Capítulo seis.

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Part. Naldo



Não sei o que aconteceu com minha filha pra ela decidir vir morar comigo de repente, algo deve ter acontecido com minha pequena pra ela mudar assim. Até ontem ela mal ligava pra mim, agora quer desesperadamente morar comigo? Vou descobrir o que houve.



Mas, talvez ela só não tenha se acostumado com a nova "vida". O que eu vou fazer meu Deus pra ficar mais tempo com ela? Eu trabalho sem parar mal vou ter tempo pra mimá-la, dar carinho, amor, atenção. Só que ela vem em primeiro lugar, a minha joia rara merece.



Não estava sendo fácil pra mim, imagina pra ela que é tão pequena, é muita coisa pra ela e pra Luana, minha outra joia rara.

Part. Maria

Os dias iam passando e nada tirava aquela ideia da minha cabeça, estava só esperando minha mãe pegar meus papéis da escola pra mim poder ir de vez.



Enquanto isso via o quanto minha mãe sofria, ela estava vendo ir embora a filha que ela tanto quis ter, a filha que ela desejou com todo coração.



Eu não podia fazer nada pra aliviar a dor dela, e podia, porém meu coração pedia pra mim ir. E assim eu fiz.



Chegou o tão esperado dia de ir embora, meu pai foi me buscar, me despedi de minha mãe e fui, com um aperto no peito pois eu também amava minha mãe e era muito apegada a ela.



Ele foi me buscar de moto e eu fui observando as paisagens dos lugares de onde nós passávamos. Quando chegou num certo ponto que meu pai diminuiu a velocidade e abriu a viseira do capacete, eu ouvi ele cantando doce e suave, não sei o nome da música mais era uma música muito bonita e romântica.



Aquelas músicas de homem apaixonado, que era o que meu pai era, um eterno apaixonado. Ali eu estava abraçada na cintura dele pra não cair, sentindo seu perfume, fechei meus olhos e senti o vento no rosto ouvindo sua linda voz.



Ah meu pai, não existe homem como ele, jamais vai existir. Então o vento acabou, a moto parou e a gente chegou. Chegamos à nossa casinha linda. Minha avó morava do lado e lá estava ela nos esperando sentada numa cadeira embaixo da mangueira, como a gente falava.



Meu pai guardou a moto e foi falar com minha vó. Eu peguei minhas coisas e fui guardar. A casa estava quase toda vazia, claro minha mãe tinha levado quase todos os móveis, e como era só meu pai e a casa não era tão grande, não precisava de muitos móveis.



As únicas coisas que tinham era: uma cama, e uma Tv. Depois ele fez um cartão de crédito pra ele e comprou: um guarda-roupas, uma cômoda e um aparelho de DVD. Quando eu entrei senti uma vontade enorme de chorar pois a casa era tão vazia quanto meu pai estava vazio por dentro.



Éramos uma família feliz, todos juntos e de repente cadê? Sua família já não existe mais... eu me lembro de que um dia antes de tudo isso acontecer, estávamos eu, meu pai, minha mãe tomando banho de piscina no sítio de uma tia minha quando minha mãe perguntou:



- Maria, se caso eu chegar a me separar do teu pai, você vai morar comigo ou com seu pai?



Eu sem saber o que fazer pensei um pouco, respondi:

- Com meu pai. Porque mamãe?


Ela só baixou a cabeça e saiu sem dizer nada.



Eu acho que naquele tempo, ela já sabia que isso ia acontecer, por isso me perguntou. Ou talvez não, minha mãe não tem culpa de nada, afinal isso sempre acontece.



Então eu arrumei tudo na cômoda e depois fui procurar meu pai. Ele estava conversando com minha vó e não quis atrapalhar, fui procurar algo pra comer.


Se eu pudesse voltar atrásOnde histórias criam vida. Descubra agora