Stella Carlin não era virtuosa, mas era inteligente. Não acreditou em Sylvia quando ela declarou que estava disposta a encontrá-la para uma noite de sexo. Para garantir que isso de fato acontecesse, não disse o nome da fidanzata canadense de Vause, prometendo revelá-lo se a garota a encontrasse em Madri em fevereiro.
Sumner não estava disposta a esperar tanto tempo e ter que dormir com ela outra vez só para conseguir a informação que queria, então não respondeu ao e-mail. Decidiu repensar sua estratégia e encontrar outra maneira de descobrir o nome da tal noiva de Alex.
A garota estava com ciúmes e esse era seu principal motivo para querer saber quem havia conseguido conquistar a atenção da professora quando ela própria havia fracassado (inexplicavelmente). Além disso, havia começado a suspeitar de uma certa loira com cara de sonsa desde que Vause quase saíra no tapa com essa aluna em uma aula, durante uma discussão sobre uma amante chamada Paulina.
Mas talvez a explicação mais exata fosse seu novo e um tanto libidinoso fascínio pelos boatos que tinha ouvido sobre a professora Singer e seu estilo de vida nem tão secreto assim. Quando a morena a abraçou depois de palestrar na Universidade de Toronto, uma quantidade considerável de más-línguas entrou em ação. Uma delas era a de Sylvia.
Talvez Stella estivesse enganada. Talvez Vause não tivesse uma fidanzata, no fim das contas. Talvez tivesse uma amante.
Para solucionar esse delicioso mistério, Sumner entrou em contato com um antigo caso seu de Florença que escrevia para o jornal La Nazione, na esperança de que ele lhe desse informações sobre a vida pessoal da morena. Enquanto esperava a resposta, concentrou-se numa fonte mais próxima de casa: no Vestíbulo, todos os pecados seriam revelados.
A ausência de Alex começou a ser sentida no Lobby desde a noite em que tentara seduzi-la. Portanto, concluiu, sua relação com a tal noiva deveria ter começado por volta daquela época. Antes, ela não costumava se importar com a mulher com quem se envolvia ou quando. Ou talvez a relação entre elas fosse apenas casual até aquela noite. Também era possível que a noiva sempre tivesse existido, mas a professora estivesse longe de ser fiel, embora dificilmente um relacionamento assim fosse deixar de gerar fofocas.
(Afinal, Toronto é uma cidade pequena.)
Sylvia sabia muito bem como deveria proceder. Era provável que Vause e sua noiva tivessem visitado o Lobby em algum momento durante o semestre de inverno, já que aquele era o bar preferido dela. Tudo o que precisava fazer era encontrar alguém que trabalhasse no clube e extrair informações dessa pessoa.
No final da noite de sábado, começou a assediar os funcionários do Lobby, tentando descobrir o elo mais fraco. Ela se sentou no bar, ignorando ao máximo a americana loura e alta, recém-chegada de Harrisburg, que estava ali com o mesmo objetivo. Com repulsa, Sylvia mordeu seus lábios vermelhos e carnudos quando a mulher sacou seu celular e falou muito alto em italiano com um maître chamado Antonio.
Conforme a noite passava, ela logo percebeu que suas opções eram poucas. Ethan tinha namorada, o que significava que era inútil tentar seduzi-lo. Mais de um dos barmen eram gays e havia apenas garçonetes servindo as mesas. Só restava Joel.
Luschek era um fanático por informática que ajudava Ethan na área técnica da segurança do clube, por isso tinha acesso às gravações das câmeras de vigilância. Com muito entusiasmo, aceitou deixa-la entrar no clube depois do horário de encerramento para que examinassem vários CDs de gravações, a começar por setembro de 2009.
E foi assim que ela se viu sentada na pia do banheiro feminino, recebendo as estocadas dele numa manhã de domingo, quando deveria estar na igreja.
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O Julgamento de Alex Vause [EM REVISÃO]
FanficAVISO: Essa obra não me pertence. O enredo e conteúdo descritos são de autoria da escritora Sylvain Reynard. O que lerão a seguir é uma adaptação feita para o universo Vauseman, personagens fictícios da série Orange is the new black. Livro 2: Ale...