como seria ficar sem ela por qualquer período de tempo. O exemplo geral, para todo mundo, é a família, pai e mãe principalmente. No meu caso, mais que meus pais, eu tinha Brooke. E eu simplesmente não conseguia me ver sem ela. Talvez isso se devesse ao fato de que eu a conheço melhor que ela mesma, ou melhor do que conheço a mim mesmo. Não importa.

Enfrentamos cada uma das fases possíveis juntos. Como um bom irmão mais velho, eu briguei com possíveis namorados, tive ciúmes e fui seu protetor, e ela, como uma boa irmã mais nova, brigou, esperneou e me irritou por todo o período possível. Apoiou-me quando resolvi contar sobre ser gay- o que, ainda bem, descobri e contei cedo- e a enfrentar a sociedade preconceituosa de merda que existia antes do fim do mundo. E então aconteceu: Os mortos se levantaram com uma fome voraz e infinita, e éramos apenas nós dois de fato.

Parar no meio dos salvadores foi um golpe de azar, que poderia ter acabado muito pior. Eu seria infinitamente grato a Negan por ter salvo Brooke aquela noite, mas minha lealdade sempre seria dela. E eu sabia que o encanto pela parte de minha irmã seria passageiro. Não que ela não fosse capaz de amar e de se apaixonar. Ela é. A questão é que o cara certo ainda não era ele, e não digo isso apenas porque acho Negan uma pessoa toxica e nem um pouco boa o suficiente para ela, mas sim porque conheço Brooke melhor do que ela mesma, e sei que ele não foi capaz de tira-la de orbita, confundi-la e faze-la perder o controle.  Acho que no fim das contas Brooklyn era muito parecida com nossa mãe: uma controladora fria e nata, mas com um coração de ouro. Ambas nasceram com essa coisa de força misturada com complexo de majestade, e eu sabia que um amor para Brooklyn teria que ser como foi para Madalena Hayes : um daqueles que consumia.  Era um pouco assim comigo também, talvez estivesse no sangue.

O fato é que isso nunca tinha acontecido com Brooke. Eu passei a acreditar que Negan fosse realmente um amor para ela, mas isso só durou até o caipira chegar. Ela não teve a menor noção, mas ele a tirava do sério acendia um instinto protetor e humanitário que até então ela só tinha demonstrado em hospitais durante seus plantões de residência, e a confundia. Confusão é uma das bases do amor, porque esse sentimento não tem nada de razão, então você basicamente não sabe o que está acontecendo, o que está sentindo ou o porquê de tudo ao seu redor e dentro de você ocorrer. E era tudo isso que estava acontecendo com ela.  Seria uma coisa linda de se ver, se não fosse tão problemático.

Em resultado disso tudo, eu estava preocupado. Pensava em como sair desse fogo cruzado que iria começar entre as comunidades e manter ela e Francis seguros, assim como precisava descobrir um modo de ajudar aquela teimosa a enxergar que estava se apaixonando. Eu sabia que contar não era a coisa certa  a se fazer, principalmente porque achava isso meio errado e manipulador, e que ela deveria descobrir e escolher por si mesma.

E foi pensando em tudo isso, assim como me lembrando de uma vida antes dessa merda toda, que eu fui fazer a minha parte do serviço do dia.

-Você continua pensativo- acusa Francis assim que me vê chegar ao pátio. Sorrio de lado, sentindo meu coração disparar com a simples presença dele.

-Eu sempre fui pensativo- respondo e ele ri.

-Está mais que o comum- diz e então se senta ao meu lado. Quero beija-lo, mas não é uma boa ideia fazer isso no meio de outros salvadores. Muitos deles são cabeças fechadas cheias de merda.- Qual sua escala de hoje?

The devil's wife Onde histórias criam vida. Descubra agora