Na cobertura de um hotel de luxo em Florença, havia roupas jogadas por toda a sala de estar, descrevendo uma trilha, como se fossem migalhas de pão, da entrada até uma parede que não estava mais vazia. Gemidos e ritmos indiscretos ecoavam no ar, flutuando por sobre elegantes sapatos femininos feitos à mão, uma lingerie preta, um vestido sob medida largado sobre a mesa de centro, um vestido de tafetá que formava no chão uma poça azul Santorini...
Se um detetive examinasse a cena, daria pela falta da calcinha e de outro sapato feminino.
O ar estava repleto dos aromas de flor de laranjeira e Aramis, misturados ao cheiro almiscarado de suor. O quarto estava escuro. Nem mesmo o luar que vinha do terraço alcançava a parede onde dois corpos nus se agarravam. Uma mulher alta estava com as costas eretas e segurava no colo outra, um pouco menor, que envolvia os quadris dela com as pernas.
– Abra os olhos.
O pedido de Alex foi entrecortado por uma cacofonia de sons: pele deslizando contra pele, gemidos desesperados abafados por lábios, breves sorvos de oxigênio e o leve baque das costas de Piper na parede.
Ela conseguia ouvi-la gemer a cada investida de seus dedos, mas sua capacidade de falar tinha se perdido, concentrada numa só sensação: prazer. Cada movimento dela lhe dava prazer, até mesmo o atrito entre seus seios e a sensação de uma das mãos dela a sustentando. A garota oscilava à beira do êxtase, ofegante, à espera de que o próximo movimento a fizesse cair. Quase lá, quase, quase, quase...
– Você... está... bem? – Vause estava ofegante e sua última palavra soou como um gemido, quando a loira girou os tornozelos de leve, pressionando os saltos afiados em sua pele.
Piper jogou a cabeça para trás e soltou alguns sons incoerentes ao chegar ao orgasmo, ondas intensas irradiando de onde elas estavam conectadas e disparando por seus nervos, até que todo o seu corpo estivesse vibrando. A morena sentiu, é claro, e gozou logo em seguida, apenas pelo prazer em tê-la apertando seus dedos, deu mais duas investidas profundas e gritou seu nome com a boca no pescoço dela, tremendo dos pés à cabeça.
– Você me deixou preocupada. – Sussurrou ela pouco depois.
Estava deitada de costas no centro de uma cama grande e branca, enquanto uma sonolenta Piper se enroscava ao seu lado, a cabeça dela descansando sobre sua tatuagem.
– Por quê?
– Você não abria os olhos. Não falava nada. Fiquei com medo de ter sido bruta demais.
Ela correu os dedos pela barriga de Alex, dedos esses que desciam a partir do seu umbigo, percorrendo-os preguiçosamente, sentindo sua textura.
– Você não me machucou. Foi diferente desta vez... mais intenso. A cada vez que você se movia, uma sensação incrível atravessava o meu corpo. Eu não conseguia abrir os olhos.
Vause sorriu para si mesma, aliviada, e pressionou os lábios na testa dela.
– Esta posição é mais profunda. E ainda houve as preliminares no museu. Não consegui tirar as mãos de você durante o jantar.
– Só porque sabia que eu tinha perdido minha calcinha.
– Não. Foi porque desejo você. Sempre. – Ela abriu um meio sorriso.
– Com você, cada vez é melhor do que a anterior.
O rosto da morena ficou melancólico.
– Mas você nunca diz meu nome.
– Digo seu nome o tempo todo. Fico surpresa que ainda não tenha me pedido que use um apelido carinhoso.
– Não é disso que estou falando. O que quero dizer é que você nunca diz meu nome... quando goza.
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O Julgamento de Alex Vause [EM REVISÃO]
FanfictionAVISO: Essa obra não me pertence. O enredo e conteúdo descritos são de autoria da escritora Sylvain Reynard. O que lerão a seguir é uma adaptação feita para o universo Vauseman, personagens fictícios da série Orange is the new black. Livro 2: Ale...