Emma carregava desajeitada a mala com seus pertences e a gaiola de Madalena pelo corredor, procurando um lugar para sentar. Achou uma cabine com dois ocupantes. Tomou o assento perto da porta e acomodou a coruja sob seu braço, assobiava baixinho enquanto lia O livro padrão de feitiços – 1ª série. Queria aprender mais sobre magia antes das aulas começarem, nem que tivesse que decorar o livro.
— Coloquem seus uniformes! — uma garota com broche reluzente no peito mandou, colocando a cabeça dentro da cabine.
Emma fez o que a mal-humorada mandou, e os outros fizeram o mesmo. Logo o trem parou na estação, que lembrava uma miniatura de King's Cross. Um homem muito grande aguardava, gritando:
— Primeiro ano aqui!
Ela se levantou, tentando arrastar toda a bagagem consigo, mas antes que se pusesse de pé, um rapaz com broche a apressou, dizendo que levariam suas coisas mais tarde. Foi conduzida para fora da locomotiva, a mão do rapaz em suas costas.
Como se eu fosse me perder aqui, pensou irritada. O broche dele era prata e com um M gravado, idêntico ao da menina de antes.
— Que é isso aí? — ela perguntou, acenando com a cabeça.
— Meu distintivo de Monitor — respondeu com orgulho. — Você também pode ter um, se quiser. Basta seguir meus conselhos e em dois ou três anos...
— Obrigada, mas não estou interessada.
O garoto revirou os olhos e bufou. Quando avistaram as outras crianças na do lago, ele a deixou, dizendo para escolher um bote. Ela dividiu o bote com Lee Jordan, Angelina Johnson e Paul Witcartney. Paul era um piadista nato que fazia Angelina morrer de rir. E Lee era um entusiasta de criaturas mágicas, como a lendária Lula Gigante que vivia naquele lago.
— Ah, qual é. Não tem uma Lula Gigante aqui — Paul debochou. — Os veteranos inventaram isso só pra assustar primeiranistas.
— Quer apostar? — Lee ergueu a sobrancelha. — Cinco sicles.
Angelina revirou os olhos e puxou conversa com Emma. Contaram sobre suas famílias e o que gostavam de fazer. Angie — como queria ser chamada — jogava muito bem Quadribol, e sonhava em entrar para a seleção da Inglaterra. Emma comentou sua recente paixão por ballet. Apesar de serem diferentes, poderiam se dar bem. Enfim chegaram ao imponente castelo medieval. As crianças não contiveram os suspiros espantados ao vê-lo.
Os corredores por onde caminhavam eram apinhados de quadros tão perfeitos que davam a impressão de se mexerem, armaduras e pequenas passagens. Uma senhora de roupas verdes elegantes os recepcionou. Era a professora Minerva McGonagall e suas expressões eram rígidas. Emma se encolheu um pouco ao cruzar o olhar com o dela. Durante a caminhada, ela explicou sobre as quatro Casas dentre as quais seriam sorteados: Gryffindor, Slytherin, Hufflepuff e Ravenclaw e suas virtudes. Gryffindor, coragem; Slytherin, astúcia; Hufflepuff, lealdade; Ravenclaw, sabedoria.
Pararam em um grande salão, com velas flutuantes e um teto majestoso. No fim do salão, os professores estavam sentados em uma mesa defronte a um banquinho com um chapéu velho e rasgado por cima. Como era de se esperar, era um chapéu mágico, que falava e cantava. Depois de uma rápida apresentação, ele deixou-se cair flácido sobre a banqueta.
A professora McGonagall chamava os alunos por ordem alfabética de sobrenome. Não tardou muito para que fosse a vez de "Black, Emma". Levantou, esforçando-se para seguir o exemplo das outras crianças, como fizera ao comprar sua varinha.
— Hum... grande, brilhante, ambiciosa... Ravenclaw será sua nova morada, Emma Black!
Foi aplaudida pelos outros moradores de Ravenclaw, que vestiam uniformes azuis e prateados. A seleção seguia. Angelina e Lee foram para Gryffindor, de vermelho e dourado e Paul foi para Hufflepuff, de amarelo e preto.
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Sirius Daughter
FanficAquela em que: Sirius é casado. Marlene é famosa. Remus é dono de bar. Lily é auror. James é jogador de quadribol. Harry é só um menino. Fred é romântico incorrigível. Emma é mais do que pensam. Oito nomes. Oito histórias. Oito vidas. Difer...