me, you, the bunker and the storm

sortudo

— Louis, você tem certeza que quer fazer isso? — Pergunta sua mãe pela milésima vez, as mãos ao redor de seu rosto, segurando-o ali e forçando Louis a olhar em seus olhos.

Ele sorri e tanta passar tranquilidade quando diz:

— Sim, eu tenho.

Sua mãe não parece convencida, ela olha para o carro da família e suspira. Louis coloca suas mãos sobre as dela.

— Algo me diz que precisarão da minha ajuda, você cresceu no bunker assim como eu, sabe que é seguro — argumenta Louis, eles já tiveram aquela discussão pelo menos trinta vezes desde que o furacão foi anunciado.

— Me promete que se for uma pessoa suspeita não deixará entrar? Você sabe como as pessoas podem ser maldosas.

— Não acho que alguém tão perverso vive nessa ilha — diz ele numa tentativa de aliviar a tensão.

Não alivia.

— Mamãe, apenas idosos vão passar por aqui, fique tranquila.

Johannah estreita os olhos quando Louis diz "mamãe", ambos sabem que ele está querendo ganhá-la, por fim, ela cede.

— Seu avô ficará tão orgulho — diz ela abraçando Louis apertado —, eu amo você, nós vemos em alguns dias.

— Eu também te amo — responde Louis quando eles se separam.

Sua mae hesita ao entrar no carro e o irmão de Louis revira os olhos, seu padrasto acena com a cabeça e a irmã de Louis sorri ao abanar a mão, ela só tem dez anos, ainda não entendeu as proporções daquela catástrofe. Louis acena com o mesmo entusiasmo.

Ele observa o carro da família seguir em direção a rodovia, cada vez menor, até ele só enxergar carros aleatórios.

— Louis! — Grita alguém, chamando sua atenção, ele desvia o olhar da rodovia e caminha até o carro vermelho fogo parado em frente sua casa.

— Oi — cumprimenta ele sorriso casualmente para o carro lotado de estudantes.

— Você vai mesmo ficar no abrigo? — Pergunta uma garota morena de olhos verdes sentada no banco da frente.

— Já disse que o nome é bunker — diz Louis para sua melhor amiga.

— Se quiser vir conosco eu tiro alguém — diz ela sorrindo e Louis nega enquanto tenta esconder o sorriso.

— Será que Louis tem um namorado secreto e vai aproveitar que ficarão sozinho para...

— Meu Deus, cale a boca, John — diz Louis para o motorista do carro —, não tem ninguém e eu provavelmente ficarei sozinho.

— Boa sorte, Lou — diz a garota.

— Boa viagem — responde ele.

🌪

Faltam poucas horas para o furacão chegar e Louis conferiu tudo no bunker umas cinquenta vezes. Vai dar tudo certo, ele continua repetindo a si mesmo.

Louis está tão cheio de adrenalina e ansiedade que dificilmente conseguirá dormir, o que é bom, considerando que passará a noite vigiando a rua.

As horas se arrastam, ele troca mensagens enquanto a bateria de seu celular dura, ele ouve música e assiste netflix também.

Quando o sol começa a nascer fraco por trás de nuvens pesadas, Louis acredita que ficará sozinho, e agora é tarde demais para ir embora, não que ele queira realmente, mas ficar sozinho pode tornar as coisas mais sufocantes e entediantes.

E é então que ele ouve.

Passos pesados na rua, alguém correndo.

Louis levanta dos degraus do bunker que estava sentado e olha para a rua, há um garoto correndo em sua direção, ele parece determinado em sua corrida, como se estivesse muito atrasado. E provavelmente está.

— Hey! — Grita Louis vendo ele se aproximar — você precisa ajuda? — Continua ele, mas o garoto não escuta, talvez por ainda estar há duas casas de Louis, talvez por estar concentrado demais.

— Você deveria entrar! — Grita ele novamente, apontado para para o bunker.

O garoto finalmente para e o encara, confuso, surpreso em vê-lo.

— Entrar! Você deveria entrar! — Repete Louis.

O garoto sorri para Louis, parece automático, arruma o boné e de repente Louis é muito sortudo.

🌪

esse capítulo não tava nos meus planos originalmente, mas eu tive a ideia e pensei why not? é basicamente um presente pra vcs

temo que algumas teorias tenham caído por terra, mas calma, gente, vcs terão bastante tempo pra pensar em outras.

um bj pra todo mundo e quem quiser entrar no gp deixa o número (cm ddd) e nome.

até qualquer dia da semana que vem,

xoxo, anna frava