Perspectiva de Desconhecido
Eu estava sentado à mesa com os cotovelos sobre ela, carregando minha pistola. O carregador tinha capacidade para 10 tiros. Era uma Beretta modelo U22 Neos Semiautomática calibre 22LR. Balas de prata poderiam machucar e ainda matar se conseguido o feito - muito difícil – de acertar uma bala no coração do corrompido. Mas, por tal dificuldade, uma pistola não era a arma oficial dos caçadores de vampiros.
Ergui-me, coloquei a pistola no cós das calças e alcancei minha estaca. Apertei-a em meu punho com bastante força. Cada caçador de vampiros deveria solicitar a personalização da sua famosa estaca de prata. Essa em especial já havia exterminado muitos corrompidos. Vesti a roupa preta habitual de um caçador, mas não ousei colocar o broche da Ordem, desde que vim parar aqui não o usara.
Sair para uma ronda noturna. Aquelas aberrações caçavam presas fáceis a noite, o Sol incomodar sua pele. Preferiam arrastar pessoas para becos escuros e abafar seus gritos, para dessa forma sugarem seu sangue até a morte. Eram vampiros loucamente insaciados. Era fácil distingui-los assim que os enxergasse, pele pálida e se deteriorando, escleras vermelhas, presas grandes. Se chegasse a tocar um dele, iria sentir o gelo que emanava de sua pele e suas veias sem pulsação. Eles eram mortos-vivos e meu dever era caçá-los e destruí-los.
Desloquei-me pelas ruas buscando malditos corrompidos. Acabei com dois naquela noite. E naquele momento estava cravando o terceiro. Balancei a estaca tentando retirar pelo menos um pouco de sangue que ali estava, a coloquei de volta na bainha na cintura. Eu não era um caçador daquela região, e não queria topar com algum e ter que explicar meus propósitos, então já estava na hora de voltar. Rapidamente retornava pelas calçadas com a cabeça abaixada. Já tinha decretado encerrar a caçada, mas não podia deixar para lá o som de ingestão que chegou aos meus ouvidos. Dessa forma, acabei chegando a um beco.
Uma garota estava desmaiada ao longo do chão de concreto, provavelmente morta, odiava chegue tarde e deixar alguém inocente morrer. E outra esfaqueava uma corrompida com uma adaga. Era Lize ali com a adaga que eu a presenteei. Espero que Roberto não tenha se importado de eu ter pegado a adaga e a dado a quem pertencia por direito.
Segurei a Bretta com as duas mãos, tive cuidado para não acertar Lize, mirei na maldita e atirei até usar metade do cartucho. E não era querendo me gabar, mas eu era muito bom de mira. Os sons dos disparos e dos cartuchos vazios trincando no solo soaram alto no silêncio que a noite proporcionava. As balas de prata as machucaram, mas não podiam pará-la. Ela veio em minha direção. Os tiros e os cortes fizeram a corrompida agir lentamente. Saquei minha estaca da bainha. Segurei seu ombro com uma das mãos e com a outra empunhada da estaca enterrei em seu peito. Seu sangue sujava minha mão, seus olhos pediam o foco e ela logo virou o pó cinza que eu estava acostumado a ver.
Passei a vista avaliando de longe o estado das garotas.
Lize estava ajoelhada frente a vítima expressando compaixão e raiva ao mesmo tempo. Suas roupas salpicadas de sangue, seus joelhos na pequena poça de sangue da vítima. Seus olhos lacrimejavam e seus punhos estavam fechados com bastante rigidez. Aquela garota possuía uma força que ela mesma nem sabia.
Aproximei-me, poucos centímetros nos separando, fiquei parado observando o estado que se encontravam.
Não se tinha nada a se fazer agora, a garota ao chão já estava morta. Eu entendia o sentimento de Lize nesse momento, de não ter tido a capacidade de salvá-la, era o mesmo que o meu.
- Como... como faço para ser como você? - ela perguntou com determinação.
Eu não podia conta a verdade. E por um lado lamentava isso.
Ela olhou em direção a meu rosto, seus olhos se arregalaram, sua expressão era de incredulidade.
Dei as costas a ela. Caminhei rápido, quase correndo. Eu sabia que ela tinha capacidade de me seguir, mas esperei que o choque não a fizesse se mover, do mesmo modo que aconteceu na segunda vez que a salvei. Para sua própria segurança ela não deveria de maneira nenhuma descobrir quem eu era.
Amo comentário e adoro teorias se puder deixe sua opinião, risos, revoltas, que achou a fala da Lize ridícula : o e o 5 lindo S2... me deixaria muito feliz ; )
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VAMPIRE HUNTER
VampiriLize tinha uma vida simples na pacata cidade de Antunes, passavas seus dias trabalhando na loja de conveniências da família com seu tio. Pensava que seria assim até o resto da vida, mas ser atacada por um vampiro e salva constantemente por um descon...