Apesar da dor da separação física prolongada, Piper reconhecia que Alex estava constantemente descobrindo novas e engenhosas maneiras de demonstrar seu amor. Por mais que considerasse a nova situação deles difícil, continuava a ter fé nela.
Vause se recusou a sequer cogitar a ideia de passar a noite dentro do seu pequeno quarto no alojamento, mas passava por lá às vezes com flores ou comida para que as duas fizessem um piquenique no chão. Ela a levava ao cinema (dignando-se até a ver algumas comédias românticas americanas) e lhe dava um beijo de boa-noite nos degraus de entrada do seu prédio.
Em mais de uma ocasião, passou noites de sexta ou sábado na biblioteca em sua companhia, escrevendo seu novo livro enquanto a loira se preparava para o curso da professora Mendoza. Chapman estava sendo cortejada com palavras e gestos, e gostava disso. Mas também estava insatisfeita, ansiando pela proximidade que só podia ser alcançada ao fazerem amor.
Logo era dia 21 de agosto e elas estavam pegando um avião rumo à Filadélfia para ajudar nos preparativos do casamento de Lorna e Nicky. Quando chegaram ao saguão do hotel Four Seasons, Piper ficou pasma ao deparar com seu pai sentado numa poltrona, lendo o Philadelphia Inquirer.
- Meu pai está aqui. - Sibilou ela, na esperança de alertar Alex a tempo de ela poder chegar ao elevador antes que Bill sacasse uma de suas espingardas de caça para atirar nela.
- Eu sei. Eu telefonei para ele.
Ela se virou para a morena com os olhos arregalados, sem conseguir acreditar no que ouvia.
- Por que faria uma coisa dessas? Ele quer matar você.
A professora se empertigou, revelando toda a sua altura.
- Eu quero me casar com você. Isso significa que preciso fazer as pazes com seu pai. Quero ser capaz de estar no mesmo lugar que ele sem que ele tente enfiar uma bala em mim. Ou coisa pior.
- Este não é um bom momento para falar com ele sobre se casar comigo. - Sussurrou. - Se tiver sorte, papai vai amputar suas pernas... com o canivete suíço dele.
- Não vou pedir permissão a ele para me casar com você; essa decisão é sua. Mas você quer mesmo se casar com alguém que seu pai odeia?
Piper começou a contorcer as mãos, aflita.
Alex se inclinou para sussurrar em seu ouvido:
- Deixe-me tentar aliviar um pouco a situação para que não seja inimaginável que um dia ele aceite o nosso relacionamento. Pode ser que você ainda venha a querer que ele a conduza pelo corredor da igreja.
Assim que as palavras saíram dos lábios dela, Bill viu o casal parado ali. Abriu um largo sorriso para sua garotinha, então lançou um olhar para Vause e fechou a cara. Ao se levantar, afastou o paletó para trás para poder descansar as mãos nos quadris. Parecia ameaçador.
Alex se inclinou corajosamente para perto dela, plantando um beijo em sua testa enquanto olhava dentro dos olhos dele. O homem mais velho a encarou com uma expressão homicida.
- Pai, oi. - A loira caminhou até ele e lhe deu um abraço.
- Oi, querida. - Ele retribuiu o abraço antes de empurrá-la para trás de si em um gesto protetor. - Vause.
Sem se deixar abalar pelo tom hostil do sogro, ela estendeu a mão. Bill se limitou a olha-la como se a mão dela fosse, como ela própria, maligna.
- Acho que deveríamos encontrar um canto reservado no bar. Não quero uma plateia para o que tenho a dizer a você. Piper, precisa de ajuda para carregar suas malas?
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O Julgamento de Alex Vause [EM REVISÃO]
FanfictionAVISO: Essa obra não me pertence. O enredo e conteúdo descritos são de autoria da escritora Sylvain Reynard. O que lerão a seguir é uma adaptação feita para o universo Vauseman, personagens fictícios da série Orange is the new black. Livro 2: Ale...