Emma, Remus e Sirius haviam se encaixado na nova rotina. De manhã, levavam-na para a aula, à tarde buscavam e se revezavam para cuidar dela e do bar durante a noite. Aos poucos, as coisas entravam em seus lugares.
— Alô? Aqui é Lídia Marplen, da Apolline.
— Remus Lupin falando. Em que posso ajudar?
— A Emma se trancou no banheiro e parece que está chorando.
— Chego aí em dez minutos.
Remus pensou em acordar Sirius, mas provavelmente isso lhe tomaria um tempo de que não dispunha. Era mais prático ir sozinho. Estacionou na frente do prédio onde funcionava a Escola Apolline de Ballet, sem pensar em quantas multas teria acumulado no trajeto.
— Cadê ela? — perguntou à recepcionista. — Lídia Marplen?
— Estou aqui, sr. Lupin — apresentou-se a pequena mulher, com um típico coque nos cabelos loiros. — Me acompanhe.
Ele a seguiu, levemente incomodado com sua calma diante da situação. Pararam à porta do banheiro imponente no primeiro andar.
— Emma? Seu padrasto está aqui.
A garota destrancou a porta e saiu. O rosto inchado e vermelho, soluçando. Correu para os braços do homem e pediu, trêmula, para voltar para casa.
— Srta. Marplen, receio que minha enteada precise de uma folga. Quando ela estiver melhor, voltará às aulas.
— Certo. Melhoras, Emma.
A volta para casa foi silenciosa, exceto por um agradecimento e um pedido de desculpas de Emma. Remus sorriu e disse que estava tudo bem, mas que conversaria sobre isso com Sirius.
— Tem algo que queira me contar?
— Era meu aniversário — confessou, baixinho. — A mamãe e eu íamos passar meu aniversário na praia, e eu... gritei que não queria mais ficar com ela, e agora ela está morta — ela voltou a chorar.
— Isso doí, Remus. Por que doí tanto?
Ela está sentindo culpa, concluiu o homem, mas hesitou em dizer-lhe isso. Achou que seria cruel demais. Apenas estacionou o carro no primeiro acostamento disponível e abraçou a menina enquanto ela lavava a alma.
— Emma, sua mãe não está morta — disse, esperando que isso a acalmasse um pouco, pelo menos —, ela só está dormindo por um tempo, enquanto se recupera. Quando ela acordar, vai voltar para a casa dela.
Ela assentiu e resmungou. Remus não entendeu uma palavra sequer, mas lembrava muito Não sei se quero. Então, foi como se uma lâmpada acendesse sobre a cabeça dele.
— Quer falar com um profissional?
— Não preciso de psicólogo — fungou. — Vou ficar bem, garanto.
— Emma... eu só quis dizer que...
Emma não estava mais ouvindo.
***
Como dissera, Remus conversou com Sirius sobre o remorso que Emma sentia, e sobre a possibilidade de levarem-na a um psicólogo.
— Nem que seja uma vez só. Ela precisa tirar esse peso do peito, e por vontade própria — comentou o Lupin, saindo do chuveiro com uma toalha enrolada na cintura.
— Acho que temos que dar mais tempo. Fazer com que ela pense em outra coisa — respondeu Sirius, secando os cachos de seu cabelo.
— Já tentamos isso. O Ballet. Não deu muito certo.
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Sirius Daughter
FanfictionAquela em que: Sirius é casado. Marlene é famosa. Remus é dono de bar. Lily é auror. James é jogador de quadribol. Harry é só um menino. Fred é romântico incorrigível. Emma é mais do que pensam. Oito nomes. Oito histórias. Oito vidas. Difer...