deixado para trás - II

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Quando Harry acorda algumas horas depois, seu celular ainda nem despertou. Ele teve um sono inquieto e pesadelos com seus pais sendo levados pelo furacão em diferentes cenários.

Ele caminha até a janela e espia a rua, seus vizinhos estão todos do lado de fora, alguns com os carros cheios e outros ainda de pijamas.

A boa notícia é que existem muitos carros para levar Harry para longe do furacão.

— Vamos lá, Harry, você tem idosos para ajudar — murmura para si mesmo afastando-se da janela e procurando alguma roupa para vestir ao invés dos pijamas.

Menos de cinco minutos ele aparece na calçada devidamente vestido e com uma banana em mãos, ele sorri para sua vizinha da casa em frente a sua e atravessa a rua.

— Amelia! — Diz Harry sorrindo — bom dia, precisa de ajuda com alguma coisa?

— Harry, querido, o que está fazendo aqui? Achei que sua família já tinha ido embora.

— Eles foram — diz Harry dando uma grande mordida na banana, ele não quer explicar a situação, mas não há como fugir, Amelia pode ser bem insistente quando quer —, eu fiquei, falando nisso, você pode me dar uma carona? — Pergunta ele mudando de assunto rapidamente.

— Oh, querido, sinto muito — diz ela, como se soubesse exatamente o que aconteceu —, você pode ir conosco sim, mas preciso ver de terá lugar, Gerald quer levar muitas coisas.

— Certo, obrigado.

E então Harry passa a manhã inteira ajudando os dois, ele carrega caixas e mais caixas pela casa e depois até o carro, quando o relógio marca meio-dia, Harry sabe que não caberá.

Os dois estão levando um monte de coisas inúteis, mas o carro é deles e Harry não pode julgar o valor sentimental que as coisas têm para as outras pessoas.

Ele se despede e deixa o quintal deles minutos depois de perceber que ele não cabe e os idosos não estão interessados em deixa alguma coisa para dar lugar a Harry.

— Você vai encontrar uma carona! — Exclama Amelie, mas Harry nem ao menos olha para trás, apenas continua andando para a casa ao lado.

Harry sorri para os vizinhos e oferece ajuda. Todos querem ajuda, mas ninguém quer ajudá-lo. Isso é ruim, péssimo, ele está fodido.

Os ônibus não estão funcionando e Harry não tem dinheiro para alugar um carro. Merda, o que ele vai fazer se ninguém deixar de ser egoísta e largar alguma coisa para trás?

Aquele é um bairro agradável, Harry tem certeza de que seus vizinhos conseguiram repor tudo de mais importante em suas casa. E, além disso, o furacão não passará naquela área com multa força, as casas sobreviverão.

Harry se pergunta o que irá acontecer com os trailers e as pessoas dos lugares que estão fadados a destruição.

Ele suspira e caminha até a casa ao lado da sua.

— Precisam de ajuda? — Pergunta ele sorrindo fraco.

Aqueles vizinhos são novos, Harry não os conhece. O moço nega com a cabeça e entra no carro.

me, you, the bunker and the stormOnde histórias criam vida. Descubra agora