Coração Rendido - Livro Bônus

Capítulo 6

Saulo Pellegrini

Não posso dizer que não fiquei com muita raiva, por meu filho ter me ligado bem no momento que estava com Dulce. Eu fiquei muito bravo, ainda mais pela mancada que dei com ela.

Nossa! Eu não sei como eu pude ser tão displicente em esquecer do nosso jantar... Só que eu estava com a cabeça muito quente e deixei a visita de Graziela me abalar.

Eu entro no apartamento correndo, não sei como vou encontrar minha filha.

-Filho! - falo ao entrar no quarto de Giovanna.

-Pai ela tá com muita febre, tá chamando pela nossa mãe... Eu não sei o que fazer! Fafá fui pra casa então...

Eu coloco a mão na sua testa e ela está fervendo.

-Pega a chave do carro, pega as coisas da sua irmã vamos levar ela pro médico agora. - falo angustiado. - Ela pode ter uma convulsão.

Deixo ele dirigir o carro e vamos em alta velocidade para o hospital. Ela resmunga, fala coisas sem sentido e sei que está delirando. Eu já sei o nome disso, mais só preciso da confirmação.

[...]

-Saulo meu amigo. - Heitor meu amigo me chama. - Demos a medicação e ela acalmou... Era o previsto febre emocional.

Sabia!

-Minha irmã está melhor mesmo tio? - pergunta meu filho.

-Sim Eurico, pode ficar tranquilo quer ir ver ela? Pode ir assim converso com seu pai aqui.

Ele sai em disparada para ver Giovanna.

-To exausto cara. - falo cansado. - Hoje meu dia foi de super bom, para horrível, bom outra vez e depois péssimo de novo.

-O que foi que aconteceu? E porque Gio está tendo febre emocional? Brigaram outra vez? - pergunta curioso.

Heitor foi o primeiro amigo que fiz quando vim para o Brasil, ele trabalhava aqui para Romeu como seu médico particular. Só que depois ele resolveu se afastar desse meio, só que nossa amizade permaneceu. Ele sabe sobre tudo da minha vida, assim como eu dá dele. Somos irmãos de alma.

-Graziela apareceu, marquei com Dulce a porra do jantar e esqueci de ir, tava na casa dela até Eurico me ligar e dizer que Gio tava com febre. - bufo. - Olha vamos marcar de conversar não sei, quando você tiver tempo.

-Muita informação... - ri. - Amanhã eu poderia ir até sua casa, mas minha esposa tá me cobrando atenção.

Sofia é dona de uma floricultura herdada por sua falecida mãe, passei esses anos condenando Heitor por se casar com uma garota mais nova e olha eu agora! Estou no mesmo barco que ele.

-Cara eu to pirando! Eu não sei o que fazer, preciso arrumar um jeito de dar atenção para meus filhos e Dulce. Eu dei mancada com ela hoje e vi que ela ficou triste por que tive que sair... Não quero perder ela sem nem ter começado.

-Se vira! - ri baixinho. - Tá pagando pela sua língua grande, ficou me julgando olha ai...

-Infeliz de merda! - xingo ele.- Deixa eu ir ver minha princesinha.

-Ela vai ficar aqui hoje, amanhã se tiver tudo bem dou alta. - fala rindo. - Vai para casa da sua Dulce e recompense ela de alguma forma, ai amanhã volta e pega Gio. - diz simplesmente.

-Boa ideia... Vou ir lá ver ela e depois vou pra casa de Dulce. - bato no seu ombro. - Valeu irmão!

-Além de médico e amigo, sou conselheiro amoroso, trago seu amor perdido em três dias. - eu mostro o dedo do meio pra ele, que me mostra de volta rindo.