A única coisa que Harry sabe sobre bunkers, é que eles estão à dois metros de profundidade, para que possa proteger as pessoas de eventuais bombas. Mas as coisas estão caindo com tanta força em cima de sua cabeça, parecendo tão próximo, como se o teto fosse abrir e tudo despencar, afundando-o nos escombros, que Harry não tem certeza se está seguro.
Não há como saber se Louis está acordado, mas, mesmo assim, Harry se vira em direção ao flash de uma lanterna. A iluminação tremula, e é assim que Harry sabe.
— Louis! Você está bem? — Harry grita, mas sua voz parece um sussurro comparado ao barulho do furacão destruindo tudo.
— Você pode vir aqui embaixo?
Nem ao menos questionando, Harry afasta as cobertas, joga sua pernas para fora e... despenca, caindo sobre e seu tornozelo e soltando um grito de susto. Mas que porra acabou de acontecer?
— Você caiu? Eu sabia! — Grita Louis apontando a lanterna na cara de Harry e rindo. E, droga, ele passou vergonha de novo na frente de Louis, aquilo nunca tem fim? — Sorte a sua que eu coloquei o colchão. Você está bem? — O tornozelo dói, mas Harry assente e se levanta, tentando disfarçar o círculo de vergonha, com o qual não consegue se livrar.
O riso de Louis é cortando por um barulho alto. — Ok, será que agora você poderia vir aqui agora? Estou com medo.
— Ir onde? — Pergunta Harry, apoiando em seu pé esquerdo e parado no meio do nada, a luz iluminando o chão por um segundo antes de atingi-lo diretamente no rosto.
— Para a minha cama? — Diz Louis em tom de pergunta, Harry não consegue ver seu rosto, então ele fica parado, decidindo se ouviu certo, será que isso é alguma gíria inglesa para "pegue água para mim"? — Estou com medo, quero ter alguém por perto.
Quantas pessoas admitiriam ter medo dessa forma?
Com passos vacilantes ele segue a luz até Louis, o qual se move para o canto e levanta o edredom. Será que Harry morreu, em sua casa, antes mesmo de começar a correr, e aquele é o Lugar Bom? Ele sente os braços quentes de Louis o abraçar quando senta na cama e descarta a ideia, além do mais, Harry não acredita nessas coisas de vida após a morte, Paraíso ou sabe-se lá mais o quê.
A única fonte de iluminação foi apagada, de modo que todos os sentidos de Harry se concentram no tato, no contato de suas mãos e braços com a pele de Louis.
Os dois se afastam e Harry consegue manter a sensação de estar nos braços de Louis por mais alguns segundos. Dói quando ele se vai, porque Harry não consegue se lembrar a última vez que alguém o abraçou com tanta sinceridade, como se realmente quisesse fazer isso — estar ligado a ele.
— Está com medo?
— Por incrível que pareça, não. — Responde Harry espremendo-se para caber na cama. — Claro que estou imaginando o teto nos esmagando, mas não é um pânico, está mais para nível filmes de terror de baixo orçamento. Cachorros me dão mais medo.
— Está me dizendo que tem medo de cachorrinhos fofinhos, mas não tem medo de um furacão em sua escala mais alta? Interessante. — Louis parece realmente fascinado com aquilo, Harry gostaria de ver o brilho no seus olhos, mas ele se contenta em Olhos Azuis não tirando sarro dele.
— Sim, estou. — Responde rindo de sua desgraça, essa provavelmente é a coisa que mais odeia em si mesmo, porque é tão idiota.
— Pode continuar falando? Qualquer coisa. Acho que estou prestes a ter um ataque de pânico. — Harry sente vontade de abraçar Louis ao ouvir essas palavras, mas não há uma desculpa para isso, então ele deita sobre suas mãos e desata a falar, interrompendo-se vez e outra, quando os barulhos ficam muito alto.
— Repeti um ano, faltei muito porquê sofria bullying. É por isso que tenho dezenove anos e ainda estou na escola. — Harry fala de olhos fechados, relembrando a decepção que sentiu quando falhou. — Mas eu vou para a faculdade, no outono desse ano, o que é um alívio...
— Não está funcionando. — Diz Louis angustiado —, eu só consigo pensar em nós sendo esmagados — obrigado pelo comentário, Harry —, e em meu corpo nunca sendo achado e na minha mãe chorando. Nunca vou me formar e meu irmão mais novo vai ficar com meu quarto e pintar as paredes de vermelho, mesmo aquele verde sendo tão lindo...
Harry interrompe Louis, depois da segunda frase, as palavras começaram a ficar difíceis de entender, a respiração de Louis tornou-se ofegante e ele sentou na cama, como se quisesse fugir dali.
Então Harry o interrompeu.
Havia visto aquela técnica em uma série, não sabia se era verdade, mas era a única coisa que sabia a respeito, decidiu arriscar, mesmo sabendo que poderia estragar tudo com Louis. Mas o que eles tinham afinal? O importante era ajudá-lo.
— Estou fazendo isso para ajudar você, certo? — Grita Harry por cima da tempestade e por cima das frases sem sentido de Louis. Ele quer pedir desculpas e para não ser socado no rosto, mas não há tempo.
Segurando o rosto de Louis com ambas as mãos, Harry beija-o.
🌪
oii, turo bom?
eu só ia att domingo, mas ai a fic chegou a 1K de views e eu fiquei ???????? TO MT FELIZ OBRIGADA ESSE AQUI EU DEDICO PRA TUDO QUE LÊ, entrei até no hacking :') também dedico pra Manu, a gente n conversa muito, mas ela me mandou uma mensagem tão linda no wpp q eu decidi dedicar pra ela antes mesmo do 1k. e pra Mel que tornou esse beijinho possível. E pra Xará, simplesmente por ser... ela. Bj pra Ingrid q só comenta sobre dar o c* ksisksksj.
em breve to de volta, xoxo, anna.
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me, you, the bunker and the storm
Teen FictionHarry Styles está fugindo de um furacão. A cidade foi evacuada e ele deixado para trás. Sua única chance é - literalmente - correr até a cidade vizinha. O plano dá errado e tudo estaria acabado para Harry se não fosse pelo garoto desconhecido que o...