escada

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Ele só consegue ir até a entrada da cafeteria antes de perceber que não consegue correr mais.

— Droga — murmura para si mesmo apoiando as mãos nos nos joelhos.

Sua respiração está pesada e o tempo nublado, os sons da cafeteria estão abafados e Harry fica parado por um minuto, ouvindo os barulhos provocados pelos ventos e decidindo o que fazer.

Harry então caminha, amarra seus cadarços e passa a mão pelo cabelo antes de respirar bem fundo e começar a andar. Eventualmente ele chegará em casa, com sorte antes de Louis.

Ele definitivamente não quer encontrar com Olhos Azuis. O plano é trancar a casa e se esconder embaixo da janela.

Quanto tempo levará até alguém ligar para a emissora e dizer onde Harry mora?

Porra, ele ainda não está preparado para encarar Louis. Os acontecimentos se embaralham em sua mente, Louis está apaixonado por ele, certo, mas e quanto aquele garoto? Quando Louis percebeu que gostava de Harry?

Forças do Universo, essas perguntas realmente importam?

Harry suspira e coloca um pé na frente do outro, ele para por um segundo, perguntando-se se pode dar-se o luxo de sentar por alguns minutos. Ele sabe que não.

— O pé direito na frente do esquerdo, o esquerdo na frente do direito e depois repita, lentamente, até chegar lá — murmura para si mesmo até as palavras perderem o sentido e isso ser tudo que ele consegue pensar.

🌪

A rua está deserta, as luzes apagadas e Harry pode jurar que ele e o garoto sentado nas escadas em frente a porta da frente, são as únicas pessoas do Universo.

Ele gira o boné de Harry nas mãos  olha para baixo, tão concentrado pensando que só repara que não é a última pessoa do Universo quando Harry para na calçada em frente a ele.

— Puta merda — sussurra Harry, ele não chegou a tempo.

Louis ergue a cabeça e seus olhos encontram os de Harry. Ele sorri, parece tão aliviado que Harry consegue ver a tensão sair de seus ombros.

— Você esqueceu seu boné — diz sem jeito, erguendo o objeto em direção a Harry.

— Você poderia... pode ficar com ele — responde Harry dando um passo em direção a Louis —, ainda estou com seu relógio.

— O relógio é seu — responde ele gentilmente.

Harry olha seu pulso e mexe no relógio, ajeitando-o em seu braço.

— Quem contou onde eu moro? — Questiona Harry, tentando afastar as perguntas importantes até saber o que fazer.

— Sua vizinha, Sra. Bebris — diz Louis colocando o boné de Harry.

Fica bem em Louis, como se sempre tivesse pertencido a ele, e, se o coração de Harry já estava já estava afetado, agora ele está pronto para sair de dentro dele. E, droga, ele precisa parar de pensar nisso.

As palavras de Louis finalmente começa a fazer sentido, Harry ri e nega com a cabeça, é óbvio que foi sua vizinha. Ela deve ter entendido o que aconteceu entre ele e Louis mais rápido do que Harry fugiu da cafeteria.

— Harry, eu sinto muito — começa Louis se levantando e descendo as escadas —, quando percebi que você não estava mais lá, tentei te alcançar, mas era tarde demais — ele faz uma pausa, suspira e dá outro daquele sorriso aliviado —, não te achei e fiquei desesperado.

Louis espera por uma resposta, mas Harry nem ao menos levanta o olhar, cutuca o chão com a ponta de seu all-star e pensa se aquilo é verdade, torcendo para Louis não escutar os sons de coração.

— Eu nunca menti para você — continua Louis —, e eu sinto muito que meu ex achou que seria legal dar um show e aparecer na televisão. Nós terminamos muito antes do furacão chegar e... — ele respira fundo — eu estou apaixonado por você.

Silêncio, silêncio e mais um pouco dele.

O que supostamente Harry deve fazer com tudo isso que Louis lhe disse?

— Reconhecer que foi tudo um mal-entendido e vir comigo até a minha casa? — Sugere Louis e Harry se dá um tapa mental.

Ele vai começar a andar com uma fita na boca, é isto.

— Ir até a sua casa? — Pergunta Harry franzindo o cenho, não era isso que ele esperava.

— Minha família quer conhecer você — diz Louis sorrindo todo fofo e gentil, lentamente se aproximando de Harry.

— Ah, eu acho que... hm, melhor não? — Diz Harry desconfortável.

Quando os dois saíram do bunker, Harry estava preparado para conhecer a família de Louis, mas agora ele é um poço de incertezas.

Ok, ele reconhece que não pode perdoar Louis tão rápido, tem a questão da dignidade e não ser otário (dois tópicos que Harry desconfia estar em extrema crise).

Forças do Universo, Louis Tomlinson, está ali, na frente dele, dizendo ter sentimentos por ele, que foi tudo um mal-entendido e convidando-o para conhecer sua família, não há como Harry não o perdoar.

O quão idiota Harry será se beijar Louis agora?

— Eu não quero complicar as coisas — começa ele, reunindo tudo que pode para manter seus olhos nos de Louis, sua voz sai baixa e hesitante, desconfiada —, parece bem simples: você não mentiu, seu ex é um idiota e as coisas entre nós podem voltar ao que eram.

— Não quero que as coisas voltem a ser como eram antes — interrompe Louis tão próximo de Harry que poderia tocá-lo se quisesse —, eu quero mais — sussurra ele. Harry sorri e Louis puxa-o para perto.

Quando Louis se inclina para beijá-lo, tudo que Harry faz é passar os braços ao redor de seu pescoço, pensando que sim, as coisas não precisam ser sempre complicadas.

🌪
então gente, é o seguinte

quando eu estava escrevendo o reencontro deles, percebi que era tão simples. não precisava de um grande drama.

eu sou a pessoa que mais complica as coisas, quando algo soa simples demais eu fodo com tudo. mas escrevendo isso eu percebi que não preciso fazer isso com eles.

e também estou cansada desse tipo de drama em fanfic, se o louis nao mentiu e harry entendeu errado, porque prolongar a dor? o principal problema do harry nunca foi o louis, parece que as coisas estão ajeitadas, mas há outros reencontros importantes para acontecer.

acho que já podemos entrar em contagem regressiva para o fim

espero que tenham entendido a última fala do louis. obrigada pelo 10k de votos, todo o amor do mundo

xoxo, anna

me, you, the bunker and the stormOnde histórias criam vida. Descubra agora