Capítulo 13

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Saulo Pellegrini

Esse homem que não suporto, que eu detesto desde que não o conhecia está agora na minha porta, dizendo que sabe onde minha filha está. Realmente vou ter que engolir a porra do meu orgulho e escutar o que ele tem a dizer para mim.

-Entra. - falo dando passagem para ele entrar.

Vejo ele olhando para os meus filhos e depois para Dulce.

-Vocês são os filhos da Graziela, você parece com ela. - diz a Giovanna.

-É, não me interessa. - fala rudemente. - Deixa de querer fazer media e fale o que você quer de uma vez.

-Se você está aqui é porque pode dar alguma pista sobre nossa irmão, então como disse minha irmã não tente se passar por bom moço, que você não é. - Eurico fala com raiva.

Que orgulho dos meus filhos nesse momento.

-Eu entendo a ira de vocês... - ele se vira para mim. - O assunto é para adultos não crianças. - diz se referindo aos três.- Podemos falar só nós dois?

-Mais é muito petulante... - resmunga Giovanna. - Só vou sair daqui pois não suporto olhar para essa sua cara, seu cretino. - meus filhos saem da sala e só fica Dulce.

-Ela também. - aponta para Dulce.

-Ela fica meu caro e não torre minha paciência pois ela é muito curta. - murmuro irritado. - Agora pode começar a falar.

-Bom como sabe eu nunca fui a favor do que Graziela fez, não concordei porém não podia fazer nada. - fala. - Ela era a mãe da criança, eu só ajudei enquanto estava na barriga dela depois disso... Ela quis e eu não iria interferir nisso, Saulo. Ela teve o menina em casa e dois dias depois deu a criança para o orfanato, sem nome, registro, nada. Só que eu me senti muito culpado e nesses dez anos eu monitoro esse orfanato, ajudo com doações, e claro pedi para que quando ela fosse adotada eu soubesse.

-E ela foi adotada? - pergunto aflito.

-Foi quanto tinha seis anos, depois de um ano ela voltou pois os pais batiam nela... - diz e sinto um bolo se formar na minha garganta. - E desde então nunca mais ela foi adotada.

-Você sabe qual é o nome dela pelo menos? - pergunta Dulce com a voz embargada.

-A moça que sempre me comunico disse para mim, que colocaram o nome dela de Raquel. - diz. - Eu sinto muito por isso Saulo, mas eu tentei nesses anos reparar meu erro e agora estou lhe contando onde ela está.

-Você não disse em que orfanato ela está. - digo. - Onde é?

-Fica na zona leste de São Paulo... - ele me fala o nome do orfanato. - Bom espero que eu tenham ajudado você e mais uma vez me perdoa, por tudo.

-Não, eu não perdoou. - eu vou para porta e abro. - Agora pode ir embora.

Ele sai de cabeça baixa e bato a porta com força.

-Maldito. - resmungo. - Eu vou lá agora Dulce, não posso esperar mais nenhum segundo.

-Eu vou com você amor.

[...]

Meus filhos queriam ir junto, mas não podia deixar preciso fazer isso longe deles.

-Amor se acalma, você está tremendo. - fala Dulce com a mão na minha perna, enquanto dirijo.

-Eu não consigo... - falo assim que vamos nos aproximando no lugar indicado por Lázaro.

-Consegui sim, você é forte homem.

Coração Rendido - Livro BônusOnde histórias criam vida. Descubra agora