Lutas que não podem ser vencidas

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POV Daryl           

Pela manhã o irmão de Brooke apareceu para me levar a algum lugar. Não posso negar que o cara não é de todo ruim. Seguimos até a cozinha, onde ele me oferece um café da manhã  decente e depois me puxa para dentro da cozinha, onde o outro amigo dela, Franco eu acho, está.

-Hey Kieran- comprimenta feliz o cara- É sobre o que Brooke conversou comigo?

-Sim, ela e suas ideias- resmunga o loiro balançando a cabeça- Simplesmente impossível, é isso o que ela é.

-Impossível e maravilhosa, você não poderia ter irmã melhor- responde levantando uma espátula e apontando para o outro.

Kiera se limita e dar um sorrisinho e colocar as mãos no bolso. Se vira para mim calmamente.

-Você vai trabalhar na cozinha com Francis- diz e olho para ele meio atordoado.- Pelo menos até o almoço, não sei bem o que vai fazer depois disso.

Concordo com a cabeça, sem vontade de dialogar, e ele dá de ombros.

-Boa sorte, Francis- diz e os dois batem as mãos. Ele rouba um doce que estava em cima da mesa.

-Kieran- grita o cozinheiro e o outro sai apressadamente e rindo.

Fico responsável  por lavar e enxugar algumas vasilhas, panelas e pratos. O cara é esperto o suficiente para me deixar longe dos talheres, especialmente das facas.

Trabalhar nunca foi um problema para mim, mas de alguma forma, nesse lugar parece que tudo gira em torno de inferioridade e humilhação, então não me sinto realmente bem.

Apesar dos pesares, de alguns gritos entre os cozinheiros, e mais umas coisas chatas, o tempo passa mais rápido que o esperado, bem menos maçante e enlouquecedor do que na cela.

Conforme a hora do almoço vai chegando os trabalhos começam a se acumular. Um precisa de uma vasilha de cá, outro de uma colher dali e eu fico completamente perdido.

Brooke entra na cozinha amarrando os cabeços em um coque, e para ao meu lado.

-Bom dia Dixon- diz como se não fosse nada e se inclina sobre mim pegando um pano.

-Brooke dá a honra de sua presença- grita Francis do outro lado da cozinha, e alguns outros concordam e sorriem.

Acho estranho, mas aparentemente gostam dela. Ela olha para o que estou fazendo e abre um sorrisinho que me irrita profundamente, o qual quero arrancar de seu rosto com todas as minhas forças, mas de um jeito nada legal. Desvio o olhar.

-Que bom que te mantiveram longe das facas- murmura sorrindo de lado e começando a lavar algumas coisas.

Paro o que estou fazendo e pisco atordoado. Brooke Hayes está lavando vasilhas como uma pessoa comum, desmontando toda a imagem de rainha da porra toda que tenho dela.

- O que?- pergunta ao notar que estou olhando fixamente para ela.

-Nada- resmungo voltando ao meu trabalho.

Ela agiliza várias coisas, ajuda uma garota que está picando uns legumes, e então aparentemente sem perceber volta para perto de mim. O irmão dela chega, os dois brincam entre si, fazem uma pequena guerra de água, e o amor e carinho que tem um pelo outro é quase palpável, algo que nunca tive com Merle. Eles são cumplices.

Ele começa a fazer cosquinhas nela, que por sua vez se debate e dá alguns tapas em seus braços. Solta aquela risada perigosamente hipnotizante e sorri para mim, por cima do ombro dele.

Francis anuncia que almoço está pronto, então me chamam para ir para o refeitório comer com eles. Brooke vai a minha frente, espindurada nas costas do irmão. Focalizo em meu colete, que parece ser uma peça regular em seu vestuário agora.

The devil's wife Onde histórias criam vida. Descubra agora