Harry Potter e o Canto Da Quimera

20 - Ano Novo

Era a manhã do primeiro dia do ano e para Draco estava sendo uma tortura, andava cada vez mais mal humorado, com olheiras embaixo dos belos olhos cinzentos. Mal saiu do lado da cama de Harry, os amigos o obrigavam a comer em intervalos regulares e bem cedo naquela manhã Hermione entrou no dormitório carregando uma bandeja com café da manhã.

- Feliz ano novo Draco - beijou o rosto do loiro - Você está fedendo... Vai tomar um banho, eu fico com ele.

- Mas ele pode acordar e eu não estar aqui Mione

- O professor Winchester disse que ele deve acordar hoje sim você quer estar cheirando mal pra dar as boas vinda a ele? Você vai banho e eu fico, tá? Vai lá.

Draco se deu por vencido e foi o mais rápido que pode para seu dormitório. Quando sentiu a água quente escorrendo pelo corpo, encharcando o cabelo loiro que batia nos ombros se deu conta do quanto precisava daquele banho. A água relaxou os músculos tensos e pareceu tirar um peso dos seus ombros. Fechou os olhos e deixou a água levar a tensão.

Harry acordou com um bocejo, olhou em volta e estava sozinho no dormitório. Sentiu um gosto amargo na boca e o corpo doendo, sentou-se na cama e viu Hermione entrar.

- Mione - a voz quase não saiu - Mione?

- Harry! Que bom que acordou! - abraçou o amigo.

- Que dia é hoje?
- Primeiro de janeiro...

- Mas ontem era dia trinta - ficou confuso com o lapso de tempo - O que houve?

- Qual a última coisa que se lembra?

- De estar na biblioteca estudando tomando chá de alcaçuz.

- Entendo.

- Que cara é essa Mione? Cadê o Draco e todo mundo?

- O chá que você bebeu era uma poção de memória. O antídoto te apagou por dois dias. O Draco mal saiu do seu lado, o pessoal está agora tomando café da manhã no salão. Você disse umas coisas bem ruins pro Draco sob efeito da poção Harry.

- Por Merlim! - passou as mãos pelo cabelo, nervoso - Me conta o que houve Mione, por favor, preciso saber o que fiz.

Hermione contou tudo que aconteceu desde que Draco foi acordar o moreno na biblioteca dois dias antes. Contou as coisas horríveis que Harry disse e sobre não saberem quem colocou a poção no chá. Harry ficou perplexo, no fim do relato de Hermione estava de cabeça baixa tentando segurar as lágrimas.

- Como ele está?

- Triste. Preocupado. Triste...

- Preciso conversar com ele - disse muito sério.

- Conversar com quem? - Draco entrou no dormitório; já tinha a senha do retrato da Mulher Gorda.

Hermione percebeu que deveria deixar os dois sozinhos, seria uma conversa difícil e não queria atrapalhar. Antes de sair do dormitório deu um beijo na cabeça de Harry e um tainha amigável no ombro de Draco. Quando ouviram a porta lá embaixo fechar Harry olhou para Draco que não movera um centímetro de sua posição na porta do dormitório, os dois se analisaram durante alguns segundos, até que Harry chamou Draco com um aceno para se sentar ao seu lado e o loiro sentou na cama, mas sem tocar o grifinório.

- Não sei como me desculpar pelo que houve - Harry começou - Sinto muito mesmo por ter dito aquelas coisas e ter te magoado e te preocupado. Não era esse o início de ano que planejei pra nós.

- Sei que estava sob efeito da poção, e vou matar quem fez isso, mas o que mais doeu não foi o que você disse e sim o jeito que me olhou. Era como se o meu Harry nunca tivesse existido e um estranho hostil estivesse no lugar. Se alguém perfurar meu coração com uma adaga não vai doer tanto... - lutou para manter a voz firme - A morte mil vezes não vai doer tanto.

Harry se sentiu um grande pedaço de bosta de explosivin, não lembrava de nada do que disse ou fez, mas saber que Draco estava sofrendo era mais do que podia suportar.

- Vou entender se você não quiser mais ficar comigo, o que fiz foi horrível e não tem perdão. - Harry não olhava suas próprias mãos.

- Não quero ouvir você dizer isso. Por favor, não piore as coisas. Nós vamos ficar juntos e descobrir quem fez isso conosco.

Draco de aproximou mais e abraçou o namorado. Era tudo que queria desde que Harry adormeceu por causa do antídoto, foi seu primeiro ímpeto assim que o viu acordado, mas precisava ter certeza de que era seu Harry de volta ali e não aquele estranho que tomou seu lugar duas manhãs atrás.

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Hermione chegou ao grande salão e contou aos amigos que Harry estava acordado finalmente e Draco estava com ele. Todos quiseram ir até o dormitório ver como Harry estava, mas Padma os impediu com Hermione; ambas sabiam que Draco e Harry precisariam conversar em particular.
Acabaram ficando no salão por quase toda a manhã; poucos alunos estavam na escola no feriado e alguns assistiam Ron e Blásio jogando uma partida de xadrez de bruxo, os dois formavam uma rivalidade amigável sendo muito bons no jogo, a maioria se juntou para jogar snap explosivo, o professor Winchester e o professor Slughorn estavam absortos numa conversa séria, mas mudaram rapidamente de assunto quando Gina e Luna se aproximou para desejar feliz ano novo.

Já no horário do almoço Ron se esgueirou para o dormitório da Grifinória para chamar o casal para almoçar com todos no grande salão. Assim que entrou na sala comunal e começou a subir as escadas ouviu gemidos, parou gelado na escada e deu meia volta rindo baixo. Entrou de volta no grande salão com o rosto intensamente vermelho. 

- Onde você foi? - Pansy estreitou os olhos para Ron.

- Ao banheiro - mas começou a rir de novo, mais vermelho que nunca.

- Ao banheiro Ronald? - Hermione questionou, uma sobrancelha arqueada. Pansy, Simas, Blásio, Padma, Gina e Luna começaram a prestar atenção.

- Fui chamar o Harry e o Draco para almoçar...

- Eu te disse pra não subir Rony! - Padma ralhou com ele

- Desculpa! Eu achei que já seria tempo o suficiente deles conversarem...

- Cadê eles então?

- Eu não chamei

- Porquê? - Luna estava linda, ainda usando o suéter de renas do natal.

- É... - Ron abaixou a voz até ser um sussurro - Eu acho que ouvi eles transando.

Por três segundo todos ficaram em silêncio, mas então caíram na gargalhada juntos, de repente mais leves ao saber que tudo estava mais perto de estar normal de novo.