Capítulo 27

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Chegue em segurança em casa. Também com um Vampiro Arrogante no meu pé me forçando a andar rápido e dizendo cem vezes para que eu não tentasse fugir novamente era bem "comovente".

Não duvidei que ele estivesse me vigiando. Olhei para os quatro lados do quarto averiguando se não tinha ninguém enquanto trocava de roupa, o que era um pouco desnecessário, pois ele já havia me trocado uma vez. Isso era uma lembrança embaraçosa.

Minha cabeça tentava pensar alguma maneira de confirmar que tio Beto era um caçador sem perguntá-lo. E o vulto em minha mente voltou a me assombrar mais uma vez enquanto preparava dois sanduíches para o jantar.

Eu já estava vestida de pijama e continuava pensando sobre isso durante a refeição.

O barulho do carro chegando não me intimidou. A maçaneta se moveu, a porta rangeu, passos ecoaram na calmaria. Bisbilhotei o relógio na parede, eram 19 horas em ponto.

- Estou de volta, Lize.

- Não me diga – sussurrei em zombaria.

- Não entendi. O que disse? – indagou chegando à mesa.

Ele pegou um dos sanduíches de meu prato e deu uma enorme mordida.

- Eu tinha dito: quem bom. – Acrescentei um sorriso. – E como está tia Inês?

- Muito bem, ela lhe mandou um beijo.

- Ela se lembra de mim, uma lástima, pois eu não me lembro dela.

- Você era bem pequena na ultima vez que a viu. Estou muito cansado vou tomar um banho e deitar.

Cansado de que? De caçar?

- Realmente a viagem a capital é cansativa – comentei.

Ele então subiu as escadas ainda comendo o sanduíche roubado.

O que eu deveria fazer?

*

Com meus fones nos ouvidos cantarolava Use Somebody em um péssimo inglês, tentando chamar a atenção de Cinco. De uma forma incrível ele sempre arrumava o que fazer na loja. Varria o piso, repunha mercadorias, organizava as prateleiras, e às vezes quando não tinha mais o que fazer, retirava todos os produtos e os organizava novamente nas prateleiras, exatamente como agora.

Parecia que nada afetuoso tinha acontecido entre nós nos últimos dias. O cumprimentei quando cheguei a Castelo, mas ele não respondeu. Nem sequer olhava em minha direção o dia inteiro. Perguntava-me se ele sofria de transtorno bipolar ou se simplesmente para ele era divertido estar me esnobando. Queria ver se amanhã na nossa aula se ele iria continuar me desprezando desse jeito.

Eu o observava descaradamente. E estava contente que ele usava seu novo moletom. O preto realçava seus olhos e cabelos claros.

Seu rosto desviou para o movimento da rua e ele fez aquela costumeira expressão de fúria. Da posição que eu estava não se podia ver o que motivava de sua reação.

- Senhorita Eloíze Castelo! - disse alguém que acabara de entra na loja.

Era um carteiro. Parei a música mas não retirei os fones.

- Sim, sou eu.

Ele veio até mim no caixa me entregando uma caneta e uma prancheta, indicou o local onde eu deveria assinar na folha. Em suas mãos uma caixa.

Realizando o ato, devolvi a prancheta, pegue o que me pertencia e ele se foi com pressa.

Cinco rapidamente deixou o que estava fazendo de lado e veio até o caixa.

- O que é isso? – perguntou ele.

Li o remetente.

- É de tia Ana. Todo ano o presente que ela envia chega atrasado.

Desembrulhei, ali tinha um frasco de perfume. Chloé Eau de Parfum.

Borrifei em meu pulso para saber o cheiro que tinha.

Cinco franziu o rosto.

- O que foi? – perguntei.

- É forte, e confunde se cheiro.

O nariz de um vampiro era bem apurado e podia sentir odores com mais intensidade. E eu também achei o cheiro forte, mas gostei do aroma. Já que ele estava falando comigo resolvi provocar.

- E o meu cheiro é bom?

- Seu cheiro é ótimo, não precisa disso.

Mordi o lábio. Ele voltou a repor amendoins, me deixando só na vontade de beijá-lo.

O bipe do sinal de mensagem estridulou em meus ouvidos. Era do Túlio.

"Urgente! Me encontre na esquina."

Deixei o presente recém-chegado ali no caixa mesmo e arranquei os fones fora do ouvido.

Talvez tivesse sido Túlio quem Cinco viu e demonstrado aquela relação. Não sei o que ele faria se Túlio voltasse aqui. Temendo que a loja se tornasse um ringue – tio Beto ficaria muito triste se a Castelo fosse devastada de novo - e tomada pela curiosidade impactada pelo fator urgente, decidir aceitar o pedido.


Amo comentário e adoro teorias se puder deixe sua opinião, risos, revoltas, que achou a fala da Lize ridícula : o e o 5 lindo S2... me deixaria muito feliz ; )

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