6 - Presentes

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Eles não tinham pensado em quão difícil seria escolher presentes de Natal. Podiam comprar qualquer coisa, como um perfume ou livro, mas não qualquer coisa. Tinha de ser especial. Percorreram loja atrás de loja, buscando algo de que Emma gostasse.

Em uma grande loja de departamentos, escondido no canto das prateleiras, estava o presente ideal: uma caixinha de música em formato de sapatilha de ballet.

Compraram a caixinha e ao voltar para casa, encontraram o patrono de James à espera deles. "Vocês não vão acreditar no que eu achei. Venham assim que puderem." Aparataram no mesmo instante, dando de cara com Harry na sala de estar, rodeado por papéis, tocos de lápis de cor e giz de cera.

— Oi! — ele pulou para o colo de Remus. — Presente pra mim?

— Ainda não, carinha. Esse é da Emma.

— Posso ver? — a animação do garoto não diminuiu. — Wow! É lindo!

— Falando de mim, espero — James juntou-se a eles, trazendo copos vazios. — Venham, precisam ver isso.

Caminharam até uma câmara isolada, onde havia apenas uma pequena escrivaninha e estantes. Reconheceram de imediato o Mapa do Maroto. O pergaminho ficara guardado por anos no sótão da casa dos Potter, esperando que eles o entregassem a um sucessor. E finalmente, o momento chegara.

— Eu juro solenemente que não vou fazer nada de bom.

O Mapa se revelou, mostrando as pessoas-pontinho circulando por Hogwarts. Emma estava sozinha na sala de Flitwick, provavelmente ensaiando. Sorrisos serpentearam os lábios dos Marauders. Logo mais, o Mapa voltaria ao seu lugar de origem.

Harry assistia, meio protegido pela porta de mogno, e sorria. Ele já vira o pergaminho em ação e ouvira mil vezes as histórias de seus pais e padrinhos com o Mapa. Achava-o fantástico, mas sem serventia enquanto não fosse para Hogwarts, e bem, Emma já estava lá.

James e Remus desviaram os olhos do Mapa e se dedicaram a encher os copos com Firewhisky, e Sirius continuou observando o pontinho que indicava Emma. Ela saiu do escritório e já estava na sala comunal de Ravenclaw, em companhia de um garoto chamado Fred Weasley. Por um segundo, perguntou a si mesmo quem era Fred Weasley. O sobrenome não lhe era estranho. Conhecia um Arthur Weasley, funcionário em um departamento minúsculo do Ministério. Diziam que ele tinha uma penca de filhos, seis ou sete, e seu salário mal dava para sustentar a família toda.

— Hey, Sirius — Remus tocou seu ombro. — Vamos para casa.

— Só mais uma coisa, a que horas Lily chega?

— Ela já está aqui, por quê?

— Quer conversar com ela sobre uma pessoa

Ele saiu à caça da amiga ruiva, e a encontrou na sala de jantar, pondo os pratos na mesa.

— Lily, o que sabe sobre Arthur Weasley?

— Bem pouco. Por que a pergunta?

— No Mapa, eu vi um dos filhos dele com a Emma na comunal deles e...

— Você gostaria de saber quem é esse garoto, mas não pode perguntar diretamente à Emma, porque ela ainda não sabe que o Mapa existe, então quer que eu investigue o pai?

— É por isso que você é a mais inteligente da turma... é exatamente isso. Vai fazer ou não?

— Com uma condição. Não vai usar nada do que eu descobrir contra Emma, entendeu? É só precaução, pra garantir que ele não é um psicopata nem nada do tipo.

— Ok, sem perturbar a Emma. Mas quero um relatório completo antes dela voltar para casa no Natal.

— Fechado.

Lily e Sirius trocaram sorrisos.

***

— Aqui está tudo o que conseguir. Arthur comanda um pequeno departamento, casado com Molly Weasley, pai de sete filhos. Fred é o quarto ou quinto, ninguém sabe ao certo. Onde quer chegar?

— Eu lhe disse. Quero saber se ele não é um psicopata nem nada.

— Não é. Satisfeito?

Sirius bufou. A cara de Lily dizia que novos pedidos não seriam bem-vindos. Teria de se satisfazer com o que conseguira ou descobrir por si mesmo, sem que ela soubesse. E nem Remus.

Nah, muito complicado, logo abandonou tal estapafúrdia ideia e voltou a se concentrar no pacote à sua frente, Quem diria que cobrir uma caixa com papel fosse tão difícil.

Sirius DaughterOnde histórias criam vida. Descubra agora