sozinho

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É engraçado o fato de Harry correr tanto para ir embora quanto correu para chegar. Não engraçado engraçado, engraçado no sentido de ter se repetido, como um fato curioso.

Se repetiu assim como a saída do bunker.

Mas Harry afasta esses pensamentos. Ele afasta as lágrimas também, um monte delas. E tenta não tropeçar.

Ele torce para que ninguém vá atrás dele, mas se forem, que seja Louis. Forças do Universo, que seja Louis dizendo as palavras certas.

Há destruição por toda parte, apesar da visão embaçado, Harry consegue ver casas destruídas, trailers virados e entulhos por toda a parte. Ele foca em olhar para o chão, é simplesmente triste demais encarar aquilo tudo.

As lágrimas caem no asfalto, mas ele se afasta rápido demais para ver o chão se molhando.

Passo por passo ele se afasta, cada vez mais próximo de sua casa, que não fica tão longe. Harry não havia parado para pensar nisso até então, mas, de fato, eles moram em bairros vizinhos. Agora ele não possuí adrenalina, então seus passos vão desacelerando até Harry começar a arrastar seus pés pela rua.

Tem um cachorro na rua que liga Harry a sua casa. É o caminho mais aceitável para caminhar se comparado com o entulho das outras ruas. Mas há um cachorro potencialmente perigoso deitado em frente a uma casa.

— Bom, Harry, temos um dilema aqui — murmura ele, surpreso em como as palavras em voz alta soam, ele ficou em silêncio por tanto tempo que agora é estranho.

Ele pode caminhar por essa rua e chegar em casa antes do anoitecer, mas o cachorro pode avançar nele, e Harry não tem forças para correr, ainda mais quando o cachorro correrá atrás dele. Também não tem força para subir em algum lugar, e mesmo que tivesse, não há uma árvore em pé forte o bastante para sustentar seu peso.

Um grito pode fazer o cão se afastar, talvez Harry deva pegar uma pedra, para se defender ou para assustar, ele ainda não sabe.

Suas mãos suam e ele sente o sangue correr para a cabeça e a mesma doer. Ele começa a ficar apavorado.

Merda. Merda. Merda.

Harry não sabe se teria coragem para lutar com o animal enorme sentando preguiçosamente na calçada. Ele nem ao menos consegue entrar na rua.

Quando Harry está prestes a pegar uma pedra — mais por precaução do  que por qualquer outra coisa — as coisas começam a acontecer em câmera lenta.

O cachorro ergue a cabeça e o encara. Harry congela, abaixado, a mão a centímetros da pedra. Um segundo cão aparece. Latidos. Eles começam a brigar avançando pela rua. Harry corre mesmo estando exausto.

Ele pode pegar a ponte e dar uma volta maior para chegar em sua casa. Ele adora pontes.

Adora ainda mais quando percebe que ela está intacta. Aquela parta da cidade não foi muito destruída, nem o bairro de Harry, como os meteorologistas disseram que seria.

Harry chega quando já anoiteceu. Encara sua casa às escuras por um minuto ou dois. Uma árvore caiu no começo da rua. O resto parece intacto.

Honestamente, Harry não se lembra se trancou a porta ou não, se tem a chave ou não. Ele gira a maçaneta e percebe que está aberta. É claro, ele não teve tempo de tranca.

Ele empurra a porta e observa o interior da casa antes de suspirar e desejar uma última vez que as coisas comecem a dar certo a partir de agora.

Ou que voltem a ser como antes do furacão, quando Harry ainda estava no armário, seus pais o amavam e ele não conhecia Louis.

🌪

oii, antes de tudo eu queria dizer para não xingarem o harry por causa da parte do cachorro (a essa altura já fizeram isso.) eu sei que as pessoas os amam etc e tal, mas alguns de nós não, e a história da minha vida é cheia de acontecimentos tipo esse.

não acho q eu machucaria um cão, e o harry também não. mas é o q eu penso quando entro em pânico, instinto de sobrevivência ou sei lá o que.

voltando a programação normal, vcs preferem att dupla hoje ou semana q vem? to falando pq sei cm esse capítulo é chato.

(se eu fosse vcs, escolhia semana que vem — confiem em mim. e "hoje" significa amanhã e "semana q vem" significa segunda/terça)

bom, até n sei quando, vcs decidem. espero q tenham gostando,

xoxo, anna

me, you, the bunker and the stormOnde histórias criam vida. Descubra agora