silêncio

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A casa estava silenciosa, normalmente Harry não se incomodaria com isso, na verdade, ele até apreciava. Mas, depois de passar uma semana sem pausa com o barulhento Louis, aquilo era estranho.

Harry sentia-se sozinho. Pela primeira vez desde a noite em que o furacão foi anunciado, ele se sentiu realmente sozinho. Porque ele realmente estava. Seus vizinhos não se importaram o suficiente, nem seus pais e ele finalmente havia encontrado o defeito de Louis.

Sua família não estava em casa, mas não mudaria muita coisa se estivessem. Além disso, as malas estavam no chão da sala. Eles estiveram ali, mas não foram ver Harry.

Ele suspira e se joga no sofá. Apesar de odiar assistir televisão, ele quer ver o noticiário, se ele e Louis vão mesmo aparecer. Harry não quer admitir isso, mas ele espera ver Louis, pelo menos uma última vez.

Mas a TV não liga e só então Harry percebe que está sem energia elétrica, provavelmente deve estar sem água também.

Suspirando, Harry levanta do sofá e deixa a casa, provavelmente deve haver algum estabelecimento aberto com energia perto do centro da cidade, de modo que ele consiga ver sua cara de decepção ao sair do bunker e não encontrar sua família.

Ele para na entrada da casa e olha para rua, da esquerda para a direita, até que seus olhos encontrem uma senhora tirando coisas do porta-malas de seu carro velho.

Harry sorri e caminha até ela com as mãos nos bolsos e coluna ereta. Ele para na calçada e espera ela retornar de dentro da casa para pegar o resto das coisas.

— Olá, senhora Bebris — diz Harry quando ela aparece na porta —, como vai?

Ela apenas o encara com aquele olhar reprovador e resmunga alguma coisa enquanto dá as costas a Harry e tira uma mala pequena antes de fechar o porta-malas.

A vizinhança não gosta muito dela. Dizem que é ranzinza demais, nunca responde quando falam "bom dia", usa aquele carro velho e os filhos nunca vêm visitá-la. Mas Harry simpatiza com ela, porque ele também odeia dizer "bom dia", e depois de tudo que aconteceu entre ele e seus vizinhos, talvez Harry deva perguntar sobre e descobrir por si mesmo.

— Como foi o cruzeiro? — Pergunta ele seguindo a senhora até a porta da casa.

A Sra. Bebris saiu de viagem uma semana antes do furacão ser anunciado, foi para o Caribe de cruzeiro. A mãe de Harry comentou bastante sobre isso.

— Ótimo — responde ela, mas pelo tom de voz, Harry desconfia —, mas então as estradas ficaram interditadas, tive que ir para casa dos meus filhos.

— Fazia tempo que você não os via? — Pergunta Harry hesitante, com medo de ofendê-la.

— Claro que não — diz ela jogando a mala dentro da casa e batendo a porta antes de se virar para Harry —, eles foram ao cruzeiro comigo e eu sempre dirijo para vê-los. Adoro dirigir meu carro velho.

— Me desculpe, eu...

— Tudo certo, garoto, sei bem o que as pessoas dizem e o que você pensou, não tem problema — murmura ela trancando a porta —, eles se acham melhores apenas porquê possuem dinheiro. Mas eu não ligo — continua ela encarando Harry com olhos azuis muito claros.

— Eu gosto da senhora — diz Harry e ela estreita os olhos —, é sério! Bom, pelo menos estou gostando mais agora, desculpa não ser um vizinho muito bom.

— Oh, querido, está tudo bem — diz ela com o tom de voz mais suave e ele já ouvindo vindo dela, dá um tapinha no rosto de Harry e segue em direção à calçada —, agora ande logo, vi uma cafeteria funcionando enquanto dirigia até aqui ontem à noite.

— Você viu meus pais? — Pergunta Harry seguindo-a.

— Eu vi, chegaram junto comigo, depois que a estrada foi liberada, mas não ficaram muito, deixaram as malas e foram visitar alguém — diz ela caminhando pela calçada com passos lentos para observar a rua.

— Eles sabiam onde eu estava?

— Sim, foi notícia desde o primeiro dia — explica ela —, agora que vocês saíram, deve ser uma notícia ainda maior. Quando viajaram hoje de manhã, já tinham avisado que você sairia hoje.

Os dois caminham em silêncio por minutos. Harry mantém seus olhos baixos e apenas acompanha os passos da Sra. Bebris, tentando pensar em qualquer coisa que não envolva seus pais, furacões ou bunkers.

Demora um pouco até que eles finalmente cheguem a uma cafeteria. Está lotada, com certeza deve ser o único estabelecimento com água e energia em milhas.

— Sinto muito, Harry — finalmente murmura sua vizinha tocando seu ombro.

— Eu também.

E ela não tira a mão do ombro dele até estarem lá dentro.

🌪

oii, gente! a maioria escolheu hoje entao aqui estou.

eu gostei tanto desses capítulo dps q ficou pronto, espero q tenham gostado tb, o próximo sai na quarta q vem

um beijo pra amanda, que ta fazendo aniversário hj!!1!!1!!

outra coisa, algumas pessoas falaram q querem entrar no gp e n mandaram o número (la no capítulo do aviso), passando pra lembrar vcs de postarem pra eu adc

quero mt falar do próximo capítulo porém n posso dar spoiler aaaaaaaa
so digo q ta bem legal

até depois! xoxo, anna

me, you, the bunker and the stormOnde histórias criam vida. Descubra agora