“Bom dia”, ouço alguém dizer e acho um pouco estranho, pois ninguém entra no meu quarto sem minha permissão.
Quando abro os olhos, vejo uma figura alta e bem vestida e automaticamente sorrio. “Loki”, digo e ele sorri de volta. “O que está fazendo?”, questiono curioso, ainda que a bandeja cheia de comida em suas mãos já fale por si só.
“Eu fiz café pra nós dois. Frigga me ajudou, na verdade, eu não sei cozinhar nada sozinho”, ele solta uma risada envergonhada e tenho vontade de apertar suas bochechas rosadas. “Queria fazer um favor pra você, achei que merecia”, ele continua. Tão doce quanto antes.
Eu me levanto para sentar encostado na cabeceira e sinto seu olhar sobre meu abdômen nu. “Espero que não se importe, mas isso realmente parece muito bom e não quero perder tempo trocando de roupas”, confesso — parte por ser verdade e parte porque sinto que ele quer que eu continue sem roupas.
“Tudo bem”, ele murmura. “Posso?”, aponta para a cama e eu balanço a cabeça. Seu peso sobre o colchão me faz sentir um leve arrepio ao perceber que nunca estivemos tão próximos um do outro, ao ponto de dividirmos um café na cama. “Espero que goste”, ele sorri e eu retribuo.
“Está uma delícia”, digo com a boca cheia e ele me lança um olhar reprovador. “Desculpe.”
“Tudo bem. Que bom que gostou”, ele sorri novamente e se aproxima para pegar um pouco do suco que está na pequena jarra. Trocamos um olhar quando nossos braços se esbarram e suas bochechas ficam vermelhas novamente.
“Loki, obrigado pelo café”, seguro sua mão instintivamente e ele retribui o aperto, erguendo o copo levemente em um sinal de brinde.
“Por nada”, ficamos em silêncio. Ele termina de comer e pousa as mãos em suas coxas, analisando meu quarto minuciosamente. Não é muito diferente do dele, é praticamente do mesmo tamanho, há os mesmos móveis, com exceção apenas de algumas cores. “Faz anos que não entro aqui”, ele comenta, distante. “Você mudou muitas coisas.”
“Frigga mudou”, corrijo e ele sorri, acenando com a cabeça.
Eu termino de comer e afasto a bandeja para o lado, me levantando para me vestir. Sinto o olhar de Loki sobre meu corpo quando viro de costas e sorrio comigo mesmo. Enquanto visto minha blusa, paro imediatamente quando sinto dedos tocando o final de minhas costas. Eles vão passeando incertos por meu corpo até chegarem em meu peito, ainda descoberto pela camisa. Deixo que seus braços me envolvam e fecho os olhos aproveitando o toque.
“Thor”, ele sussurra contra meu ouvido. Sinto sua boca tocar minha nuca e viajar pelo meu pescoço, mas nunca ousando beijar ou lamber o local, apenas sentindo-o.
“Loki”, me viro de uma vez para ficar de frente pra ele.
Loki me olha levemente surpreso, mas logo volta a aproximar seu rosto do meu pescoço e mordo os lábios para reprimir um gemido. Suas mãos ainda estão entrelaçadas ao redor do meu corpo, fazendo com que fiquemos tão perto a ponto de quase nos fundirmos. “Eu...”
Antes que ele possa terminar, ouvimos batidas na porta e nos separamos rapidamente.