Loki sai rapidamente de meus braços e fica de pé, fitando nosso pai como se fosse um fantasma. Eu sigo seus movimentos, pronto para quaisquer palavras que saiam da boca de Odin. Loki, porém, toma a fala. “Não é isso que está pensando, meu rei. Thor só estava...”
“Calado, prisioneiro. Não lhe dei o direito de falar”, Odin dispara e sinto meu sangue ferver.
“Não fale assim com ele, pai.”
“Você não me diz o que fazer, Thor. Silêncio. Há quanto tempo esta pouca vergonha acontece?”
Loki baixa o olhar e procuro às cegas por sua mão, apertando-a ainda que ele tente se afastar. “Meu pai, por favor...”, eu peço.
Odin faz um sinal com as mãos e dois guardas aparecem. Sinto meu coração disparar e rapidamente fico na frente de Loki, ainda segurando sua mão. “Levem este prisioneiro para sua cela, de onde nunca deveria ter saído”, os guardas vêm em minha direção e eu os empurro, caminhando para trás juntamente a Loki.
“Não!”, eu grito, mas Odin é mais rápido e me joga para o lado sem esforço algum, fazendo com que eu caia no chão e os guardas aproveitem o momento para algemar Loki. Tento impedir que eles o levem uma última vez, mas Odin bloqueia minha passagem e suspira, apontando seu cajado em minha direção.
“Não achei que você pudesse me decepcionar mais ainda depois do romance com aquela humana, mas aqui está você me surpreendendo novamente. Sinta-se feliz por eu ter apenas o prendido de novo, se não fosse por Frigga você seria banido e ele mandado para Jotunheim onde deveria ter ficado para morrer”, acerto seu rosto com um soco cheio de fúria e ele apenas meneia a cabeça, virando-se para sair. “Recomponha-se para sua coroação daqui a uma semana e supere aquele delinquente, ou terei de resolver o problema de uma vez por todas.”
Odin sai batendo a porta com força e sinto as lágrimas se formarem em meus olhos. Sento na cama e deixo que minha angústia seja impressa em soluços desesperados e alga salgada como nunca antes o fiz. Por ninguém.