O Julgamento de Alex Vause [EM REVISÃO]

Capítulo 02

Ao sair do quarto, Piper sentia-se nervosa. Alex havia providenciado tudo para que ela fizesse compras em sua conta na loja Prada mais próxima. O vestido que escolhera era de tafetá de seda azul Santorini, com gola V e sem mangas. O modelo tinha saia plissada e lembrava o tipo de vestido que Grace Kelly usava na década de 1950. Ficava perfeito na garota.

A gerente da loja havia sugerido alguns acessórios para modernizar o visual e a loira escolheu uma elegante clutch de couro e um par de sapatos de verniz de salto agulha e de cor tangerina que achou perigosamente altos. Uma pashmina preta completava o conjunto.

Hesitante, ela parou na sala de estar; seu cabelo cacheado estava solto; os olhos, cintilantes, reluzentes. Ela usava os brincos de diamantes e o colar de pérolas que tinham sido de Diane.

Alex estava sentada no sofá, fazendo mudanças de última hora em suas anotações para a palestra. Quando a viu, tirou os óculos e se levantou.

– Você está deslumbrante. – Ela beijou seu rosto e a girou para admirá-la. – Gostou do vestido?

– Adorei. Obrigada, Alex. Sei que custou uma fortuna.

A morena baixou os olhos para os sapatos de Piper.

– Algum problema? – Questionou.

Vause pigarreou, mantendo o olhar fixo nos pés dela.

– Hum... seus sapatos... eles são, ah...

– Bonitos. Não são? – Ela deu uma risadinha.

– São muito mais que bonitos. – A voz dela ficou embargada.

– Bem, Professora Vause, se eu gostar da sua palestra, talvez continue a usá-los mais tarde...

Alex mexeu nos óculos e abriu um sorriso convencido.

– Ah, vou garantir que você goste, Srta. Chapman. Mesmo que precise repeti-la para você a sós, sob as cobertas.

Ela ficou vermelha e a mais velha a tomou nos braços.

– Temos que ir. – Falou, dando um beijo em seus cabelos.

A garota ficou na ponta dos pés para beija-la, tomando o cuidado de não borrar o batom.

Vause levou os lábios à orelha dela.

– Não sei como vou manter os homens e algumas mulheres longe de você esta noite. Fique perto de mim o tempo todo.

Piper deu um gritinho quando ela a envolveu com os braços, erguendo-a para lhe dar um beijo de verdade. Isso a obrigou a retocar o batom e, antes de sair, as duas tiveram que conferir a aparência no espelho.

Alex segurou a mão da loira durante a breve caminhada até a Galleria degli Uffizi e enquanto eram conduzidas ao segundo piso por um senhor um tanto atarracado, que usava uma gravata-borboleta de lã escocesa. Ele se apresentou como Lorenzo, assistente pessoal do dottore Vitali.

– Professora, sinto muito, mas preciso que o senhora me acompanhe. – Lorenzo correu os olhos de uma para outra, detendo-se em suas mãos entrelaçadas.

A morena a apertou mais.

– É por causa do, como se diz?... na tela? PowerPoint? – Explicou o senhor, gesticulando para o salão atrás deles, onde os convidados já se reuniam.

– A Srta. Chapman tem um lugar reservado. – Disse ela em tom incisivo, irritado por Lorenzo a estar ignorando.

– Sim, Professora. Eu acompanharei a sua fidanzata pessoalmente. – Lorenzo fez um gesto respeitoso com a cabeça na direção de Piper.