“Loki”, eu o chamo novamente. Há dias desde a última vez que vim visitá-lo e ele parece pior conforme o tempo passa.
“Hm”, ele murmura. Seu rosto está escondido no travesseiro, seus cabelos cobrindo metade de sua cabeça. Sem pensar muito, eu desativo a magia que cerca a cela e entro devagar, passo por passo. Loki rapidamente se levanta de onde está e me olha aterrorizado, seu rosto perdendo toda a cor.
“Tudo bem”, eu asseguro. Com mais um passo, sento ao seu lado na cama e ele recua um pouco, mas logo retoma a compostura. “Odin permitiu que você voltasse aos seus aposentos”, digo, inutilmente tentando conter meu sorriso.
Loki parece tão chocado quanto antes, incrédulo. “Por quê?”, ele questiona curioso, quase como uma criança.
Eu meneio a cabeça, fitando um ponto fixo à minha frente. “Achamos que já aprendeu sua lição.”
Ele ri um pouco irônico, mas seus olhos são sinceros demais para me fazer acreditar em seu sarcasmo. “Claro”, é tudo que diz. Então, me olha ainda com o mesmo sorriso: “e você, por que veio me dar a notícia? Qualquer um dos guardas poderia ter me dito.”
Eu sorrio, pousando uma mão em seu ombro. O toque é relutante no início, pois seu corpo fica tenso, mas ele logo cede. Sua expressão é indecifrável. “Queria ser eu a dar uma notícia boa a você.”
“Claro”, ele murmura.
Eu saio da cela depois disso, deixando-o sozinho com seus pensamentos — e livre para voltar a seu quarto.