Capítulo 21

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A luz do poste à frente fez aquela parte do beco ficar um pouco iluminada. Com a proximidade dele podia enxergar seu rosto, finalmente eu iria saber quem ele era, mas não acreditei no que vi. Era uma droga ele usar uma máscara, simples e preta, assim como suas vestes. Somente o boné era azul sobre os cabelos castanhos, com um tipo de corte que faziam as pontas grudar no pescoço. Além da arma de fogo; diferente da ultima vez que não conseguir identificar, ele carregava uma estaca. Quem era esse desconhecido de boné?

Ele não respondeu minha pergunta, correu e me deixou ali com a garota morta. Eu estava aterrorizada demais para persegui-lo. Aterrorizada não só com a corrompida e a garota. Aterrorizada comigo mesma. Eu estava com medo, mas mesmo assim tive instinto de atacar. Pus-me de pé e analisei minha mão agarrada a adaga, minha roupas e sapatilhas respingada de sangue. Fios de cabelos que se soltaram do rabo de cavalo pendiam no meu rosto. Era o que eu queria ser, queria acabar com esses corrompidos.

Em Antunes não era comum carros e pessoas transitando tarde da noite, mas naquele instante um passou pela rua. Aquilo me fez deixar minha utopia. Dei uma última olhado para o corpo e corri para o carro.

Peguei o celular e fiz uma ligação anônima para a emergência. Imaginei com os parentes dela reagiriam ao saber de sua morte. Já eram 22h45min, tinha que chegar antes de tio Beto em casa.

O velocímetro no painel do Fusca indicava de 0 até 140. Engatei a terceira, acelerei, chegando a 100. Havia ido muito devagar pelo caminho e gastado bastante tempo, mas agora estava perto da Castelo e tinha que chegar logo, pedir para Cinco me levar em casa para que ele voltasse com o Fusca.

Minha cabeça parou de raciocinar quando os faróis atingiram um ser a frente e já era tarde quando pisei no freio. Bati em alguém. Eu estava alucinando, só podia. Engoli em seco, acho que tinha visto um moletom vermelho.

Apertei o crucifixo em meu pescoço, rezando para não ter acontecido o pior. Desci do carro angustiada. O cara que eu estava apaixonada, o cara que eu queria que vivesse. Naquele instante eu tinha acabado de matá-lo.

- Meu Deus!

Me desesperei com o que vi. Minhas mãos foram à boca. Cinco estava retorcido com se tivesse quebrado a coluna, o jeans tinha sido rasgado pelo osso que saia de sua perna. Meu corpo tremia descontroladamente.

Ele abriu os olhos e gemeu de dor.

- Stupid! – disse ele com a voz fraca ao me ver.

Me ajoelhei diante dele, peguei seu rosto em minhas mãos. Ele estava com a pele levemente úmida, como se estivesse acabado de tomar banho.

- Cinco... me des...

- Puxe ... perna.

- O que?

- Puxe minha perna – gritou.

Eu entendi o que ele queria, que eu colocasse o osso no lugar.

Engatinhei até a outra extremidade. Um pouco receosa puxei a perna, ele deu um grito grave de agonia.

- Agora as costas... me endireite.

Obedeci. As costelas estralaram enquanto eu endireitava, mas eu não sabia se estava as colocando no lugar ou quebrado o resto.

- E agora o que eu faço? – disse sentando ao seu lado.

- Espere a mágica acontecer.

Esperamos uns segundo.

- Que demora – ele se queixou.

- Você deve está fraco, não anda se alimentando direito.

Ele começou a se levantar. Pus minha mão sobre seu peito o impedindo.

- Espere um pouco mais.

- Já consigo andar.

Ele retirou minha mão rudemente e se ergue. Segurou-se no carro enquanto ia para o lado do motorista. Seu moletom tinha um rasgo enorme nas costas.

- Você ainda não pode dirigir – eu disse

- Humanos não vão se regenerar em segundo se você atropelá-los.

- Desculpa... eu... – disse com a voz embargada.

- Entre no carro agora – ordenou.

Entrei. Ele retirou o moletom pela cabeça, viu o estrago e o jogou no banco de trás.

Estava aliviada por ele está vivo. Mas suas feições não eram das melhores, as olheiras estavam piores do que antes dele ir à floresta, e ele ainda não tinha se curado por completo.

- Cinco, eu acho que se você beber meu sangue vai se curar mais rápido.

- Nem me venha com essa proposta de novo.

- Eu atropelei você tenho que fazer algo para compensar.

Peguei a adaga e posicionei no pescoço.

- O que pensa que está fazendo? – disse ele desaprovando minha atitude.

- Tenho que tomar uma medida drástica já que você não quer cooperar.

Amo comentário e adoro teorias se puder deixe sua opinião, risos, revoltas, que achou a fala da Lize ridícula : o e o 5 lindo S2... me deixaria muito feliz ; )

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