Tal comos os cigarros, ela era feita para queimar. Tal como o fogo, Chloe tinha nascido para destruir.
Quando Ethan colocou os seus olhos azuis sobre a jovem problemática, ele não imaginava o mistério que a rodeava. Afinal, nem Chloe fazia ideia daq...
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CHLOE ROMERO
13 De março. Faltavam menos de duas horas para o jantar de aniversário de Ivy, no entanto parecia que ainda faltava arrumar muita coisa.
Ivy andava de um lado para o outro com uma toalha na cabeça e um pijama infantil vestido, dando ordens a empregados e decoradores.
Para os Romero as aparências eram tudo, e isso não era diferente para a minha prima. Se esta festa fosse um fracasso, significaria uma morte social iminente.
Não há uma boa maneira de explicar a importância que o status pode ter na vida alguém, mas quando nos tratamos de pessoas com algum tipo de influência é natural sentirmos uma certa pressão para que sejamos mais que perfeitos. Isso para mim não era propriamente um problema, no entanto, tendo em conta que tudo aquilo que Ivy sempre quis foi ser aceite e amada, o caso era ligeiramente diferente.
O seu pai não poderia comparecer porque tinha reuniões marcadas do outro lado do mundo, afinal como poderia ele sustentar a vida das diferentes amantes e namoradas? O mesmo mandou um camião cheio de flores, que estacionou em frente à mansão dos meus pais naquela manhã.
A ideia de que bens materiais podem suprimir a falta de alguém era algo bastante comum na vida de Ivy, e na minha também. No entanto, foi um ato surpreendente que ficará perfeito aos olhos dos amigos que jogam golfe todos os sábados de manhã com o pai de Ivy. As amigas de Ivy também vão adorar a extravagância e dar-lhe o que ela tanto quer. Ser adorada.
A minha querida tia não confirmou a sua presença, o que justificava a sua não presença no próprio aniversário da filha.
Ivy e eu sempre convivemos desde pequenas, brincávamos, discutíamos, eramos crianças felizes. Esta sempre passou muito tempo na minha casa, mas tudo mudou quando os seus pais se divorciaram.
Foi um escândalo que apareceu em todo o tipo de revistas cor-de-rosa. O pai de Ivy deixou os Estados Unidos no mesmo dia em que a bomba rebentou na comunicação social, a minha tia, essa chorou por dias a fio num dos quartos de hóspedes da mansão dos meus pais.
Ivy ficou desolada, e embora tivesse 6 anos na época, ela entendeu muito bem que nada voltaria a ser o mesmo.
Ivy era o tipo de princesinha que praticava ballet, com pais ricos, roupas e brinquedos da última moda. Embora eu tenha sido igual, havia uma diferença. Ivy gostava de ser tratada como uma princesa. Quando perguntavam o que queríamos ser, ela sempre respondia que queria ser uma princesa, já eu, queria ser uma hospedeira de bordo para poder viajar por todo o mundo.
