chapter VI

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“Thor? Você está aí?”, a voz de Frigga se faz presente no local e Loki e eu trocamos um rápido olhar antes que ela entre.

“Sim, mãe. Pode entrar”, digo no modo automático, completamente desconcertado. Somente quando ela entra, percebo que ainda estou apenas com a parte de baixo e rapidamente procuro minhas roupas e termino de vesti-las.

“Filho, eu— oh, Loki? Não sabia que estava aqui”, há surpresa em seu rosto, tanto quanto em sua voz. Então, quando ela percebe que Loki está com as bochechas coradas e seus cabelos negros uma zona, ela torna a me olhar. “Você pode me procurar quando estiver desocupado?”, eu assinto. “Com licença”, ela sorri, pelo menos tenta, e enfim nos deixa a sós novamente.

Loki e eu trocamos outro olhar. “Acha que ela desconfia de algo?”, ele questiona aflito, há confusão e receio em sua expressão.

“Não”, sou sincero.

Ele me olha inexpressivo, então deixa que a tensão em seus ombros se esvaia. “É melhor que eu vá.”

“Não”, digo. Seguro seu braço antes que Loki vire para ir embora e ele me olha esperançoso, mas com medo. “Tudo bem. Posso conversar com ela depois”, ofereço-lhe um sorriso reconfortante.

Ele volta a ficar de frente pra mim e segura minha mão que ainda está em seu braço. Loki pisca devagar, deixando que eu tenha uma privilegiada visão do azul vívido em seus olhos. Com um meio sorriso, ele murmura: “isso é errado, Thor.”

Fito-o em falsa confusão e ele revira os olhos. “O que é errado?”

“Isso”, ele olha para nossas mãos se tocando e eu meneio a cabeça. “Somos irmãos.”

“Não de sangue”, contraponho. Ele suspira e tenta se afastar de meu toque, mas não deixo. Em vez disso, trago-o gentilmente para sentar na cama ao meu lado. “Desde que você esteve preso, eu comecei a sentir... coisas, que nunca havia sentido antes por você. E no fundo eu sabia que era mais do que somente um carinho de irmãos.”

“Thor...”, Loki murmura e baixa o olhar, fitando o colchão sem piscar. “Eu... sempre gostei de você, dessa forma. Muito antes de descobrir sobre minha origem, muito antes de você ter sido expulso de Asgard e ido à Terra. Naquela época eu já sabia do que sentia, mas sentia... raiva de você, por me fazer sentir assim. E deixei que essa raiva me consumisse, somada ao fato de Odin ter mentido por tantos anos sobre quem eu realmente sou. Eu me sentia culpado por gostar de você dessa forma. Eu me sinto, na verdade. Mas é mais forte do que eu. Já tentei tanto... Tentei apenas parar, esquecer esse sentimento. Mas nunca consegui. E você só piorou a situação se mostrando tão prestativo enquanto eu estava preso, se me permite dizer.”

“Desculpe”, digo com um sorriso e ele volta a me olhar.

Eu seguro suas mãos nas minhas e deixo um beijo demorado em seus dedos, ouvindo-o soltar uma risada envergonhada. Volto a fitá-lo e me aproximo de seu rosto a ponto de sentir sua respiração contra a minha. Ele está visivelmente nervoso e isso me faz sorrir, cortando o espaço entre nossas bocas. Sinto meu coração errar as batidas quando nossos lábios se tocam e as mãos de Loki afastam-se das minhas e seguram meu rosto delicadamente, acariciando minha barba. Eu sorrio com seu gesto e empurro seu corpo para deitar na cama, ficando por cima. Ainda estamos nos beijando quando sinto seus dedos descerem por meu rosto, passeando por meu pescoço e clavícula até chegar em minha blusa recém-vestida.

“Frigga pode aparecer de novo”, Loki murmura contra meus lábios e nos separamos rapidamente para que ele possa tirar minha peça de roupa.

Torno a beijá-lo ferozmente. “Eu não me importo”, ofego contra sua boca e ele apenas solta um som abafado em resposta, invertendo as posições e ficando por cima de mim.

Suas pernas estão entrelaçadas em minha cintura e solto um longo gemido quando ele esfrega suas partes íntimas contra as minhas, ambas ainda revestidas por calças. Ele me olha e sorri satisfeito com minha reação, voltando a me beijar. Seus cabelos negros caem por nossos rostos e a sensação é indescritivelmente prazerosa. Suas mãos novamente passeiam por meu corpo, dessa vez ousando descer até minhas calças e desabotoando-as com maestria. Seus dedos são ágeis ao se livrarem de minha peça de roupa inútil no momento e ele continua a distribuir beijos por todo meu rosto, descendo por meu corpo eventualmente.

Eu instintivamente aperto seus cabelos quando sinto uma pressão em meu membro já liberto, suspirando vagarosamente ao perceber o ritmo lento e regrado de seus movimentos. Sinto sua outra mão em meu peito e sorrio quando ele começa a brincar com meus mamilos, fazendo-o soltar uma risada que eu faria de tudo para ouvir sempre que pudesse.

Logo mais, ele tira as próprias vestes e volta a deitar-se na cama em cima de mim, oferecendo sua boca para que lubrifique meus dedos. Eu sorrio maravilhado com a visão de Loki sugando meus dígitos e me olhando com seus diamantes hipnotizantes. Quando ele para de lamber e conduz minha mão à sua entrada, observo-o atentamente enquanto ele abre a boca em um perfeito “O” quando meu indicador invade seu interior lentamente. Seus olhos estão fechados com força e sua expressão contorcida em prazer me deixa apenas mais excitado, louco para penetrá-lo propriamente.

Loki arqueia as costas quando introduzo mais um dedo e sorrio quando ele esconde o rosto em meu pescoço, rebolando o próprio quadril para proporcioná-lo mais prazer. Meus movimentos são lentos para que não o machuquem, mas Loki quer mais. Ele segura minha mão novamente e passa a ditar o ritmo, ainda investindo seu corpo contra o meu e gemendo loucamente contra meu pescoço. Sua respiração contra minha pele me deixa inebriado, incapaz de pensar claramente. Sinto seus dentes arranharem o local e mordo os lábios antes que comece a ofegar mais alto. 

“Estou pronto”, Loki ergue o rosto para me olhar e eu sinto a luxúria escorrer do azul que perde o espaço em seus olhos conforme a dilatação de suas pupilas. 

Atendo a seu aviso e deixo um beijo cálido em sua bochecha, ficando novamente por cima de seu corpo. Ele me olha sorridente, excitado. Percebo que suas mãos estão um pouco trêmulas e seu sorriso um pouco incerto, então desço à altura de seu rosto uma vez mais e encosto nossas testas. “Tudo bem?”, questiono contra seus lábios.

Há silêncio antes que ele responda, ofegante contra meu rosto: “tudo bem”, ele acaricia meu rosto com seus dedos delicadamente, observando cada detalhe em minha expressão.

Quando nossos corpos finalmente se tornam um só, eu me sinto em casa. Depois de tanto tempo, depois de tantas desavenças e perdas e recomeços, sinto que pela primeira vez em anos estou no lugar certo. Já não reprimo meu arfar ao sentir os braços longos e pálidos de Loki me envolverem com força, suas mãos apertando meus músculos com desejo, clamando entre gemidos e súplicas ininteligíveis para que eu continue o que estou fazendo com seu corpo. Para que eu continue lhe dando prazer.

“Loki...”

Ele me olha. Seus cabelos caem sobre sua testa, o suor em suas têmporas molhando sua pele pálida e avermelhada. Seus olhos estão fechados, mas percebo sua luta interna para deixá-los abertos e me olhar enquanto penetro-o profundamente. “Sim?”, as palavras saem em uma bagunça de ofegos e eu seguro seu rosto delicadamente. “Thor?”

“Isso não é errado”, afirmo. Ele apenas assente e segura meus ombros com força, indicando que está por vir. Acelero o ritmo das estocadas e Loki arqueia as costas segundos depois, expelindo seu esperma entre nossos abdômens e eu atinjo o ápice logo em seguida. Deixo que meu corpo caia sobre a cama ao seu lado e afundo o rosto no travesseiro, exaustão tomando conta do meu ser. Sinto as mãos geladas dele passeando por meu tronco, me puxando para um abraço. Chego mais perto e escondo meu rosto em seu peito, deixando ali um beijo demorado. “Loki.”

“Sim, Thor?”, ele acaricia meus cabelos devagar.

Eu sorrio e ergo o rosto para encará-lo. “Seria cedo demais para dizer que amo você?”

Loki me olha um pouco surpreso, então dá o sorriso mais lindo que já vi em toda minha vida. “Acho que não”, ele dá de ombros levemente e posso ver o tom avermelhado em suas bochechas.

Aproximo meu rosto do seu e junto nossos lábios novamente, em um beijo lento e profundo. “Eu amo você, Loki.”

Ele me olha e sorri, suspirando. “Eu também amo você, Thor. Sempre amei.”

Eu sorrio.

SWEET CREATURE | 𝐭𝐡𝐨𝐫𝐤𝐢Onde histórias criam vida. Descubra agora