22 - Azkaban

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O sábado amanheceu com uma temperatura agradável de primavera, Harry acordou de um sonho estranho em que ele estava sozinho na Riddle Manor e via um homem alto fazendo uma poção num caldeirão velho. Levantou e mesmo durante o banho não conseguia tirar o sonho da cabeça.

Os alunos começaram a se juntar no pátio para pegar as carruagens para a visita à Hogsmeade. Ron e Hermione estavam discutindo num canto, Harry preferiu não se aproximar; sabia que os dois quando brigavam costumavam usá-lo como escudo. Harry procurou por Draco, mas o loiro não estava no pátio.

- Blás, onde está o Draco?

- No dormitório, ele está com a Pan que não acordou bem

- Ele não vai pra Hogsmeade

- Acho que não Harry, mas ele disse que almoça com você sem falta...

- Tudo bem, obrigado Blás

Harry acabou se juntando a Simas e passaram a manhã no povoado, compraram doces na Dedos de Mel e logros na Zonko, mas logo resolveram voltar ao castelo.

- Simas, Harry! – Blásio estava subindo a rua logo atrás deles – Vamos tomar cerveja amanteigada no Três Vassouras com o pessoal? A Luna, a Gina, a Padma e o Francis estão esperando a gente.

Draco e Pansy se esgueiraram até o corredor de poções na masmorra e entraram na sala de aula vazia. Pansy ia ficar de olho no corredor e Draco ia pegar o veritaserum.

- Bem, você sabe o que fazer, a porta do armário deve estar trancada, mas um alohomora deve abrir. O veritaserum vai estar na prateleira da direita em cima e você precisa usar a escada.

- Ok. Direita em cima, usar a escada pra pegar. Ok – Draco estava nervoso.

Pansy foi para a curva dos corredores e fingiu estar praticando um feitiço para o caso de alguém aparecer. Draco encontrou a porta do armário trancada como previram, mas conseguiu abrir, entrou e fechou a porta atrás de si. As prateleiras estavam cheias de todo tipo de poções, ingredientes e Draco se sentiu tentado a pegar mais que o veritaserum, mas pensou em Harry e não pegou.

- Estou ficando mole mesmo – reclamou para si mesmo.

Subiu na escada e encontrou o frasco. Pegou e desceu. Assim que saiu do armário ouviu o assobio de Pansy e quando olhou para trás viu o professor Winchester chegando. Deu tempo de esconder o frasco nas vestes e fingir que estava passando mal.

- Senhor Malfoy, tudo bem? – o professor Winchester se aproximou preocupado

- Estou me sentindo mal professor, estou indo pra enfermaria.

- Eu te acompanho.

Draco ficou a manhã inteira na enfermaria com a Madame Pomfrey lhe dando uma poção revigorante.

Depois que conseguiu se livrar da enfermeira foi para o salão comunal, escondeu o veritaserum e foi almoçar com Harry e os amigos, sem conseguir se concentrar na conversa; seu pensamento estava concentrado na segunda parte do plano e fazer Zach Smith falar toda a verdade.

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Blásio usou uma coruja da escola para mandar um bilhete para Zach Smith pedindo um encontro na torre norte. Não assinou, mas sabia que ele iria ao encontro movido por curiosidade. Quando chegou o horário do encontro o trio de prata saiu escondido do dormitório e foi para a torre. Pansy trancou a porta de acesso com um encantamento, subiram e encontraram Zach Smith em pé na janela.

- Bem Smith, você mentiu pra mim uma vez. Não haverá a segunda.

Zach não teve tempo de reagir antes de ser preso pelo feitiço de Blásio e Pansy segurou a cabeça do lufano pelo cabelo para que Draco pingasse o veritaserum.

- Quem colocou a poção no chá do Harry? – Draco falava baixo

- Charles Lestrange. – Zach estava com o rosto muito vermelho, lutando contra o efeito do veritaserum.

- Porque ele colocou?

- Não sei – Zach começou a chorar com o esforço em não falar

- Porque ele colocou – Draco aumentou o tom de voz

- Eu não sei... Por favor – chorou – Eu não sei

- Draco acho que ele realmente não sabe, ele teria dito já se soubesse – Blásio contrapôs.

Draco estava mais furioso do que imaginava ser capaz, poderia matar Charles Lestrange, seu maldito primo.

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Uma mulher morena e alta chegou à Azkaban usando um dos barcos que levavam até a prisão; mostrou sua varinha á guisa de identificação e pode entrar em uma sala reservada aos pouquíssimos visitantes que iam até a lá. Apesar da mesa com duas cadeiras no centro da sala ela não se sentou, estava muito calma analisando algo em suas unhas longas.

- Você demorou a vir – Lucius Malfoy disse ao entrar na sala, um guarda fechou a porta atrás dele com um baque sonoro.

- Não foi fácil conseguir chegar aqui Lucius. Você me deve muito pelo trabalho que me deu vir pessoalmente.

- Se não fosse um problema urgente não teria te chamado, você sabe, mas em vista do que está acontecendo em Hogwarts precisava de alguém com acesso ao castelo.

- Sei o que está acontecendo Lucius. Mesmo que você não tivesse me chamado eu teria feito algo para limpar o nome da família. Já basta toda a merda que você fez, não precisamos de mais vergonha e mais mestiços.

Lucius olhou impotente para as mãos algemadas, estava preso há quase um ano e não tinha a menor expectativa de sair dali, mas precisava garantir que o nome da família iria sobreviver sem mais manchas.

- O que você vai fazer – disse por fim

- Vou garantir que tudo se resolva. Como você mesmo disse tenho acesso ao castelo e posso agir sorrateiramente para acabar com esse absurdo. Jamais imaginei que os Malfoy pudessem descer tão fundo se relacionando com mestiços e traidores do sangue.

- Por favor, não machuque meu filho.

- Ora, ora Lucius Malfoy implorando... Bem, talvez não tenha sido um completo desperdício vir até aqui. Vou fazer o que a Baronesa mandar ser feito, você sabe que não posso simplesmente fazer o que quiser e se pudesse não adiantaria nada você implorar pela vida do pequeno Malfoy.

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