Helga me convidou para almoçar, não aceitei. Segundo meu tio ela já havia me procurado antes. O que ela pretendia com essa "amizade"?
Pedir para que me deixasse na Castelo conveniências.
- Obrigada pela companhia, Lize.
Sorrir para ela.
- Tem certeza que não quer almoçar comigo?
- Tenho. Preciso ver uma coisa no meu carro.
Ela olhou para o Fusca ali. E o nojo surgiu novamente. Desci de seu carro super caro revirando os olhos por causa de sua atitude enojada.
- Até mais – ela disse
- Até.
Ela se foi. Passos dados pela calçada me colocaram na entrada da loja.
Entrei, pegue as chaves do Fusca no claviculário e sair. Sentei no banco de meu carro, abri a janela para circular ar no ambiente abafado. E fiquei ali derrotada fitando o volante. Eu precisava aprender a dirigir.
- O que está fazendo aí? – ele disse.
Cinco estava amparando o braço no teto do fusca, se curvou colocando a cabeça na janela. A outra mão no bolso do casaco.
- Como sabia que eu estava aqui?
- Eu sentir seu cheiro e ouvir a porta sendo aberta.
- Como? Eu nem cheguei perto de você e fui tão discreta.
- Vampiros têm sentidos aguçados.
Ele não usava o capuz – o dia não estava ensolarado - e o vento balançava suas ondas douradas.
- Já passou da hora de arranjar um casco novo.
- Não preciso de sua opinião.
- Desculpa, eu realmente não sei o que você passa sendo um vampiro.
Passei um pacote pela janela. Ele pegou confuso.
- Por favor, me ensine a dirigir – prosseguir.
Ele puxou o conteúdo do pacote. Pensei que ele iria gritar comigo ou até jogar o que tinha ali na minha cara. Mas ele disse:
- Tudo bem, mas não quero sangue em troca. O casaco... já é... suficiente.
Por acaso ele ficou mexido?
Passei minhas pernas por cima do cambio para posicionar-me no lado do passageiro. Ele abriu a porta e sentou-se com o rosto completamente insondável.
Mandei uma mensagem para tio Beto.
"Encontrei uma amiga. Vou passar o dia com ela e ela vai me deixar em casa mais tarde."
- Você deu um jeito no rastreador?
- Dei – respondi.
O silêncio que pairava entre nós me incomodava, mas não queria que algo que eu dissesse se tornasse uma discussão e o fizesse desistir de me ensinar. Cinco nos levou a uma área distante. Um grande espaço aberto de terra, rodeado por mato.
Trocamos de lugares. Ele colocou o cinto, fiz o mesmo.
- O que você sabe sobre direção?
- Nada.
- Sebe pelo menos ligar o carro?
- Claro que sei.
Atrapalhei-me no processo, deixando a chave cair no assoalho.
Ele mexeu os cantos da boca. E foi a primeira vez que eu vi um quase sorriso dele.
Toquei no volante.
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VAMPIRE HUNTER
VampireLize tinha uma vida simples na pacata cidade de Antunes, passavas seus dias trabalhando na loja de conveniências da família com seu tio. Pensava que seria assim até o resto da vida, mas ser atacada por um vampiro e salva constantemente por um descon...