Capítulo 04

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Na cobertura de um hotel de luxo em Florença, havia roupas jogadas por toda a sala de estar, descrevendo uma trilha, como se fossem migalhas de pão, da entrada até uma parede que não estava mais vazia. Gemidos e ritmos indiscretos ecoavam no ar, flutuando por sobre elegantes sapatos femininos feitos à mão, uma lingerie preta, um vestido sob medida largado sobre a mesa de centro, um vestido de tafetá que formava no chão uma poça azul Santorini...

Se um detetive examinasse a cena, daria pela falta da calcinha e de outro sapato feminino. 

O ar estava repleto dos aromas de flor de laranjeira e Aramis, misturados ao cheiro almiscarado de suor. O quarto estava escuro. Nem mesmo o luar que vinha do terraço alcançava a parede onde dois corpos nus se agarravam. Uma mulher alta estava com as costas eretas e segurava no colo outra, um pouco menor, que envolvia os quadris dela com as pernas. 

– Abra os olhos. 

O pedido de Alex foi entrecortado por uma cacofonia de sons: pele deslizando contra pele, gemidos desesperados abafados por lábios, breves sorvos de oxigênio e o leve baque das costas de Piper na parede. 

Ela conseguia ouvi-la gemer a cada investida de seus dedos, mas sua capacidade de falar tinha se perdido, concentrada numa só sensação: prazer. Cada movimento dela lhe dava prazer, até mesmo o atrito entre seus seios e a sensação de uma das mãos dela a sustentando. A garota oscilava à beira do êxtase, ofegante, à espera de que o próximo movimento a fizesse cair. Quase lá, quase, quase, quase... 

– Você... está... bem? – Vause estava ofegante e sua última palavra soou como um gemido, quando a loira girou os tornozelos de leve, pressionando os saltos afiados em sua pele. 

Piper jogou a cabeça para trás e soltou alguns sons incoerentes ao chegar ao orgasmo, ondas intensas irradiando de onde elas estavam conectadas e disparando por seus nervos, até que todo o seu corpo estivesse vibrando. A morena sentiu, é claro, e gozou logo em seguida, apenas pelo prazer em tê-la apertando seus dedos, deu mais duas investidas profundas e gritou seu nome com a boca no pescoço dela, tremendo dos pés à cabeça. 

– Você me deixou preocupada. – Sussurrou ela pouco depois. 

Estava deitada de costas no centro de uma cama grande e branca, enquanto uma sonolenta Piper se enroscava ao seu lado, a cabeça dela descansando sobre sua tatuagem. 

– Por quê? 

– Você não abria os olhos. Não falava nada. Fiquei com medo de ter sido bruta demais. 

Ela correu os dedos pela barriga de Alex, dedos esses que desciam a partir do seu umbigo, percorrendo-os preguiçosamente, sentindo sua textura. 

– Você não me machucou. Foi diferente desta vez... mais intenso. A cada vez que você se movia, uma sensação incrível atravessava o meu corpo. Eu não conseguia abrir os olhos. 

Vause sorriu para si mesma, aliviada, e pressionou os lábios na testa dela. 

– Esta posição é mais profunda. E ainda houve as preliminares no museu. Não consegui tirar as mãos de você durante o jantar. 

– Só porque sabia que eu tinha perdido minha calcinha. 

– Não. Foi porque desejo você. Sempre. – Ela abriu um meio sorriso. 

– Com você, cada vez é melhor do que a anterior.

O rosto da morena ficou melancólico. 

– Mas você nunca diz meu nome. 

– Digo seu nome o tempo todo. Fico surpresa que ainda não tenha me pedido que use um apelido carinhoso.

– Não é disso que estou falando. O que quero dizer é que você nunca diz meu nome... quando goza. 

O Julgamento de Alex Vause [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora