Capítulo 23

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Dulce Lima

-Hora de dar de mamar mamãe. - a enfermeira entra com meu pacotinho nos braços. - Pronta?

-Estou sim. - falo ansiosa.

Minha Mariana.

Ela me explica direitinho e pela primeira vez, eu dou de mamar a minha filha. Sem perceber começo a chorar, queria tanto Saulo aqui comigo, junto comigo vivendo esse momento mágico comigo.

Minha mãe foi atrás de informações sobre ele, eu tentei me desligar por um momento, mas o medo está me rondando. Eu não sei o que farei se ela chegar aqui com uma noticia ruim.

-Papai vai ficar bem filha, vai sim. - sorrio ao ver ela mamar com vontade. - É gostoso né...

Depois de mamar muito, coloco ela para arrotar. Depois ela dorme e coloco ela no bercinho ao lado da minha cama. Eu estou exausta! Aproveito e durmo um pouquinho.

[...]

-Filha! - acordo com minha mãe me chamando.

-Oi mãe! - falo sentando na cama devagar. - Como tá o Saulo? - pergunto com medo.

-Eu não quero que você entre em pânico. - fala me deixando com mais medo. - Foi uma cirurgia complicada retiraram a bala... ele perdeu muito sangue, teve uma parada e tiveram que reanima-lo... Ele está em coma. - eu desabo. - Filha tenham fé, ele vai ficar bem.

-Mãe porque? - eu choro. - Porque com a gente?

-Eu não sei minha filha, só tenha fé que ele vai ficar bem. - ela acaricia meu rosto. - Ele é um homem forte e não vai deixar você e minha netinha sozinhas.

-Que Deus te ouça.

Sete meses depois...

E lá se vão sete meses que eu vivo a mesma rotina.

Casa e hospital, cuidar de Mari e hospital.

Saulo está naquele hospital a cinco meses, cada dia eu me sinto mais impotente por ver ele lá e não poder fazer nada. Minha menininha já está com sete meses e é a cara do pai, só que mais torradinha. Eu sei que ela não entende, mas eu sempre mostro a foto do pai para ela saber, e farei isso até ele acordar.

Eu sei que ele vai voltar pra mim, ele prometeu não me deixar e ele vai cumprir essa promessa.

-Dulce eu acho que minha sobrinha fez caquinha. - Enzo cheira a fralda de Mari. - Mio dio Mari! - ele entrega ela para mim que riu da sua cara.

-Vem com a mamãe filha, seu tio é um bundão. - eu levo ela para o quarto para trocar sua fralda.

Como pode um serzinho tão pequeno fazer algo tão fedido?

-Aaaaah! - ela grita sorrindo. 

-É meu amor, quer conversar com a mamãe? - ela sorri pra mim. - Conta pra mamãe o que você quer?

Eu seguro suas mãozinhas para não melar de coco.

Eu troco ela e deixo ela só de fralda e coloco uma blusinha.

Daqui a pouco é hora de ir para o hospital ficar com Saulo, eu poderia ir poucos vezes, mas não. Eu quero ir todo dia, eu quero que quando ele acorde, veja que não está sozinho.

-Cadê a minha princesinha. - Giovanna entra no quarto e Mari grita ao ver a irmã. - Como você é linda! - ela pega Mari no colo.

Giovanna e eu nos aproximamos muito depois do que ouve com seu pai, ela virou uma amiga e uma irmã maravilhosa para Mari. Quando junta Giovanna, Raquel e agora Mari essa casa não fica em silencio por muito tempo.

Coração Rendido - Livro BônusOnde histórias criam vida. Descubra agora