Piper abriu os olhos e viu o sol forte de julho entrando pela porta aberta da tenda. Ela estava enrolada debaixo de dois cobertores de caxemira nos quais havia sido aconchegada com ternura. Estava sozinha. Se não soubesse de quem aquela tenda pertencia, teria achado que havia sonhado a noite anterior. Ou que tinha acordado dentro de um novo sonho.
Quando saiu da cama, encontrou um bilhete ao lado do seu travesseiro.
"Querida,
Você estava dormindo tão gostoso que eu não quis incomodá-la. Vou pedir a Rebecca para preparar waffles para o café da manhã, pois sei que você gosta. Adormecer nos seus braços novamente me fez lembrar que eu era apenas metade de uma pessoa na sua ausência.
Você me completa.
Com amor,
Alex."
Ela não pôde negar que, ao ler o bilhete, foi tomada por uma série de emoções, como uma sinfonia de diferentes instrumentos. Talvez o mais forte desses sentimentos fosse o de alívio.
Alex a amava. Alex tinha voltado.
Mas perdão e reconciliação são duas coisas diferentes e Piper sabia que, embora outras forças tivessem colaborado para separá-las, tanto ela quanto a morena eram responsáveis pela situação em que se encontravam. Chapman não queria voltar correndo para os braços dela só para fugir da dor da separação; isso seria o mesmo que tomar um comprimido para aliviar uma dor sem investigar sua causa.
Ela encontrou seus sapatos e atravessou lentamente o jardim, pegando sua bolsa de volta antes de entrar pela porta dos fundos. Rebecca já preparava o café da manhã na pequena cozinha.
- Bom dia. - Disse ela, cumprimentando Piper com um sorriso.
- Bom dia. - A loira apontou para a escada que levava ao segundo andar. - Eu só estava indo usar o banheiro.
A mulher enxugou as mãos no seu avental.
- Acho que Alex ainda não o desocupou.
- Ah.
- Por que não bate à porta? Talvez ela já tenha acabado.
A ideia de topar com a morena molhada do banho, envolvida numa toalha, fez a pele dela ficar cor-de-rosa.
- Hã, prefiro esperar. Posso? - Ela gesticulou para a pia da cozinha e, com a permissão de Rebecca, lavou as mãos. Depois de secá-las, pegou um elástico da bolsa e prendeu o cabelo em um rabo de cavalo.
A mais velha a convidou a se sentar à pequena mesa redonda da cozinha.
- Esta casa não é muito prática com um banheiro só. Acabo tendo que subir aquelas escadas várias vezes por dia. Até minha casinha tem dois banheiros.
Chapman ficou surpresa.
- Achei que a senhora morasse aqui.
Ela riu e pegou um jarro de suco de laranja recém-feito da geladeira.
- Eu moro em Norwood. Morava com minha mãe, mas ela faleceu alguns meses atrás.
- Meus pêsames. - Piper lançou um olhar compassivo, enquanto servia o suco de laranja em duas taças de vinho.
- Ela sofria de Alzheimer. - Falou sem rodeios antes de voltar ao trabalho.
A loira a observou ligar uma máquina elétrica de waffles e então lavar e tirar as folhas de um cesto de morangos frescos e bater um pouco de creme de leite. Vause tinha planejado bem o café da manhã.
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O Julgamento de Alex Vause [EM REVISÃO]
FanficAVISO: Essa obra não me pertence. O enredo e conteúdo descritos são de autoria da escritora Sylvain Reynard. O que lerão a seguir é uma adaptação feita para o universo Vauseman, personagens fictícios da série Orange is the new black. Livro 2: Ale...