Capítulo 5

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POV SORA

Os dias passavam e passavam, e eu continuava sem sair do quarto, trancado lá, já estava mais pálido que o normal, as olheiras nem saiam mais, e cada vez menos eu queria conversar, não dormia a noite, não suportava a claridade.

Conversava todos os dias com Ven, embora ele tivesse ficado chato depois que começou a namorar virtualmente com Naminé, é só falava nela, ou talvez o chato da história fosse eu mesmo.

Em uma sexta feira, quando fazia quase um mês que eu não saía mais, Ven entrou lá, como sempre, mas parecia mais feliz do que o normal.

– Que foi? Sexting com a Naminé? – perguntei, desinteressado.

– Não, idiota! – ele falou, rindo e se jogando ao meu lado na cama.

– Hum… Que foi então?

– O ROXAS E O AXEL VÃO NAQUELA CORRIDA DE MOTO QUE VAI TER AMANHÃ, E TODO MUNDO VAI, E COMO O IRMÃO DA NAMINÉ VAI, ELA TAMBÉM VAI!!!

– Hum. E daí?

– Você vai né? – ele pergunta, me encarando.

– Claro que não...

Sentei na cama, e Ven fez o mesmo, mas continuei enrolado no cobertor, como sempre.

– Mas faz quase um mês que você não sai, e daqui duas semanas as aulas voltam e o Roxas vai se mudar, lembra? Aí a gente não vai mais ver ele, e amanhã pode ser a última oportunidade!!

– Nah, ele vai voltar.

– Eu sei, mas eu quero que você vá com a gente!!!

Ele me disse que iam Axel com sua irmã mais nova Kairi, Ven e Roxas, Naminé e Demyx, Vanitas, e como ele disse, faltava eu. Mas obviamente não queria ir.

– Por favor, Sora, por favor!!! – ele falou, começando a me balançar.

– Não...

Comecei a olhar as marcas nos meus pulsos, que ainda eram totalmente visíveis, e me faziam se sentir um pouco bem. Eu tinha pensado muitas vezes em fazer isso novamente, porém depois do incidente, meus pais tiraram do meu quarto tudo que desse pra se cortar, incluindo até mesmo apontadores escolares.

– Para de olhar isso, vai te deixar triste. – Ven falou, abaixando a manga de minha blusa novamente.

– Eu já sou triste.

Depois de quase uma hora com ele insistindo, decidi ir. E também aposto que meus pais me obrigariam mais tarde se eu recusasse ir com Ven. Como sempre, não dormi naquela noite, fiquei tendo pensamentos estranhos enquanto encarava o teto do quarto e pensava no dia seguinte. Ver Roxas novamente.

Na manhã seguinte, minha mãe entrou no quarto e sentou na cama.

– Não dormiu de novo, Sora? – ela perguntou, me abraçando.

– Não...

– Levanta, daqui a pouco vocês vão!

Levantei igual a um zumbi e escolhi umas roupas pretas no guarda roupa, as vestindo logo em seguida. Peguei também meu óculos escuro, assim as olheiras não apareciam.

– Ficou lindo, bebê. – ela falou, pegando uma escova e ajeitando meu cabelo, como antes, e como todos os dias em que tinha aula.

– Uhum... Obrigado...

Peguei meu celular e guardei dinheiro na capinha, e então sentei no sofá da sala para esperar os outros aparecerem. Vanitas saiu do quarto com uma calça jeans, tênis, uma camiseta vermelha e um boné preto virado.

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