Capítulo 6

163 21 3
                                    

POV SORA

As duas semanas passaram voando rápido como um caralhinho alado, e no domingo a noite, minha mãe me obrigou a arrumar as coisas para a aula.

– Mãe, eu não quero ir.

– Mas vai.

– Droga… – murmurei, enquanto levantava da cama e começava a arrumar as coisas.

Passei a noite acordado, chorando com a cabeça no travesseiro, sentindo a cabeça doer mais ainda, só de pensar na possibilidade de estar na escola novamente.

Peguei meu celular e olhei o horário. 5:15 da manhã. Todo mundo acordava as 6:30. Parecia um bom horário para colocar meu plano que eu tinha feito durante a noite em prática.

Mesmo que eu não conseguisse dormir de dia em casa, na escola eu tinha certeza que ia acabar dormindo, e já bastava de advertências por dormir em sala.

Abri a porta silenciosamente e entrei no quarto de Vanitas, sem fazer barulho. Ele estava dormindo, com os cabelos escuros espalhados pelo travesseiro.

Me abaixei ao lado da cama e olhei embaixo dela. Tinha cigarros, bebidas, alguma coisa verde que parecia erva de chimarrão em um pacotinho e energético. Energético, exatamente o que eu queria. Peguei duas latinhas e voltei ao meu quarto, tinha tantas que ele nem perceberia a falta de duas.

Sentei na cama e abri a primeira, tomando um pouquinho.

– Caralho, como o Vanitas toma tanto isso? Não é aquelas coisas lá de bom… – sussurrei, virando a lata de uma vez.

Joguei no lixeirinho do quarto e peguei a outra, abrindo e virando de uma vez também. Era melhor, não dava pra sentir direito o gosto. Fiz o mesmo com a segunda latinha vazia, e voltei a deitar, enrolado no cobertor pelo frio que fazia.

Exatamente as 6:28, ouvi barulhos na cozinha. Eles acordaram. Eu nunca tive o hábito de comer pela manhã, então ninguém me chama a essa hora. Porém logo, minha mãe entrou no quarto, colocando o uniforme sobre a cama, ao lado de onde eu estava. Levantei e vesti, rapidamente.

– Dormiu Sora?

– Não. – falei rápido.

Aquele energético realmente tinha dado efeito, eu não sentia nenhum sono, e poderia passar o dia correndo por aí, embora minha aparência ainda fosse cansada.

– Você tá estranho, Sora... – Vanitas falou, quando apareci na sala.

– Hum.

Saímos de casa, com Ven, agora não tinha mais Roxas para ir junto, ou seja, ninguém no colo de ninguém. Sentei na janela e fiquei olhando as coisas lá fora, enquanto Ven não parava de falar sobre as aulas e os horários, e eu estava prestes a mandá-lo calar a boca.

Meu pai parou o carro, e nós três descemos, mas meus pais desceram junto.

– O que vocês vão fazer? – perguntou Vanitas.

– Temos que conversar sobre o Sora.

"Droga" pensei.

– Vem com a gente, Sora? – meu pai perguntou, enquanto todos entravamos na escola.

– Não...

Vanitas viu seus amigos e correu até eles, deixando eu e Ven sozinhos com meus pais. Eu não estava com nenhuma vontade de começar as aulas, mas fazer o que.

– Sora, quer jogar? – ele perguntou, sempre jogávamos alguma coisa antes da aula.

– Não, valeu…

ImprovávelOnde histórias criam vida. Descubra agora